Regata Race to Alasca, maluquice no fim do mundo
Você já imaginou uma prova náutica no Alasca, com 750 milhas (1200 quilômetros), em que competem embarcações sem motor que variam de pedalinhos, a pranchas de stand-up paddle, passando por veleiros normais, e até mesmo veleiros com pedal? Não? Pois saiba que ela existe há anos. O grande prêmio, um cheque de US$ 10.000, fica pregado em um pedaço de lenha no ponto final. O segundo lugar ganha um conjunto facas.É a regata Race to Alasca.
Sem motor e sem suporte, 750 milhas de Port Townsend, Washington, a Ketchikan
Em 2022, depois de dois anos de recesso em razão da pandemia, a prova começará em 13 de junho. Segundo o site oficial, a passagem interna para o Alasca tem sido remada por canoas nativas desde tempos imemoriais, embarcações à vela por séculos, e depois que alguém encontrou ouro no Klondike, a rota ficou lotada de barcos a vapor cheios de garimpeiros se acotovelando em busca da fortuna.
‘É no espírito de tradição, exploração e autoconfiança sem lei da corrida do ouro’ que Race to Alaska nasceu. A R2AK é a primeira de seu tipo e a mais longa corrida humana e eólica da América do Norte, e atualmente o maior prêmio em dinheiro para uma prova desse tipo.
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‘Euforia catártica se você, simplesmente, completar o curso. R2AK é uma corrida autossustentável sem entregas de suprimentos e sem rede de segurança. Qualquer barco sem motor pode entrar. Em 2019, 45 equipes foram aceitas, mas apenas, 25 terminaram a prova’.
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A corrida mudou a vida de centenas de pessoas, segundo um documentário, e envolve atravessar uma das hidrovias mais complexas do mundo com correntes de 15 nós, redemoinhos monstruosos, ventos fortes, água fria, rochas, troncos, ursos, neblina, medo, fadiga e intermináveis desconhecidos.
O organizador, Daniel Evans, declarou ao ktoo.org, “Estamos muito animados para voltar com a tradição que já tem sete anos, porque queremos reacender a energia que tivemos todos esses anos.”
Evans diz que quase 40 equipes já se inscreveram para a corrida de 2022. “Vai ser ótimo porque é uma coleção de algumas equipes e pessoas que fizeram isso nos últimos anos, como Katy Stewart, e Team Oracle, que correu todos os anos. Também temos uma equipe empolgante chamada Rite of Passage, que literalmente é um grupo de jovens começando aos 15 e chegando aos 19 – são quatro deles.”
Testando seus próprios limites
É uma regata única. Em um mundo onde as provas de veleiro são regidas por regras cada vez mais complexas, Evans diz que a regata de classe única é uma maneira de as pessoas testarem seus próprios limites.
“Às vezes digo que é uma forma de celebrar os heróis do dia a dia. São pessoas – vizinhos, que passam por você na rua – e que nunca imaginaria que podem fazer coisas tão incríveis.”
Caso queira participar, boa sorte, agasalhe-se bem e inscreva-se aqui.
Imagem de abertura: @Drew Malcolm.
Fonte: https://r2ak.com/; https://www.ktoo.org/2022/01/07/race-to-alaska-is-back-on/.