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Moratória para mineração submarina ganha adesão

Moratória para mineração submarina ganha adesão de gigantes da indústria mundial

Nem sempre temos boas notícias para nossos leitores. Por isto é preciso  comemorar as que nos chegam. É com prazer que anunciamos que gigantes como as montadoras BMW e Volvo, e ainda a Samsung, e o Google anunciaram em março de 2021 que apoiam uma moratória para a mineração submarina.

Ilustração sobre mineração submarina
Ilustração, WWF.

Moratória para mineração submarina ganha adesão

A mineração submarina que está prestes a começar tira o sono de muita gente que estuda e conhece os  serviços prestados pelos oceanos. Para começar, os oceanos são o maior sumidouro de gases de efeito estufa.

O site do Fórum Econômico Mundial diz que ‘os oceanos absorvem 1/3 de todas as emissões globais de dióxido de carbono’. E explica: ‘Isso ocorre porque os oceanos absorvem dióxido de carbono que, de outra forma, permaneceria na atmosfera. Entre 1994 e 2007, os oceanos absorveram 34 gigatoneladas de dióxido de carbono, ou 31 por cento do que os humanos colocaram na atmosfera durante esse tempo, concluiu um estudo publicado na Science.

A mineração submarina e seus impactos avassaladores, como mostramos em matéria do New York Times, pode não só liberar para a atmosfera o carbono armazenado, como pode ser a pá de cal que está faltando para dar conta da vida marinha.

Neste sentido a moratória proposta pelas gigantes da indústria é uma excelente notícia. Segundo matéria da Associated Press, de 31 de março de 2021, ‘as empresas citaram a importância de proteger os frágeis ecossistemas oceânicos que já estão sob a ameaça da pesca predatória, poluição, poluição sonora e mudanças climáticas causadas pelo homem’.

A mineração submarina

A AP diz que ‘embora a mineração no fundo do mar ainda esteja em sua infância, várias empresas de prospecção estão buscando direitos para extrair depósitos potencialmente lucrativos das profundezas do oceano, particularmente os nódulos metálicos que se acumulam em torno das fontes hidrotermais‘.

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É oportuno informar  que os minerais procurados se formam e se acumulam de forma extremamente lenta no fundo do oceano, com taxas de crescimento de apenas alguns milímetros por milhão de anos.

Um nódulo do tamanho de uma bola de tênis no fundo do mar e consistindo em grande parte de valiosos metais de terras raras pode ter mais de 14 milhões de anos.

Estes, os motivos para comemorar o comunicado das gigantes da indústria que concordam com a moratória. Segundo a AP no comunicado as empresas dizem que ‘antes que ocorra qualquer potencial mineração no fundo do mar, é necessário demonstrar claramente que tais atividades podem ser gerenciadas de uma forma que garanta a proteção efetiva do meio ambiente marinho’.

Combate às mudanças climáticas? Então, é preciso tirar a pressão dos oceanos

Ainda no comunicado das empresas estava escrito: “Antes que ocorra qualquer potencial mineração no fundo do mar, é necessário demonstrar claramente que tais atividades podem ser gerenciadas de uma forma que garanta a proteção efetiva do meio ambiente marinho.”

E mais: “Todas as alternativas aos minerais do mar profundo devem ser exploradas com urgência, com foco na redução da demanda por metais primários, na transição para uma economia de materiais de ciclo fechado e eficiente em recursos e no desenvolvimento de práticas de mineração terrestre responsáveis.”

Segundo a AP, ‘a chamada foi apoiada pelo grupo ambientalista World Wildlife Fund, que fez campanha contra a mineração no fundo do mar’.

Para Jessica Battle, que dirige a campanha do WWF, “precisamos tirar as pressões do oceano, não adicionar, a fim de garantir que o oceano possa fornecer serviços à humanidade, como regulação do clima, alimentos e medicamentos, no futuro.”

Indústrias de alta tecnologia, as mais dependentes

Embora os minerais extraídos do fundo do oceano possam ser usados ​​para uma variedade de produtos, eles são de interesse particular para as indústrias de alta tecnologia que dependem de metais preciosos e raros.

Stefan Bratzel, diretor do Centro de Gestão Automotiva da Alemanha, disse que o anúncio da BMW e da Volvo foi significativo para outros fabricantes de automóveis.

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“Isso enfatiza a importância das considerações ecológicas em uma perspectiva abrangente, disse ele, acrescentando que outras montadoras “agora, pelo menos, hesitarão em usar minerais extraídos do oceano em suas baterias de veículos elétricos”.

Mas nem tudo são rosas. Há quem duvide dos malefícios da mineração submarina. A Global Sea Mineral Resources, que explora mineração em fundos marinhos, disse que não apoia a moratória. Mas afirmou que pesquisas ambientais já são exigidas pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, que regulamenta o setor.

Imagem de abertura: WWF

Fonte: https://www.usnews.com/news/business/articles/2021-03-31/automakers-bmw-volvo-back-moratorium-on-deep-seabed-mining?eType=EmailBlastContent&eId=c556ad6f-e58a-4cad-a42b-8c7fee4b9c0a.

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