Tubarão-elefante: seu genoma e doenças ósseas como a osteoporose
Pesquisadores da Espanha sequenciaram o genoma do tubarão-elefante (Cetorhinus maximus) e encontraram genes que impedem a calcificação das cartilagens. Isso pode abrir novas vias de estudo voltados a doenças ósseas como a osteoporose, de acordo com a revista Nature.
Exemplar de tubarão-elefante foi fotografado por serviço americano em novembro de 2011 (Foto: Divulgação/NOAA).
A pesquisa foi liderada pelo Instituto Molecular e Biologia Celular de Singapura, apoiado pelo Instituto de Biologia Evolutiva da Universidade Pompeu Fabra de Barcelona. E não é a única. O estudo do processo evolutivo do tubarão-branco, o maior predador dos mares, também pode contribuir para a cura do câncer. E não devemos esquecer que o teste para a covid-19 é possível graças a uma bactéria marinha que vive em fontes hidrotermais.
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A missão do instituto espanhol foi comparar o genoma do tubarão-elefante, um peixe cartilaginoso, com o peixe-zebra, que tem ossos calcificados.
Os cientistas queriam descobrir quais são as mudanças genéticas que fazem com que alguns ossos sejam de cálcio e outros permaneçam em estado cartilaginoso. Este é o caso do tubarão-elefante considerado o mais antigo vertebrado com mandíbula.
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Para o professor Tomás Marquès-Bonet, a importância da pesquisa está em ajudar a esclarecer
qual é a base genética dos ossos calcificados, ou seja, o que os torna duros e resistentes
Tubarão-elefante: espécie tem genoma fácil de pesquisar
A equipe de Marquès-Bonet descobriu um pequeno grupo de genes que os tubarões não tinham em relação aos vertebrados ósseos, o que explica seus ossos permanecerem cartilagem em vez de calcificar. O investigador espanhol explicou que elegeram o tubarão-elefante porque a espécie tem um genoma pequeno, aproximadamente um terço do humano.
Apresentamos a primeira base genética da calcificação, o que abre a porta para novos conhecimentos para compreender e tratar doenças ósseas como a osteoporose, e para saber como se formam os ossos ou os depósitos de cálcio
O trabalho também constatou que o genoma do tubarão-elefante tem a evolução mais lenta de todos os vertebrados, o que o coloca como referência para estudos comparativos destinados a melhorar a compressão do genoma humano.
Este trabalho demonstra o poder da genética comparativa como ferramenta para entender os processos biológicos mais básicos
Com até 10 m de comprimento e adaptações anatômicas à alimentação por filtração, o tubarão-elefante se alimenta de plâncton. Ele é o terceiro maior peixe conhecido, perdendo em tamanho apenas para o tubarão-baleia, e o tubarão-branco.