Falta fiscalização nas Unidades de Conservação federais
Há muito o Mar Sem Fim denuncia a falta de fiscalização nas Unidades de Conservação federais. A zona costeira segue ao deus-dará. O Ibama tem apenas três barcos para vigiar mais de 7.500 km de litoral. Essa situação mostra a incapacidade do Ministério do Meio Ambiente. As UCs federais marinhas não contam com embarcações. Como alguém fiscaliza sem barcos?

Os problemas da falta de fiscalização
Na verdade, a maioria das unidades de conservação federais marinhas existe no papel. Faltam equipes, equipamentos, Plano de Manejo, etc. Sobrevivem na mais absurda penúria.
A especulação imobiliária aproveita cada brecha e destrói ecossistemas vitais. Manguezais viram aterros para a carcinicultura no Nordeste. Em outras regiões, novos bairros avançam sobre áreas frágeis. Hotéis, condomínios e marinas ocupam o que resta. A especulação imobiliária empurra o litoral para o colapso. A única salvação está na ação, ainda que às vezes apenas em alguns Estados, do Ministério Público, sem ela as coisas estariam ainda piores.
Dunas e falésias desaparecem sob construções fora da Lei. A especulação imobiliária banaliza até formações únicas. Criminosos oferecem costões rochosos à venda”, como se fossem propriedade privada. E o pior: tudo isso também ocorre dentro das (des)protegidas UCs federais marinhas. A especulação imobiliária avança sem freio e ameaça todo o litoral.
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A ineficiência do sistema também provoca danos na pesca. Nem todos respeitam os defesos. Barcos arrastam redes na zona de arrebentação. Pescadores ignoram o tamanho mínimo das espécies. O país sequer produz estatísticas sobre a pesca. Mas quem somos nós para afirmar isso? Escute o depoimento dos próprios gestores das UCs.
Governo Federal não tem condições de suportar as Unidades de Conservação
Os depoimentos que você vai ouvir mostram mais uma vez que o modelo brasileiro de UCs não funciona. O Governo Federal não consegue sustentar as Unidades de Conservação. O país enfrenta uma crise profunda. Falta investimento em saúde, educação, segurança, infraestrutura e saneamento básico. E o meio ambiente entra sempre no fim da fila.
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Mesmo que queira, o Governo Federal não terá dinheiro suficiente. A única saída exige coragem e mudança de modelo. Algumas opções já estão na mesa. O país pode ampliar o estímulo às RPPNs, como mostra o exemplo bem-sucedido da RPPN Salto Morato. Também pode criar novas Parcerias Público-Privadas e transferir para a iniciativa privada as UCs com vocação turística. Muitos Parques Nacionais Marinhos têm grande potencial e seguem abandonados, ainda assim a privatização das concessões começou mas não consegue avançar.
Com a arrecadação, o governo pode investir nas UCs que não têm apelo turístico, como ESECs, Rebios e Monas. É assim que os parques nacionais norte-americanos operam e financiam a própria rede de conservação.
Gestores das Unidades de Conservação federais dão depoimentos
Conheça a dura realidade das Unidades de Conservação federais marinhas.