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Marinha do Brasil quer porta-aviões nuclear até 2040

Marinha do Brasil quer porta-aviões nuclear até 2040

Em maio de 2023, o comandante da Marinha do Brasil, almirante Marcos Sampaio Olsen, fez uma palestra na Comissão de Assuntos Exteriores do Senado onde admitiu ‘restrições orçamentárias extremamente severas’. Na ocasião, Sampaio Olsen afirmou que ‘dentro de cinco anos a Marinha vai ter que se desfazer de pelo menos 40% dos seus meios operativos’. Isso significa que até 2027, 40% da frota de navios da MB será necessariamente aposentada. Não há o que fazer, navios têm uma ‘idade máxima’ após o que não há como mantê-los. De lá para cá, sempre que pode, Olsen reforça em público que a MB está sem verbas, tem um  orçamento que deixa a desejar, etc. Agora surgiu a notícia que a Marinha do Brasil pretende incorporar um porta-aviões nuclear até 2040.

HMS Prince of Wales
A Marinha quer não apenas construir um porta-aviões nuclear até 2040, a arma avalia comprar o HMS Prince of Wales. Imagem Royal Navy.

Os dois porta-aviões brasileiros

O primeiro porta-aviões do Brasil foi o icônico Minas Gerias. Antes de vir para cá,  serviu em três marinhas de guerra ao longo de cinquenta e seis anos. Acabou vendido ao Brasil por nove milhões de dólares, sendo comissionado em 1960.

O navio foi rebatizado Navio-Aeródromo Ligeiro (NAeL) Minas Gerais (A-11). Aqui foi a nau capitânia, ou seja, o navio mais importante da Armada Brasileira (Saiba qual é a nau-capitânia hoje), e prestou bons serviços durante 50 anos. Em 2001, cinquenta e seis anos depois de construído, o Minas Gerais teve um triste fim, retalhado como sucata na praia de Alang, Índia.

O São Paulo foi uma fábrica de problemas e teve um final grotesco

O segundo foi o porta-aviões São Paulo, uma fábrica de problemas desde que chegou em 2001. Em 2004 um duto da rede de vapor explodiu, matando três tripulantes e ferindo outros sete.  O São Paulo deixou de navegar em 2014. O navio passou mais tempo no porto que no mar.

Em 2022 a MB o vendeu para o estaleiro Sök Denizcilik e Ticaret Limited. Em 4 de agosto de 2023, rebocado, o São Paulo iniciou o que poderia ser sua última jornada, de seis mil milhas até a Turquia. Ali, no cemitério de navios de Aliaga, teria o mesmo fim que seu antecessor. Mas, o que era para ser uma triste despedida tornou-se um espetáculo circense acompanhado até no exterior. Nenhum porto, nem os brasileiros, aceitavam recebê-lo. A pantomima  durou meses com o navio indo de um lado para o outro, até que, em 3 de fevereiro de 2023, sob uma chuva de críticas, a MB afundou o São Paulo  ao largo da costa brasileira.

A repercussão internacional foi imediata New York Times, Reuters, Guardian, e outros, publicaram matérias nada lisonjeiras sobre o caso e a posição da Marinha do Brasil.

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O Brasil quer construir um porta-aviões nuclear

Segundo a Sociedade Militar (17/06/24), enquanto o Brasil avança em seus planos para o porta-aviões nuclear, surgem debates sobre sua viabilidade e eficácia. A estratégia inclui o desenvolvimento de aeronaves nacionais versáteis para maximizar a capacidade defensiva do porta-aviões. Há uma inclinação para a tecnologia nuclear devido à sua autonomia e potência, o que garante operações prolongadas sem necessidade de reabastecimento frequente.

O investimento estimado para um porta-aviões nuclear é significativo, chegando a aproximadamente US$ 5,25 bilhões. Este valor reflete o custo da tecnologia avançada e o desenvolvimento necessário para suportar uma embarcação de tal magnitude e capacidade.

Para a Sociedade Militar, o desenvolvimento deste porta-aviões nuclear é visto como uma continuação do aprimoramento das capacidades nucleares militares do Brasil, iniciado com a construção de um submarino nuclear.

Em 2018, o primeiro submarino convencional construído no Brasil, o Riachuelo, foi lançado ao mar.

O HMS Prince of Wales lançando um caça. Royal Navy.

A mesma fonte diz ainda que essa iniciativa não apenas expandiria o alcance operacional da Marinha do Brasil, mas também colocaria o Brasil como uma das principais potências navais da região.

Mas, a Sociedade Militar reconhece o problema do orçamento insuficiente. O Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, atual comandante da Marinha, destacou a necessidade de um orçamento substancial para garantir a operação eficaz do porta-aviões.

Para o clickpetroleoegas, que também repercutiu, o Brasil, com sua extensa costa e responsabilidades na Amazônia Azul, vê o porta-aviões nuclear como um vetor crítico para a projeção de força e a defesa de seus interesses marítimos. A intenção de adquirir tal capacidade reflete uma visão de longo prazo para fortalecer sua posição geopolítica e defesa nacional.

Analistas questionam a ambição

O clickpetroleoegas informou que, embora a estratégia de defesa planeje incorporar um porta-aviões até 2040, analistas questionam a viabilidade dessa ambição. As considerações incluem a capacidade industrial do país, os custos astronômicos e a necessidade de desenvolver uma doutrina militar que suporte a operação contínua de uma plataforma naval dessa magnitude.

Além disso, o exemplo da Rússia, que não priorizou porta-aviões em sua estratégia naval, serve como referência para o debate sobre a necessidade e eficácia desses navios na doutrina militar brasileira. A decisão de prosseguir com um porta-aviões nuclear dependerá não apenas de considerações nacionais, mas também do cenário geopolítico global. O plano do Brasil de adquirir um porta-aviões nuclear até 2040 é uma meta ambiciosa que redefiniria o perfil naval do país no cenário mundial.

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Comprar também o porta-aviões HMS Prince of Wales?

É surpreendente que, com as deficiências orçamentárias e o crescimento pífio da economia, segundo o clickpetroleoegas, a Marinha do Brasil também demonstre interesse em adquirir o porta-aviões HMS Prince of Wales do Reino Unido, marcando um passo significativo em suas ambições navais. Com a intenção de fortalecer sua projeção de poder e capacidade defensiva, o Brasil considera esta aquisição para substituir os antigos porta-aviões desativados.

Imagem, Royal Navy.

A belonave desloca 65.000 toneladas, mede 284 metros de comprimento, atinge uma velocidade de cruzeiro de 25 nós e tem uma autonomia de 10.000 milhas. Pode operar com uma tripulação de 679 marinheiros, mas tem capacidade para acomodar até 1.600 pessoas. O Prince of Wales pode transportar até 72 aeronaves, incluindo  36 caças F-35B, além de qualquer tipo de helicóptero utilizado pelas forças armadas do Reino Unido.

Saiba mais sobre o HMS Prince of Wales

A Royal Navy informa que, com uma vida útil esperada de até 50 anos, as cidades flutuantes da Classe Queen Elizabeth, como o Prince of Wales, são altamente versáteis e capazes de atender à mais ampla gama de tarefas em todo o mundo.

A capacidade de se mover 500 milhas por dia significa que esses navios podem reagir a um prazo muito curto e fazer uma diferença real em todo o mundo

Segundo o clickpetroleoegas, a Marinha do Brasil, com um efetivo de cerca de 81.040 membros, é a maior força naval da América Latina e uma das mais significativas das Américas. Suas responsabilidades abrangem a defesa do vasto litoral brasileiro, das águas territoriais e da Amazônia Azul, além de desempenhar papéis cruciais em missões humanitárias, de pesquisa e de segurança.

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