Mar Sem Fim, missão e objetivos: entenda os motivos de sua criação
Mar Sem Fim, missão e objetivos: faz tempo que me intriga o pouco espaço dado pela mídia às questões do mar, ainda que o tema seja meio ambiente cuja demanda não para de crescer. Mesmo assim, a situação persiste. Preste atenção e constate: para cada dez matérias sobre meio ambiente na imprensa, oito, ou nove, abordam questões relativas aos continentes. Por que os oceanos são tratados como algo menor, apesar de sua importância vital?
Oceanos: tratamento secundário e superficial
Como é possível um tratamento secundário e superficial ao ecossistema que gerou vida na Terra? Desde os primórdios, os oceanos nos dão comida e trabalho, mas isto é periferia comparado a outros benefícios. Os cientistas sabem que a gigantesca massa dágua presta serviços essenciais à vida. Até mesmo o ar que respiramos é obra delas: 60% do oxigênio da atmosfera é produzido durante o processo de fotossíntese experimentado pelas algas do fitoplâncton.
Oceanos: regulam o clima no planeta e amenizam o aquecimento global
Apesar das mudanças climáticas estarem nas manchetes quase todos os dias, é raro achar matérias explicarem como os oceanos regulam o clima, e contribuem para amenizar o aquecimento global, ao sequestrar o dióxido de carbono da atmosfera (o gás causador do efeito estufa que promove o aquecimento global), depositando-o no fundo do mar.
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Hipóteses para o descaso
Por que, então, o descaso? Pergunta difícil, comporta hipóteses. Uma delas, talvez, esteja relacionada ao conhecimento insuficiente deste corpo dágua. Até hoje o homem explorou menos de 2% do fundo dos oceanos.
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Dificuldades técnicas agravam a questão: é complexo, e caro explorar esta imensidão submarina. Mas também era caro, e ainda mais difícil, explorar o espaço sideral. Entretanto, instigado pela Guerra Fria, o gênio humano não se apequenou: colocou o homem na Lua e se prepara para levá-lo à Marte.
Então, o que acontece com o mar?
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A Educação Ambiental na Base Nacional Comum CurricularDocumentários Mar Sem Fim estão de volta à TVFURG cassa título honorífico do Almirante Maximiano da FonsecaArrisco sugerir pistas entre elas, diluição da propriedade. Os oceanos pertencem à todos, são um bem coletivo, patrimônio da humanidade, e um reflexo de seus paradoxos, e contradições.
Nos fóruns internacionais, é fácil culpar determinado país por não zelar por seus recursos naturais. Mas, como culpar a todos pelo descaso com os oceanos? Quem pressionará quem?
Exploração indiscriminada
Transformamos os oceanos numa espécie de “depósito-sem-dono”, de onde tiramos recursos naturais de forma ininterrupta e indiscriminada. E não há força capaz de frear o comportamento, mesmo com alertas dramáticos da comunidade científica. Os especialistas teem sido enfáticos em seus prognósticos. O colapso está próximo. A falência se avizinha. O outro lado, então, começa a extração mineral (!?).
Pesca industrial acaba em 2050
De acordo com estas informações (publicadas por um grupo de cientistas na Revista Nature), 50% dos recursos de pesca estão toalmente esgotados, 25% submetidos a exploração excessiva. Restam poucos bancos de pesca ainda não sobreexplorados. Para estes especialistas, a pesca industrial tem data pra acabar: 2048.
Oceanos: lata de lixo da humanidade
Mas o ser humano não se contenta só em retirar. Diariamente despejamos nos oceanos milhares de litros de esgotos não tratados, além de quantidades assombrosas, e ainda não mensuradas, de agrotoxicos, defensivos agrícolas, óleo, plástico, e toda espécie de lixo.
Ignorância, e comodismo, os piores problemas
Resultado: acabamos a vida marinha antes mesmo de conhecê-la. Mas, pior que isto, é a ignorância e comodismo. Só isso pra justificar a apatia da opinião pública que não reage, ou reage pouco, às questões marítimas. Não é por outro motivo que cerca de 30% do espaço continental (mundial) está protegido por alguma forma de unidade de conservação, enquanto nos mares a área equivalente não ultrapassa 1,5%!
Nasceu o Mar Sem Fim
Por isto surgiu este blog. Seja com conteúdo inédito, através de viagens, seja entrevistando especilistas, ou recolhendo informações na mídia, procurando ampliá-las e repercutí-las; este espaço se compromete com o mar, a zona costeira, e suas múltiplas e variadas questões.
Situação mais que dramática e previsões tétricas. Seremos cobrados pelas futuras gerações
Se você ainda não se convenceu do tamanho da encrenca, conheça um dos últimos estudos apresentados no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suiça, janeiro de 2016. Ele prevê que, em 2050, haverá mais plástico que peixes nos oceanos.
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