Condomínios de luxo jogam esgoto irregular no litoral de São Paulo
Condomínios de luxo jogam esgoto irregular no litoral. São 12,5 milhões de litros de dejetos por dia que deveriam ser tratados. Mas, ao contrário, estão contaminando água e solo. Os dados são da Sabesp. As cidades litorâneas têm cerca de 25 mil imóveis nessa situação
Casas de mais de 200 metros quadrados, com quatro dormitórios e piscina: são elas as poluidoras
Casas de mais de 200 metros quadrados, com quatro dormitórios e piscina, localizadas em condomínios na beira da praia e cujo valor pode chegar a R$ 11 milhões. Quem vê tanto luxo e exclusividade não imagina que imóveis desse tipo descartem esgoto irregularmente, mesmo tendo à sua disposição uma rede coletora de dejetos.
25 mil imóveis nesta situação no litoral de São Paulo
Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) apontam que as cidades litorâneas têm cerca de 25 mil imóveis nessa situação. Considerando que cada residência produz em média 500 litros de esgoto por dia, nosso litoral tem hoje 12,5 milhões de litros de dejetos que deveriam ser tratados, mas, ao contrário, contaminam o lençol freático, o solo, e a água do mar.
Casas dos ricos não fazem ligação à rede de esgotos
Na maioria dos casos, são residências construídas antes de a região receber uma rede coletora de esgoto. Mas elas não fizeram a ligação ao serviço depois que passou a ser oferecido. Esse não é o único mau exemplo dos ‘ricaços’ brasileiros.
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A Sabesp não cobra para fazer a ligação (da casa à rede coletora). Mas o morador precisa gastar, em média, R$ 1,8 mil com a reforma do imóvel para que ele possa ser conectado. O proprietário tem um prazo de 30 dias para solicitar a conexão, após ser comunicado pela Sabesp. Moradores de baixa renda podem participar de um programa estadual em que as obras são gratuitas.
São Sebastião
Na praia da Baleia, uma das mais badaladas do litoral norte, a rede de coleta de esgoto foi liberada (para conexão) em outubro. Mas dezenas de condomínios ainda não tomaram providências.
Casas de até R$ 11 milhões, e porcalhonas!
Em um desses condomínios, na beira da praia, onde cada uma das casas vale cerca de R$ 11 milhões, o esgoto é descartado e tratado por meio de fossa séptica. Um dos funcionários diz que o condomínio já providenciou a regularização. Mas as obras ainda não foram feitas porque estão na temporada. “Os moradores não querem reformas durante o período de férias porque é o período que eles vêm para cá. Agora, só depois do carnaval”, disse.
Por : Fabiana Cambricoli, Enviada Especial / SÃO SEBASTIÃO (foto de: Tiago Queiroz) – O Estado de S.Paulo
José Truda Palazzo Jr., 40 anos de serviços prestados ao meio ambiente.