Três naufrágios romanos, com 2 mil anos, descobertos na costa da Tunísia
Mais uma vez os avanços da arqueologia submarina trazem novidades. Assim, aos poucos os historiadores vão conhecendo mais sobre a arte da construção naval, e da navegação, na Antiguidade Clássica. É impossível dizer quantos naufrágios podem estar no fundo do Mediterrâneo. Muitas civilizações, como egípcios, fenícios, romanos e gregos, entre outras, estiveram constantemente presentes nestas águas que são também o berço da civilização Ocidental. Desta vez foram três naufrágios romanos, um deles com cerca de 2 mil anos, em águas da Tunísia.
O Mediterrâneo, frequentemente chamado de cemitério subaquático
A frase acima é de matéria do www.ancientpages.com anunciando a novidade. ‘A rota marítima ao longo do Skerki Bank foi de especial importância e usada por conquistadores e saqueadores de tesouros.’
‘Desse modo, uma equipe internacional de arqueólogos subaquáticos explorou a área que faz fronteira com a Sicília ao norte, e a costa da Tunísia. A intenção era aprender mais sobre as antigas atividades marinhas.’
Para situar o leitor, os Bancos Skerki são também conhecidos como Canal Skerki. Trata-se de uma área de mar aberto relativamente raso, situada no Mediterrâneo central, no Estreito da Sicília, entre a Sicília e a Tunísia.
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Segundo o ww.ancientpages.com,‘Os cientistas usaram dois robôs, além de um sonar multifeixe para documentar os restos de seis naufrágios que datam da antiguidade até o século 20. Contudo, três dos quais eram desconhecidos anteriormente.’
Em uma entrevista, a arqueóloga da Unesco, Alison Faynot, explicou a importância de proteger os naufrágios que são parte de nosso patrimônio. “O patrimônio subaquático é muito importante. Você acha que é extremamente protegido e inacessível. Mas, no entanto, é bastante frágil. Apenas uma mudança no ambiente ou no fundo do mar pode ter um impacto muito perigoso sobre ele.
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Faltou explicar isto à empresa OceanGate, e aos cinco tripulantes que perderam a vida ao visitar o Titanic. E foi exatamente este o motivo de nossa crítica em post que comentou o desastre.
Muitas pessoas, acrescentou Alison Faynot, veem o patrimônio cultural subaquático como um tesouro. Algo para colecionar, mas é realmente significativo do ponto de vista histórico. Todos os seus pequenos detalhes nos dão muitas pistas sobre de onde viemos.
E concluiu: ‘O Mediterrâneo mostra por que isso significa tanto, já que oito países estão envolvidos e se uniram porque querem compartilhar esta herança. O patrimônio cultural subaquático não é um tesouro, é vulnerável. E, por isso, realmente precisamos protegê-lo e educar as pessoas para fazerem o mesmo”.
Este tipo de “patrimônio é vulnerável à exploração, pesca de arrasto, ao tráfico e aos impactos das alterações climáticas, e o objetivo da missão era demarcar a zona precisa em que se encontram e documentar o maior número possível de artefatos. “
Uma missão da UNESCO
A missão da UNESCO foi bem-sucedida. Usando um robô chamado Hilarion, que passou 18 horas debaixo d’água para verificar e documentar os alvos da área recém-mapeada, a equipe descobriu três naufrágios romanos até então desconhecidos.
Acredita-se que um deles seja um navio mercante datado do século I a.C. Os outros dois são um navio de metal e um navio de madeira, do final do século XIX ou início do século XX.
Assim, a descoberta de três naufrágios romanos na plataforma da Tunísia causou grande entusiasmo entre os cientistas. Os navios submersos “podem representar outros vestígios arqueológicos ainda secretos no fundo do mar”.
Vamos lembrar, também, que Cartago, uma civilização de origem fenícia e, de maneira idêntica, uma nação marítima que disputou o domínio do Mediterrâneo com os romanos, ficava onde hoje é a Tunísia. Desse modo, do ponto de vista da história naval é um sítio dos mais relevantes.
Os cientistas não recuperaram nenhum dos objetos porque querem voltar com tecnologia mais avançada. “Gostaríamos muito de voltar para a Tunísia, mergulhar e fazer uma pesquisa humana e não robótica, disse Alison Faynot. Há muitas áreas do mundo que gostaríamos de visitar a seguir.”
As rotas costeiras do Mediterrâneo
Segundo a National Geographic, que também repercutiu a novidade, ‘O Mediterrâneo atrai os turistas com águas calmas e brisas suaves, entretanto os antigos marinheiros sabiam que tempestades violentas podiam surgir em minutos – e os arqueólogos uma vez presumiram que essa era uma das razões pelas quais seus navios permaneceriam nos litorais. A maioria das navegações eram feitas com terra à vista a partir de marcos terrestres.’
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Contudo, diz a NG, as descobertas de uma missão de vários anos da agência cultural das Nações Unidas, lançaram novas dúvidas sobre a ideia de que os antigos marinheiros dependiam apenas da navegação costeira, com uma análise que sugere que navegar além da vista da terra era rotina nos tempos antigos.
Por exemplo, os peritos sabem que os egípcios, que conheciam as estrelas e outros conceitos de navegação, se aventuravam mar adentro. Contudo, não há certeza sobre os outros povos marítimos.
Para a última expedição, diz a NG, arqueólogos de oito países – Argélia, Croácia, Egito, França, Itália, Marrocos, Espanha e Tunísia – exploraram o Canal da Sicília a bordo do navio Alfred Merlin, operado pelo Departamento de Arqueologia Subaquática (DRASSM) do Ministério da Cultura da França.
Segundo a National Geographic, ‘Entre as novas descobertas estão três naufrágios perto de Skerki Banks. A arqueóloga Franca Cibecchini, da DRASSM, diz que o navio de 2 mil anos tem 20 metros de comprimento, parcialmente intacto a 30 m de profundidade, carregava ânforas quando afundou. O desenho dos jarros sugere que eles já continham vinho da Itália; os arqueólogos vão agora recuperar algumas das ânforas para testar essa hipótese. ‘
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