Cavalos-marinhos na orla do Rio de Janeiro, uma ótima novidade
Eles têm uma aparência incomum para peixes. Muito incomum. E, embora pareçam ser muito diferentes dos outros peixes, eles pertencem à mesma classe de todos os outros peixes ósseos (Actinopterygii), como o salmão ou o atum. São 48 espécies pelo mundo sendo que 14 foram descobertas nos últimos oito anos, mas, ao mesmo tempo, algumas espécies estão ameaçadas de extinção. Por isto a boa notícia: Cavalos-marinhos na orla do Rio de Janeiro.
Saiba mais sobre cavalos-marinhos
Os cavalos marinhos variam em tamanho de 1,5 até 35,5 cm. Eles são nomeados por sua aparência eqüina com pescoços curvados e longas cabeças com focinhos, seguido por seu tronco e cauda distintos.
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Habitats
Cavalos marinhos vivem em águas rasas, em regiões tropicais e temperadas. Em geral habitam áreas de gramas marinhas, estuários, recifes de corais ou manguezais. Apesar disso, colônias foram encontradas na Europa, uma delas no estuário do rio Tâmisa. E também em águas mais frias como as da Nova Zelândia, Argentina, ou no leste do Canadá.
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Presas e predadores
Como todo animal selvagem, os cavalos-marinhos têm suas presas, mas também são predados. Os animais não têm estômago ou dentes. Eles sugam suas presas através do focinho tubular.
Cada olho se move independentemente, permitindo que maximize sua área de busca. Ingerem qualquer coisa pequena o suficiente para caber na boca (principalmente crustáceos pequenos, como os anfípodes, mas também outros invertebrados).
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Os adultos têm poucos predadores devido à excelente camuflagem, estilo de vida sedentário e placas ósseas e espinhos pouco apetecíveis. Já foram encontrados no estômago de grandes peixes pelágicos, como o atum. Também são comidos por raias, pinguins e outras aves aquáticas. Mas, o maior predador é o ser humano.
Cavalos-marinhos na orla do Rio de Janeiro
O Diário do Rio informa que a equipe de pesquisadores do Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro observa um movimento alentador: a população desses peixes vem crescendo, inclusive em locais improváveis, como as poluídas baías de Guanabara e de Sepetiba.
E saiba que a poluição da Baía de Guanabara segue firme e forte, com cerca de 15 mil litros de esgoto in natura despejados todos os dias. Isso torna a novidade que hoje apresentamos ainda mais alentadora.
A revista Veja também comemorou: ‘Em 2015, média era de dois cavalos-marinhos a cada 400 metros quadrados; mas, em 2021, já eram 13 na mesma área: sinal de que ecossistema mantém estrutura’.
E explicou: ‘ Ameaçados de extinção, após quase desaparecerem, cavalos-marinhos voltaram a ser encontrados com mais frequência no litoral do Rio e de outras cidades do estado. Cientistas do Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro, que há 20 anos estudam esses peixes, explicam que a presença da espécie é um indicador de que o ecossistema preserva sua estrutura básica’.
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O Diário do Rio diz que ‘ O projeto monitora a vida desses pequenos peixes na praia de Urca, na Ilha Grande, em Arraial do Cabo e Búzios, além da sua presença nos costões cariocas, como o do Arpoador e o do Leblon’.
Apesar dos graves problemas de poluição na orla do Rio de Janeiro, em especial nas baías, o Diário do Rio informa que ‘Segundo os estudiosos, os cavalinhos-marinhos, com seus tons em amarelo, laranja, branco, rosa, vermelho e marrom, são considerados como bioindicadores de qualidade ambiental, dada a sua sensibilidade ao bem estar do ecossistema no qual estão inseridos. A sua multiplicação, portanto, revela que a qualidade das nossas águas está melhorando’.
Que o Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro tenha vida longa, até porque, recentemente, outro projeto para salvar os cavalos-marinhos fechou por falta de ajuda em Pernambuco. Isto torna a missão do pessoal do Rio ainda mais valiosa.
Não se deve criá-los em cativeiro
Em entrevista ao jornal O Globo, a coordenadora do Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro, a bióloga Natalie Freret-Meurer, disse que um dos maiores desafios é educar a população para que ela não capture os peixes para cria-los em cativeiro.
Segundo ela, a poluição atrelada ao aquarismo quase colocaram os coloridos e delicados peixinhos em risco de extinção. Porém, desde 2014, através da Portaria 445 emitida pelo Ibama, foi proibida a captura, transporte, armazenamento, guarda e manejo desses animais. A medida resultou no aumento da população de cavalos-marinhos, segundo a estudiosa.
O namoro dos cavalos-marinhos
Segundo Natalie Freret-Meurer, o ritual de acasalamento dos cavalos-marinhos pode durar até dias, com direito a mudança de cor e nado em sincronia. “O namoro deles é a coisa mais linda. Mudam de cor, machos e fêmeas ficam brancos na lateral para demonstrar o interesse mútuo. E dançam juntos, em sincronia de movimentos e ritmo”, disse a pesquisadora ao jornal.
Ela observou ainda como é processo de fecundação e gestação dos futuros cavalinhos. Apesar da sedução intensa, ela é breve e dá lugar a um grande senso de praticidade por parte da fêmea que introduz seus óvulos na bolsa de gestação — uma espécie de útero — do macho. Depois disso, cada um vai para um lado. No mundo dos cavalos-marinhos, o macho fica grávido e passa 15 dias nesta condição.
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Encerrado este tempo, ele entra em trabalho de parto, dando à luz a aproximadamente 600 e 700 filhotes, que nascem com alguns poucos milímetros. Em um dos laboratórios da Universidade Santa Úrsula, onde os pesquisadores do projeto estudam o comportamento e formas de evitar a extinção dos cavalos-marinhos, um macho já pôs no mundo mais de 1.800 filhotes.
As espécies no Brasil
Apesar de no mundo existirem 48 espécies, no Brasil vivem apenas três: o Hippocampus reidi, o cavalo marinho do focinho longo; Hippocampus erectus, o cavalo marinho raiado; e Hippocampus patagonicus, o cavalo marinho de focinho curto. A origem do nome vem do grego antigo, hippos (cavalo) e kampos (monstro marinho).
Freret-Meurer destacou que a última espécie foi encontrada apenas 2 vezes. Uma delas, na entrada da Baía de Guanabara, a 30 metros de profundidade. A outra foi na poluída Baía de Sepetiba e a apenas 1,5 metro de profundidade.
A bióloga Amanda Vaccani, também integrante do Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro, destacou ao O Globo que a população de cavalos-marinhos presente na Lagoa de Araruama é muito diferente de tudo o que se sabe sobre cavalos-marinhos no mundo. Para os cientistas, os peixinhos do Rio de Janeiro acabaram se adaptando aos ambientes hostis onde viviam, o que os levou a apresentar padrões de cores, tamanho e hábitos diferentes.
Assista ao parto de um cavalo-marinho
Fontes: https://diariodorio.com/praias-do-rio-registram-o-aumento-de-cavalos-marinhos-em-suas-aguas/; https://vejario.abril.com.br/cidade/extincao-cavalos-marinhos-rio/.