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Endeavour de James Cook, o Mestre dos Mares, encontrado

Achado o Endeavour, navio de James Cook, o Mestre dos Mares

O Museu Marítimo Nacional Australiano(ANMM)  informou que um naufrágio em Newport Harbour, perto de Rhode Island, nos EUA, foi confirmado como o mitológico navio do capitão Cook. “Estou satisfeito que este seja o local de descanso final de uma das embarcações mais importantes e controversas da história marítima da Austrália” (da Inglaterra e do mundo ocidental à época) disse o diretor e CEO da ANMM, Kevin Sumption, em comunicado. “Com  base em evidências de arquivo e arqueológicas, estou convencido de que é o Endeavour de James Cook.”

Polêmica sobre a descoberta

Em seguida à declaração de Kevin Sumption, iniciou-se uma polêmica, ao que parece, menor. O Guardian explica: ‘Havia uma parceria de 22 anos entre pesquisadores americanos e australianos para identificar o navio de Cook, o Endeavour’.

Mas a declaração do CEO australiano atropelou a cooperação. Os pesquisadores do  Projeto de Arqueologia Marinha de Rhode Island (Rimap), disseram que a alegação de que o Endeavour tenha sido identificado gera uma quebra de contrato e culparam “emoções ou política australiana” pelo anúncio prematuro’.

‘O museu respondeu que não violava nenhum compromisso e que Sumption estava “confiante” de que o naufrágio era o Endeavour’. Enquanto os egos norte-americanos e australianos discutem, o Mar Sem Fim deixa a polêmica de lado para contar como foi feita a descoberta.

A descoberta do Endeavour

O HMS Endeavour foi o navio em que o capitão Cook fez um mapa da Nova Zelândia e da Austrália entre 1769 e 1771. O explorador britânico chegou ao largo da costa sudeste do que hoje é a Austrália em 1770, alcançando Botany Bay.

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A réplica of the Endeavour. Imagem, Stephen Schmidt, Australian National Maritime Museum.

‘Depois de um estudo arqueológico de 25 anos da área’, diz a BBC ‘a busca foi reduzida a apenas “um ou dois” locais’. Já o Guardian diz que ‘foram vários os detalhes do naufrágio que convenceram os arqueólogos de que encontraram o Endeavour depois de combinar os detalhes estruturais e a forma dos restos do navio com os planos de arquitetura naval do século XVIII’.

 James Cook

James Cook foi um capitão, navegador e explorador que, em 1768, assumiu o comando da HMS Endeavour e, em 1770, mapeou a Nova Zelândia e a Grande Barreira de Corais da Austrália com seu navio. Mais tarde, reivindicou a região para a coroa britânica apesar da presença de grandes comunidades indígenas.

Cook fez três expedições ao Pacífico. Numa delas (1779), morreu ao entrar em conflito com nativos do Havaí quando, na mesma expedição, um europeu descreveu fascinado um ‘costume exótico’, o surfe, hoje uma das modalidades que buscam apoio para se tornarem

Foi um dos maiores navegadores de todos os tempos e mestre de muitos outros que entraram para a história da navegação mundial,  entre eles o capitão William Bligh, protagonista do motim do Bounty.

Suas viagens o levaram até o círculo polar Antártico, no sul, e ao estreito de Bering, no norte. Em 1771  Cook estabeleceu o primeiro contato com a costa leste da Austrália. Fez a primeira visita à Nova Zelândia, ‘descobriu’ inúmeras ilhas no Pacífico inclusive  o Taiti.

Ao colocar o arquipélago nos mapas mundiais da época Cook, sem o saber, contribuiu para o fim da   raridade  que acabara de encontrar.

Desde então, centenas de viagem ‘exploratórias’ passaram a ser apresentadas às sociedades geográficas da época, que financiavam as viagens.

Pintura do Endeavour, de Samuel Atkins (1787-1808).

Cook combateu com sucesso o escorbuto, doença mortal causada pela deficiência de vitaminas, alimentando sua tripulação com uma dieta que incluía agrião, chucrute e extrato de laranja.

Morreu em uma escaramuça com ilhéus durante uma escala de inverno na Baía de Kealakekua, Havaí, em 14 de fevereiro de 1779.

HMS Endeavour, transformado em navio de carga

Historiadores já sabiam que após voltar ao Reino Unido o HMS Endeavour havia sido convertido em navio de transporte. Ele fazia a ligação entre o Reino Unido e  ilhas Malvinas. A embarcação ficou tão danificada na viagem de exploração de Cook que, mesmo após reparos, só pôde assumir esse tipo de serviço.

O interior do navio. Ilustração,https://www.australiangeographic.com.au.

O Endeavour fez três viagens de ida e volta até as Malvinas. Aquando de sua venda ao empresário, J. Mather, por £ 645 (cerca de £ 80 mil, ou R$ 411 mil) em 1775, ele tentou revender, ou alugar o navio. Contudo,  almirantado não aceitou.

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O desaparecimento do Endeavour dos registros oficiais

Durante a Guerra da Independência, o Endeavour foi afundado pela Marinha Britânica com outros 12 navios para formar um bloqueio da Baía de Narragansett.

O navio desaparece dos registros oficiais até que, em 2007, pesquisadores do Projeto de Arqueologia Marinha de Rhode Island descobriram que Mather enganou o governo.

Uma visita virtual pela réplica do Endeavour

O Deck do navio. Imagem,Museu Marítimo Nacional Australiano.

Você pode conhecer o interior do Endeavour de modo interativo, através do site do Museu Marítimo Nacional Australiano  (ANMM). Entre neste link e experimente. As fotos, de cima e de baixo, são deste tour virtual. É sensacional, diferente e  instrutivo.

Interior do Endeavour. Imagem, Museu Marítimo Nacional Australiano.

Outros tesouros no fundo do mar…

Recentemente, canadenses encontraram um navio lendário desaparecido no século 19. A Embarcação ficou presa no gelo do Ártico em 1845. E outro navio que estava desaparecido há 60 anos também foi encontrado a quase um quilômetro de profundidade, perto da ilha havaiana de Oahu.

Imagem de abertura: Stephen Schmidt, Australian National Maritime Museum

Maiores zonas mortas no oceano, mapeadas pelo MIT

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