Grécia proibirá pesca arrasto de fundo em áreas marinhas protegidas
Grécia é o primeiro país europeu a proibir o arrasto em parques e áreas protegidas
O fato de um país da comunidade europeia banir a prática é uma dupla vitória. Até hoje quase só os países com menor expressão o fizeram. Contudo, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis avisou que a proibição será em fases, culminando com o banimento apenas em 2030.
Em 2023 a Nova Zelândia prometeu restringir o arrasto de fundo em grandes áreas do Golfo Hauraki, área sob proteção no Parque Marinho do Golfo Hauraki. Outros países que também baniram o arrasto são Palau, Indonésia e Belize. Neste mesmo ano, a Islândia ampliou a proibição para três novas áreas nas águas do país onde a pesca de arrasto de fundo não será permitida.
Uma atitude mais positiva veio do Reino Unido em 2024, quando proibiu o arrasto de fundo em 13 áreas Marinhas protegidas em águas britânicas. Enquanto isso, o plano de ação da UE determina que os Estados-membros deveriam publicar até 31 de março (2024) um roteiro para alcançar áreas marinhas protegidas, incluindo a eliminação gradual da pesca de arrasto até 2030.
Mais lidos
Ilhabela em último lugar no ranking de turismo 2025Garopaba destrói vegetação de restinga na cara duraCores do Lagamar, um espectro de esperançaOu seja, o arrasto de fundo não é regulamentado. Entretanto, como é sabido, os seu problemas são tão grandes que a maioria das ONGs e instituições acadêmicas trabalham para que o banimento total venha em 2030, prazo em que todas as nações, segundo parâmetros da ONU, devem ter 30% de suas áreas terrestres e marinhas protegidas.
O arrasto e o dióxido de carbono, o CO2
Além do arrasto de fundo destruir ecossistemas vitais como os corais, descobriu-se recentemente o custo do carbono liberado para a atmosfera pelo arrasto de fundo.
PUBLICIDADE
Em março de 2021, a Nature publicou o primeiro estudo a calcular o custo do carbono da pesca de arrasto de fundo. A revista Time analisou o trabalho e diz que ‘cálculos realizados pelos 26 autores do relatório mostram que o arrasto de fundo é responsável por um gigaton de emissões de carbono por ano (ou um bilhão de toneladas métricas). Este total anual é superior às emissões da aviação (pré-pandemia)’.
Para a maioria dos pesquisadores, a pesca de arrasto não é uma opção viável na maioria dos lugares. Só persiste porque é subsidiada. Sem esses subsídios, não seria economicamente valiosa.
Lembramos ao leitor que os subsídios mundiais para a pesca atingem a estratosférica cifra de US$ 35 bilhões de dólares por ano.
Que mais países, especialmente o Brasil (só o Rio Grande Sul proibiu o arrasto), sigam o exemplo grego.
