Navio derruba 46 contêineres no mar, poluição atinge litoral norte de São Paulo
Os contêineres no mar
O navio Log in Pantanal aguardava para entrar no porto. A ressaca, com ondas de mais de três metros, atingiu a área durante a madrugada. Na sexta-feira, dia 11 de agosto, o balanço derrubou os contêineres no mar. A carga, formada por eletrônicos, produtos hospitalares, vestuário, pneus de bicicleta, cilindros de oxigênio, alimentos, enfeites de natal, fez a festa dos piratas. E poluiu a região de Santos e Guarujá. Onze pessoas foram presas por saque.
46 contêineres: 38 afundaram, oito boiaram
O acidente prejudicou a entrada e saída de navios do porto.
Parte do conteúdo foi parar nas praias próximas à barra de Santos.
Mídia esquece poluição
O acidente foi divulgado por todas as mídias, mas nenhuma TV, revista ou jornal, deu destaque à poluição. É sempre assim. Inacreditável que um evento deste porte não chame a atenção da mídia para a capacidade de poluição. Deve ser por isso que a CODESP, Companhia Docas do Estado de São Paulo, quer jogar 115 cilindros com gases tóxicos e explosivos no meio do mar. A operação vai acontecer a 90 km da costa de Santos (SP). O site do Ibama informou que “por medidas ambientais e de segurança os gases serão destruídos em alto-mar, mas o Ibama determinou à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) que todos os objetos e resíduos têm de voltar para o continente”.
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No dia do acidente o Ibama deu prazo de 24 horas para a empresa Log in protocolar o plano de remoção e limpar as praias, trabalho que começou ao redor da barra de Santos. Mas só nesta região.
A Poluição em Santos
Um amigo do Mar Sem Fim, Júlio Cardoso, passou pelo local e filmou. No dia seguinte ao acidente, o conteúdo dos contêineres se espalhava em grande velocidade. O mar ficou cheio de resíduos.
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Assista o vídeo:
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Por falta de ação imediata, a poluição causada pelo Log In Pantanal se estendeu para todo o litoral norte de São Paulo. A Revis dos Alcatrazes foi ‘presenteada’ com quilos de lixo.
Há informações nas redes sociais mostrando que o lixo também atingiu Ilhabela. O canal de São Sebastião ficou cheio de bolinhas de natal embaladas em plástico. Não há informações do Ibama sobre o processo de limpeza imposto ao proprietário do navio, a não ser que ‘foi multado em 10 mil reais pela poluição causada à área protegida dos Alcatrazes’.
Em entrevista ao site O Eco, a analista ambiental Edineia Caldas Correia, coordenadora de proteção da REVIS, informou que “a gente autuou porque encontramos lixo no Refúgio (Refúgio de Vida Silvestre, ou REVIS dos Alcatrazes) e esse lixo pode causar impacto sobre a fauna da área protegida”.
Entre outros animais que podem ser prejudicados estão tartarugas-marinhas que frequentam a área, e aves marinhas. Alcatrazes é um dos maiores, se não o maior, ninhal de aves marinhas do Sudeste. Ambos, tartarugas e aves confundem o plástico com seus alimentos naturais. Será que uma multa de apenas dez mil reais é suficiente para minimizar os impactos?
Perda de contêineres no mundo
Este tipo de acidente é comum em todo o mundo. O World Shipping Council (WSC) diz que em 2016 a indústria naval transportou 130 milhões de contêineres, num valor estimado de US$ 4 trilhões de dólares. O WSC faz pesquisas com seus afiliados, que representam 80% da frota mundial. De acordo com eles, as perdas para os anos de 2011, 2012 e 2013 foram de 733 contêineres para cada ano. A pesquisa mais recente, feita em 2017, aponta as perdas durante os anos de 2014, 2015 e 2016. Para cada ano da pesquisa as perdas foram de cerca de 612.
Fontes: atribuna.com.br, estdadao.com.br, G1,cnn.com, oeco.org.br,