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G7 não endossa despejo de água contaminada de Fukushima

G7 não endossa despejo de água contaminada de Fukushima

Nos últimos dias falou-se muito na imprensa brasileira sobre a reunião do G7 em Hiroshima. O destaque foi o possível encontro de Lula com Volodymyr  Zelensky, presidente da Ucrânia. Contudo, na mesma cúpula havia a intenção do Japão de conseguir apoio para seu plano de descarga de água contaminada de Fukushima no mar. Passado o impacto do desastre de Fukushima, em 2011, sobrou este abacaxi: o que fazer com a água contaminada? Já em 2019 o governo informava que a capacidade de armazenar a água utilizada para resfriar os reatores da usina estava se esgotando. Disse ainda que a solução mais barata para resolver o problema seria lançá-la no oceano Pacífico. Desde sempre houve reação mundial à tentativa. Agora o Japão tentou mais uma vez convencer seus parceiros na cúpula do G7.

Tanques com água contaminada de Fukushima.
Tanques com água contaminada de Fukushima. Imagem, islandsbusiness.com.

Reunião do G7 em Hiroshima

Há anos o Japão ameaça jogar a água contaminada no mar. Atualmente, há 1,3 milhões de metros cúbicos/toneladas de águas residuais radioativas na usina de Fukushima Daiichi em tanques. Agora, o país ameaça, unilateralmente, descarregá-las no Pacífico.

Parece que de tempos em tempos o Japão testa as reações mundiais aos seus anúncios. Contudo, até hoje a reação foi forte o suficiente para evitar mais este problema ambiental aos combalidos oceanos.

Protesto contra o despejo de água contaminada de Fukushima. Imagem, english.news.cn.

As reações começam dentro do próprio país. Segundo o english.news.cn, ‘No período que antecedeu a cúpula do Grupo dos Sete (G7) na cidade de Hiroshima, um grande número de japoneses foi às ruas em Tóquio para protestar contra a decisão do governo de descarregar  água residual contaminada  no mar.’

De maneira idêntica, eles também entregaram uma petição ao governo japonês, à Tokyo Electric Power Company (TEPCO) e ao parlamento, exigindo a suspensão imediata do plano de despejo.

‘Cantando slogans como “Não polua o oceano”, “Proteja a pesca” e “Guarde o futuro” em uníssono, a multidão ergueu faixas e bandeiras com slogans que diziam “Não jogue água poluída no mar” e ‘O mar não é o banheiro para usinas nucleares’.

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Desta vez, na cúpula do G7, o Japão tentou convencer seus parceiros. Porém, segundo o islandsbusiness.com, ‘O Japão não conseguiu obter o apoio unânime do Grupo dos Sete (G7) para o lançamento planejado de água radioativa da usina nuclear de Fukushima no oceano ainda este ano, devido à oposição da Alemanha.’

‘Especialistas disseram que as opiniões divididas dentro do G7 mostraram que a decisão imprudente do Japão não pode nem ganhar o endosso de seus aliados mais próximos, para não falar da comunidade internacional.’

A Alemanha se opôs

O Japão tentou se aproveitar da cúpula do G7 para conseguir incluir uma declaração conjunta. Segundo o site português, www.portuguese.cri.cn, ‘Em fevereiro deste ano, os veículos de imprensa japoneses noticiaram que as autoridades do país queriam adicionar os conteúdos relacionados ao plano de despejo da água de Fukushima no oceano nos documentos da reunião de ministros do clima, da energia e do meio ambiente do G7, em abril. Entretanto, a pretensão foi difícil de ser alcançada devido à oposição da Alemanha e de outros países.’

Mesmo assim, diz o site luso, o governo japonês não desistiu. Na cúpula do G7, chegou a fornecer, especialmente a políticos e jornalistas participantes, alimentos, bebidas alcoólicas e sobremesas produzidas em Fukushima, tentando buscar apoio para a liberação dos resíduos no mar.

A mesma fonte demonstra a forçação de barra por parte do Japão: ‘Nos últimos dois anos, da população japonesa aos países vizinhos, como a China e a Coreia do Sul, até os países insulares do Pacífico, expressaram forte oposição à intenção de descarga do esgoto nuclear no mar. Todos pediram que as autoridades japonesas adotassem uma abordagem correta. Durante a cúpula do G7, japoneses em diversos lugares realizaram protestos, acusando o governo do país de “cometer crime internacional”.

Por que o plano japonês se tornou alvo de críticas públicas?

Cada vez mais estudos mostram que a conduta do Japão causará danos incalculáveis à ecologia marinha e à saúde humana. O esgoto tem alta concentração de mais de 60 tipos de substâncias radioativas, que não sofrem decomposição completa ao passar por filtros usados em tecnologias atuais.

Além disso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ainda não emitiu um relatório de avaliação final sobre o plano de descarga do esgoto de Fukushima no mar.

Já o islandsbusiness.com destacou a posição da Alemanha: ‘A Ministra do Meio Ambiente, Conservação da Natureza, Segurança Nuclear e Proteção ao Consumidor da Alemanha, Steffi Lemke, disse que respeita os esforços feitos pela Tokyo Electric Power Co, operadora da usina nuclear de Fukushima Daiichi, e pelo governo japonês após o acidente nuclear, mas “não podemos aceitar o lançamento da água contaminada”.

Não foi desta vez. Por último, é oportuno lembrar que ainda este ano a Alemanha desligou seus últimos três reatores nucleares. Com isso, o abacaxi volta para o colo japonês. A ver quais serão os próximos passos.

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