❯❯ Acessar versão original

Tubarão-cobra: o fóssil vivo das profundezas oceânicas

Tubarão-cobra: o fóssil vivo das profundezas oceânicas

O tubarão-cobra (Chlamydoselachus anguineus) é uma das criaturas mais enigmáticas dos oceanos. Com aparência que remete a uma serpente pré-histórica, este “fóssil vivo” habita as profundezas marinhas, raramente sendo avistado. Sua estrutura corporal alongada e mandíbula repleta de dentes afiados o tornam um predador singular no mundo aquático. Já, o estilo normal de natação se parece ao da enguia. Nadam em forma serpentina. 

Tubarão-cobra
O Tubarão-cobra. Imagem, Pinterest.

Um fóssil vivo dos oceanos

Assim como o celacanto que ainda resiste há 400 milhões de anos, tubarões têm a mesma idade. Contudo, há mais de 480 espécies de tubarões, muitas, acredita-se, ainda a serem descobertas e descritas.

Recentemente, foi encontrado um tipo na Indonésia que anda usando nadadeiras como ‘patas’. Consequentemente, o tubarão com manchas  ‘caminha’ durante a noite no solo do oceano em busca de peixes e mariscos.

Tubarões-cobra raramente são encontrados na natureza, por isso, pouco se sabe sobre sua ecologia. As informações limitadas baseiam-se na dissecação de indivíduos capturados em pescarias ou observações em cativeiro.

Imagem, CITRON/ WIKIMEDIA.

“Quase ameaçado” de extinção

Em alguns lugares, são capturados acidentalmente em capturas incidentais em pescarias de outras espécies e, nesses casos, podem ser mantidos e usados ​​como alimento.

Contudo, nenhuma pesca visa os tubarões-cobra. Além disso, especialistas – como resultado da raridade e captura ocasional –  o consideram “quase ameaçado”.

PUBLICIDADE

Habitat, distribuição, e presas

Distribuição Geográfica: Encontrado em regiões profundas dos oceanos Atlântico e Pacífico, incluindo áreas próximas ao Japão, Austrália e Portugal.

Habitat: Vive em profundidades que variam de 200 a 1.500 metros, preferindo ambientes escuros e frios.

Alimentação: Sua dieta inclui lulas, peixes ósseos e outros pequenos tubarões. Utiliza sua mandíbula extensível para capturar presas maiores que sua cabeça.

Reprodução: É ovovivíparo, com períodos de gestação que podem durar até 3,5 anos, um dos mais longos entre os vertebrados.

Ilustração, www.artstation.com.

Algo saído de um filme de terror

Em 2015, um pescador australiano fisgou um destes animais e descreveu a experiência como algo saído de filme de terror. Mas, se toda a conversa sobre esse tubarão assustador te deixa nervoso para mergulhar, esqueça.

Esses tubarões normalmente vivem centenas ou mesmo milhares de metros abaixo da superfície. A pessoa comum será capaz de ver um tubarão-cobra apenas em fotos.

Algumas curiosidades sobre os tubarões

Função nos ecossistemas

Como predadores, a principal é regular cardumes, consequentemente, não atacam qualquer peixe, mas os debilitados que apresentam doenças ou os mais fracos. Em resumo, tubarões alimentam-se de peixes e invertebrados menos aptos à sobrevivência garantindo a saúde dos estoques pesqueiros de todo o mundo.

Os tubarões e a cura de doenças

Curiosamente, várias espécies são estudadas para a cura de doenças. Entre elas, tubarões-brancos.  O genoma dos grandes brancos foi decodificado, os segredos podem ter respostas para curar o câncer e outras doenças relacionadas à idade. Estas descobertas foram reveladas em estudo publicado no Proceedings of National Academy of Sciences.

Já pesquisadores da Espanha sequenciaram o genoma do tubarão-elefante (Cetorhinus maximus) e encontraram genes que impedem a calcificação das cartilagens. Isso significa, abrir novas vias de estudos voltados a doenças ósseas como, por exemplo, osteoporose, diz a Nature.

PUBLICIDADE

Tubarões atacam os seres humanos?

Finalmente, a pergunta que não quer calar. Afinal, tubarões atacam seres humanos? Segundo especialistas, não. Geralmente, ataques acontecem por erro. Tubarões têm visão  fraca, seu grande aliado é o faro ou o sexto sentido algo que só eles e raias têm. É pelo cheiro e eletricidade que investem contra peixes e outros animais.

Por isso, ataques registrados, no Brasil notadamente na orla do Recife, acontecem porque o animal vê uma mancha que pensa ser peixe ou, até mesmo, uma foca. Então, investe e abocanha. Tão logo percebe o erro, libera o que mordeu, muitas vezes tarde demais. Na maioria dos ataques, pessoas morrem por hemorragia dada a violência da mordida.

Mas, até hoje não se conhece um caso sequer em que uma pessoa foi devorada por tubarões.

Assista ao vídeo do tubarão-cobra e saiba mais sobre a espécie

Imagem de abertura: Pinterest

Fontes:https://www.worldwildlife.org/species/shark#:~:text=1%2C000&text=With%20fossil%20records%20dating%20back,new%20species%20discovered%20every%20year; https://oceanconservancy.org/blog/2022/03/10/frilled-shark/; https://www.sharks.org/frilled-shark-chlamydoselachus-anguineus; https://oceana.org/marine-life/frilled-shark/.

Uma das últimas praias prístinas do Japão será concretada

Sair da versão mobile