Lagosta e tragédia: o risco dos mergulhos no Nordeste
A pesca da lagosta virou uma tragédia, uma armadilha para muitos pescadores nordestinos. Este vídeo dramático da TV inglesa revela uma realidade brutal: homens que arriscam a vida todos os dias com equipamentos precários e ilegais, como compressores de ar adaptados. A prática, proibida por lei, quase não sofre fiscalização. Lagosta e tragédia: mortes, paralisias e mutilações permanentes — tudo para garantir o sustento com a captura de um crustáceo que, ironicamente, é símbolo de luxo nos pratos do mundo.
Lagosta: pescadores sabem do risco mas não têm escolha
Os próprios pescadores admitem que a prática é perigosa. Ainda assim, continuam mergulhando com equipamentos precários — por falta de opção, por costume ou pura necessidade. É uma tragédia anunciada, ignorada pela grande mídia e pelo Estado.
Por outro lado, se respeitassem normas, defeso, etc, saberiam que os estoques cresceriam e o peso delas, também. recentemente, um restaurante dos Estados Unidos devolveu ao mar uma lagosta com 100 anos e 9,5 kg!
Conflito entre pescadores e a pesca de arrasto
O vídeo mostra também os confrontos entre pescadores artesanais de lagosta e barcos de pesca de arrasto — uma prática devastadora para o fundo do mar. As disputas já causaram mortes. Mesmo assim, o poder público segue inerte, sem adotar nenhuma medida para conter a violência ou proteger os pescadores.
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O vídeo revela outro dado alarmante: no Ceará, o órgão responsável pela fiscalização ambiental conta com apenas um barco para cobrir mais de 400 milhas de costa. A Polícia Ambiental mal consegue operar — reflexo da precariedade que poucos no Brasil conhecem ou denunciam.
A mesma lagosta que quase levou o Brasil a um conflito diplomático com a França, na chamada Guerra da Lagosta de 1962, hoje é explorada de forma totalmente insustentável. O colapso da pesca é consequência direta da falta de fiscalização e do abandono da política ambiental.
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Uma boa notícia em meio ao caos
Antes de encerrar, vale destacar uma iniciativa rara — e bem-vinda. A maricultura começa a dar sinais de esperança para a lagosta no Brasil.
A empresa Prime Seafood, fundada em 2012 em Alcobaça, no sul da Bahia, vem obtendo sucesso na criação do crustáceo. Em 2023, já responde por 50% das lagostas vivas exportadas pelo país.
Mais do que isso: consciente da ameaça à espécie, a empresa devolve 10% da produção ao mar, iniciando um trabalho de repovoamento.