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Fernando Henrique Cardoso e a Amazônia, e mais…

Fernando Henrique Cardoso e a Amazônia, e mais…

FHC falou sobre controle de natalidade, e a importância do tema ser debatido nos fóruns adequados. Contou da sensibilidade de Bill Clinton e Nelson Mandela, elogiou o colega, à época da presidência, Mikhail Gorbachev, e deu uma estocada em George W. Bush; enquanto conversávamos sobre a Amazônia. Sempre surpreendente, contou que sua mãe era manauara e que, por isso, cresceu ouvindo o sonho da ‘Amazônia idílica’. Mas também respondeu se o Brasil é o país do futuro, ou o dos tristes trópicos. Aos 89 anos, esbanja  lucidez e  vivacidade. Foi uma conversa gostosa e reveladora: Fernando Henrique Cardoso e a Amazônia, e mais… 

Fernando Henrique Cardoso e a Amazônia, e mais…

Pelo ‘mais’, ele disse que a ONU faz um bom trabalho e não deveria ser demonizada. E pela Amazônia, e a fundamental regularização fundiária, confirmou nossa impressão de que a MP 910 mereceu a alcunha de MP da grilagem. “No meu tempo já conversava sobre isso com Fábio Feldmann, pela importância, mas o que está acontecendo lá é grilarem.”

Por que a dificuldade dos planos da academia saírem dos muros dela própria? “Porque eles ficam lendo livros uns dos outros, é preciso vivência.”

Sobre o meio político, e sua notória desatenção com o tema (do aquecimento global) como temos denunciado sistematicamente nestas páginas, inclusive João Doria e Bruno Covas, FHC foi curto, grosso e certeiro:”Ainda hoje nos meios políticos o conhecimento é retórico, não é verdadeiro; um sentimento autêntico de quem sabe que isso é coisa séria.”

A conversa ainda esbarrou na primeira conferência do clima, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo em 1972; e na Rio 92, vinte anos depois.

FHC ainda falou da ‘importância da preservação da mata atlântica’ em São Paulo, que “os franceses têm razão de nos criticarem sim.”

O Brasil vai surpreender o mundo como diz Paulo Guedes?  “Eu tenho medo que surpreenda mal. O Paulo Guedes é muito ingênuo, muito acadêmico, ele está perdido no Congresso.”

Fernando Henrique Cardoso

Natural do Rio de Janeiro, ele é  sociólogo, professor universitário, escritor e político. Graduou-se em Sociologia pela Universidade de São Paulo e mais tarde tornou-se professor emérito da USP. Foi perseguido depois de 1964, exilando-se no Chile e na França. Mas em 1968 voltou ao Brasil.

Imagem, Sebastián Vivallo Oñate/Agencia Makro/Getty Images.

Foi suplente de Franco Montoro no Senado em 1978. Concorreu à prefeitura de São Paulo mas perdeu para Jânio Quadros. Um ano depois, em 1986, foi eleito para o senado. Era um dos líderes do então PMDB. Junto a outros dissidentes, fundou o PSDB em 1988.

Foi ainda ministro das relações exteriores, e ministro da economia, no governo de Itamar Franco quando domou o dragão da hiperinflação e, com isso,  o passe para disputar e eleição, que venceu.

Seu currículo é imenso e invejável. E a grande maioria já o conhece, por isso somos breves mas indicamos este link para quem quiser saber mais. Fernando Henrique Cardoso foi presidente entre 1995 até 2003.

Imagem de abertura: Sebastián Vivallo Oñate/Agencia Makro/Getty Images.

Ouça o podcast  Desmatamento, queimadas, aquecimento global, com Ricardo Galvão

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