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Navios de guerra a vapor, os primeiros navios blindados

Navios de guerra a vapor, os primeiros navios blindados

Até o advento da Revolução Industrial os navios foram construídos em madeira e tinham sua propulsão em forma de velas, ou músculos humanos e remos. Desde os primórdios, ainda ao tempo de egípcios, passando pelos cartagineses, romanos, gregos, vikings, ou mais recentemente pelos nautas lusitanos e outros, persistiam os navios de madeira impulsionados por remos e vela. Eram tantos os navios, e duravam tão pouco devido às guerras ou ao material de construção, que algumas florestas como as do Líbano sumiram do mapa em pouco tempo. Mas, depois do vapor, as marinhas mundo afora começavam a passar por uma tremenda metamorfose que segue até hoje com navios movidos a energia atômica, construídos com materiais e designs que procuram fugir aos radares. Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre os Navios de guerra a vapor, os primeiros navios blindados.

Navios de guerra a vapor

A britanica.com explica que   ‘a era dos veleiros com casco de madeira deu lugar à dos navios de ferro movidos a vapor. Mudanças fenomenais ocorreram em quase todos os aspectos do projeto, operação e táticas de navios de guerra. Essas mudanças encerraram o reinado do majestoso navio de linha em meados de 1800, mas mais de meio século se passou antes que ficasse claro qual seria a forma da sua substituição como espinha dorsal das frotas’.

“A mudança da madeira para o ferro ocorreu lentamente, em grande parte porque a introdução da energia a vapor exigiu novas técnicas e experiência na construção naval. As mudanças podem ser resumidas em três aspectos: propulsão, armamento e armadura.’

Sempre uma guerra como fator de avanços da tecnologia. Este é o CSS Virginia, da Guerra Civil norte-americana. Imagem, Coleção de Arte da Marinha dos EUA.

O site www.battlefields.org lembra que ‘Robert Fulton construiu o primeiro navio de guerra a vapor em 1815 para a Marinha dos Estados Unidos’. A mesma fonte diz que ‘os navios de guerra a vapor demoraram para pegar, mas, no final da década de 1850, todos os novos navios de guerra construídos pela Marinha (norte-americana) tinham motores a vapor.’

Mas, a despeito da Guerra Civil norte-americana, o site www.thevintagenews.com  diz que ‘O primeiro navio de guerra a vapor foi a fragata francesa Napoleão. Lançado em 1850, seria a vanguarda de uma frota de poderosos navios de linha que desafiaria a supremacia da Marinha britânica nos mares’.

O Carnot começou uma corrida armamentista entre franceses e britânicos. No final do reinado de Napoleão III, a Marinha Francesa tinha 38 navios de guerra de madeira movidos a vapor, 28 dos quais eram navios a vela convertidos. Imagem, https://www.thevintagenews.com/.

As rodas de pás

Para a britânica.com ‘Os primeiros navios de guerra a vapor em ação usavam pequenas rodas de pás. À medida que os motores melhoravam gradualmente, as marinhas os experimentavam em navios de guerra convencionais, primeiro como auxiliares à vela, até que desenvolveram a hélice.’

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O USS Choctaw ainda era movido a pás. Imagem, https://portsmouthnavalshipyardmuseum.com/.
O projeto do CSS Virginia utilizou uma casamata com revestimento de ferro pesado ou um bunker blindado para os canhões construídos no topo da estrutura de madeira restante (casco) do USS Merrimack. Imagem, https://portsmouthnavalshipyardmuseum.com/.

Simultaneamente, as marinhas começavam a desenvolver armamentos pesados capazes de serem colocados em navios. ‘As medidas para torar possíveis canhões de longo alcance mais pesados começaram com a introdução de molas fortes para absorver o primeiro choque do recuo da arma após o disparo, auxiliado por cunhas de plano inclinado atrás para ajudar o canhão a avançar para a posição de tiro após o recuo.’

O Redoutable, da Marinha francesa, tinha uma bateria central. Ele foi o primeiro navio de guerra do mundo a usar o aço como principal material de construção. Imagem, https://www.thevintagenews.com/.

A britânica.com informa que o primeiro teste decisivo aconteceu durante a Guerra da Criméia (1853-1856). ‘Os canhões estriados de ferro fundido de 165 mm (6,5 polegadas) franceses na Guerra da Criméia demonstraram superioridade em alcance, poder destrutivo e precisão. Eles ajudaram a pressionar todas as marinhas a desenvolverem seus canhões.’

Litografia de 1886 “The Monitor and Merrimac: A primeira luta entre os couraçados”. Imagem, https://portsmouthnavalshipyardmuseum.com/.

Sobre canhões estriados, explica o www.battlefields.org: ‘Os canhões estriados (que apresentavam ranhuras no interior do cano para fazer o projétil girar) tornaram-se cada vez mais comuns nas décadas de 1850 a 1860. Essas armas eram significativamente mais precisas do que suas antecessoras de cano liso e, quando combinadas com o longo alcance dos canhões navais mais recentes, significava que as batalhas navais podiam ser travadas a distâncias muito maiores.’

A Guerra da Criméia foi outra hecatombe que fez com que as marinhas aperfeiçoassem suas armas de guerra. O site www.thevintagenews.com explica: ‘Durante a Guerra da Criméia (1853 – 1856), os britânicos e franceses eram aliados contra a Rússia, e suas marinhas cooperaram em confrontos contra a Frota Russa do Mar Negro e alvos costeiros’.

O encouraçado russo Tsesarevich, da Marinha Imperial Russa, atracou Krondsdat, ca. 1915. Imagem, www.thevintagenews.com.

Os primeiros navios blindados

Os desenvolvimentos em artilharia e propulsão levaram a outra inovação importante: o couraçado. O battlefields.org informa: ‘Percebendo como os navios de madeira eram tremendamente vulneráveis ​​à destruição por disparos de canhões explosivos de longo alcance, os arquitetos navais começaram a melhorar drasticamente as defesas dos navios revestindo-os de ferro ou aço’.
Os primeiros eram navios de madeira revestidos de aço. Imagem, US Naval History & Heritage Command.
Os primeiros couraçados foram construídos na Europa pouco antes da Guerra Civil norte-americana (1861-1865). O primeiro conflito armado a usar estas ‘novas armas’ aconteceu em março de 1862 na Batalha de Hampton Roads. A guerra naval mudava para sempre.
Batalha de Hampton Roads. Imagem, www.history.com.

Logo depois, ainda durante o mesmo conflito, surge mais uma novidade, a invenção dos submarinos em vez do antigo costume de abalroar o navio inimigo para afundá-lo.

Foi preciso uma nova guerra para novos avanços na arte naval, a Primeira Guerra Mundial que, mais uma vez, foi vencida no mar. A batalha da Jutlândia, em 1º de junho de 1916, envolveu mais de 100.000 mil marinheiros britânicos e alemães, a bordo de 250 navios. Em jogo, o controle do Mar do Norte.

Batalha da Jutlândia

No final, 25 navios haviam sido afundados, quase um em cada dez marinheiros morrera e o destino da Europa estava decidido. O site historyextra afirma que a Grã-Bretanha ‘foi para a guerra em navios blindados de aço, movidos por motores a vapor e armados com canhões rifled de carregamento por culatra em torres giratórias’.

Foi uma das maiores batalhas navais já travadas. Os britânicos, sob o comando do almirante Sir John Jellicoe, tinham 151 navios de guerra, o vice-almirante alemão Reinhard Scheer tinha cerca de 93.

‘The Battle of Jutland’ de Montague Dawson, óleo sobre tela, 1949. Ilustração via Vallejo Gallery.

A batalha foi travada a 75 milhas da costa dinamarquesa. Os alemães esperavam reduzir a superioridade numérica da Marinha Real emboscando um destacamento isolado. Mas os britânicos haviam quebrado o código alemão e navegado com toda a força para enfrentá-los, vencendo a batalha e a guerra.

Imagem de abertura: www.thevintagenews.com

Fontes: https://www.britannica.com/event/Battle-of-Jutland; https://portsmouthnavalshipyardmuseum.com/online-learning-archive/civil-war-ironclads/; https://www.thevintagenews.com/2016/02/17/57704/; https://www.history.com/news/when-ironclads-clashed-how-hampton-roads-changed-naval-warfare-forever; https://www.battlefields.org/learn/articles/steel-steam; https://www.britannica.com/technology/naval-ship/The-age-of-steam-and-iron.

Restauração de recifes de corais e cantos da vida marinha

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