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Bitucas de cigarro, praga assola litorais do planeta

Bitucas de cigarro,  a principal fonte de resíduos do mundo,  praga que assola litorais do planeta

Chegou a vez de comentarmos as bitucas de cigarro e nossos hábitos insustentáveis. As ‘pontas’ dos cigarros não são biodegradáveis. Demoram de 18 meses, até cinco anos, para se degradarem. E são um dos ítens de lixo mais presentes nas praias do planeta. Estima-se que 5,6 trilhões de cigarros são fabricados anualmente no mundo. A maioria contém um filtro feito de acetato de celulose, um material plástico que pode levar uma década para se decompor. Recente reportagem da NBC afirma que as pontas de cigarro são uma das maiores fontes de poluição oceânica do mundo.

A capacidade de resiliência dos oceanos

Antes de mais nada, o lixo campeão em praias mundo afora foram as bitucas de cigarros, entretanto, depois de 2019, os resíduos plásticos passaram na frente. Apesar disso, entre os plásticos estão também as bitucas já que os filtros de cigarro são feitos de plástico.

O mundo científico continua discutindo um só assunto neste momento: a capacidade de resiliência dos oceanos, versus a da humanidade em destruir e poluir. Alguém poderia perguntar, por que os oceanos?

Simplesmente porque são o mais importante ecossistema do planeta. Foram os oceanos que geraram a vida na Terra. Foi nos oceanos que surgiram os primeiro sinais de vida que, ao se desenvolverem, colonizaram ecossistemas terrestres (Saiba mais). Em resumo, ‘sem o azul, não haveria o verde’.

A capacidade destrutiva do ser humano e os oceanos

Nunca, em toda a história da vida na Terra, uma espécie alterou tanto o planeta, e em uma escala tão rápida, quanto a humanidade. Mudamos os cursos de rios, alteramos a composição química da atmosfera e dos oceanos, domesticamos plantas e animais a ponto de sermos considerados uma força tectônica” no planeta. Esse impacto é tão forte que alguns cientistas estão propondo mudar a época geológica – deixaríamos o holoceno, que começou com o fim da era do gelo, e passaríamos ao antropoceno, a época dominada pelo homem

O autor da trecho acima é Carlos Nobre, cientista brasileiro, membro do painel do IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

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Nova campanha é lançada: chega de bitucas!

Campanhas dão resultado, veja reação aos canudos de plástico

Até o atrasado Brasil respondeu ao desafio dos canudinhos de plástico. Ao menos as elites reagiram.  Algumas cadeias de lanchonetes já não oferecem canudos de plástico. Restaurantes mudam fornecedores. E também começam a NÃO oferecer canudinhos. As redes sociais estão cheias de matérias sobre o assunto. E, nas festas de ‘bacanas’ (aqueles da faixa dos 40 pra cima, onde tenho informações) em vez de canudos de plástico o ‘must’ agora é um tipo de macarrão que tem furo no meio. Parece incrível, mas a sociedade paulista se mexeu.

Até a gigante DrogasilNÃO oferece apenas sacos plásticos

Até a gigante Drogasil já NÃO oferece apenas sacos plásticos para seus clientes levarem remédios. Estive numa das lojas  e, ao recusar o saco plástico, um dos caixas ofereceu-me sacos de papel!! E tudo isso começou aqui mesmo, no Mar Sem Fim, o primeiro ‘veículo’ de informação brasuca a trazer o assunto à tona.  Não é pra menos. Só nos Estados Unidos são produzidos 500 milhões de canudinhos por dia!  Depois de usado por cinco minutos, às vezes menos, ele fica obsoleto e acaba entupindo algum canto do planeta de onde nunca mais vai sair. O plástico não se desfaz. No máximo se quebra em micropartículas…O repúdio ao plástico é apenas o começo. Mas tem um tipo de lixo que parece ser aceito por todo mundo: as bitucas de cigarro.

Cerca de cinco trilhões de bitucas de cigarro poluem os litorais do planeta

Projeto Terramar:As proibições aos canudos de plástico inspiraram uma guerra mundial contra a poluição plástica nos oceanos. A próxima batalha é a limpeza do item que  mais emporcalha as praias do planeta: pontas de cigarro. As bitucas de cigarro são uma forma de poluição  que pode ser reciclada! Isso é, cerca de cinco trilhões de pontas de cigarro atualmente sujando nossos litorais poderiam ter outro destino.”

12 bilhões de bitucas de cigarro são descartadas todos os dias!

A Organização Mundial da Saúde (OMS),  estima que o número de fumantes no mundo é de 1,6 bilhão de pessoas. Essa enormidade de gente descarta  algo em torno de 7,7 bilhão de bitucas de cigarro por dia. Pode?

As ‘pontas’ do cigarro também contêm plástico

De acordo com o National Institutes of Health (NIH), os Estados Unidos enfrentam o consumo anual de 4,5 a 6 trilhões de cigarros, todos destinados ao descarte. Surpreendentemente, muitas pessoas desconhecem que as pontas de cigarro contêm principalmente plástico. Esses filtros, tipicamente feitos de acetato de celulose, um tipo de plástico, desafiam os processos de reciclagem e contribuem significativamente para a crise global de poluição. Este fato ressalta a importância de conscientizar sobre a composição e o impacto ambiental das bitucas de cigarro.

O site da nbcnews.com informa que já há um esboço de campanha, nos USA, para se proibir filtros nos cigarros, uma vez que está provado que eles em nada amenizam os problemas de saúde aos fumantes. Apenas contribuem para mais poluição.

60 milhões de bitucas tiradas das praias

Ainda segundo a nbcnews.com, “a Ocean Conservancy patrocina uma limpeza de praia todos os anos desde 1986. Por 32 anos consecutivos, as pontas de cigarro foram o item mais coletado nas praias do mundo, com um total de mais de 60 milhões durante o período. Isso equivale a cerca de um terço de todos os itens coletados e mais do que invólucros de plástico, recipientes, tampas de garrafas, talheres e garrafas, combinados.”

Antevendo problemas, a indústria começou a agir. A gigante R.J. Reynolds Tobacco Co. lançou uma campanha de “cinzeiro portátil” em 1991, distribuindo bolsas descartáveis ​​para pontas com suas marcas Vantage, Camel e Salem.

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Pior: a reciclagem é recente, e até hoje rara, entenda por quê

As ‘pontas’ eram consideradas lixo não reciclável por conter uma mistura bem equilibrada de produtos orgânicos e inorgânicos, que empresas de reciclagem não sabiam como lidar. No Brasil não há políticas públicas para bitucas mas, apesar disso, hoje várias empresas fazem a reciclagem. No Paraná, por exemplo, bitucas viram adubo para grama. Já a empresa Bituca Verde achou cliente na indústria do cimento. As bitucas podem substituir queima de carvão vegetal em fornos industriais.

No Brasil não é diferente

Matéria da Folha de S. Paulo, de junho de 2015 informa que “na Grande São Paulo são 34,6 milhões de bitucas por dia. No Brasil, 364 milhões; e no mundo, 13 bilhões por dia!”

Bitucas de cigarro nas praias brasileiras

Uma rápida pesquisa confirma a incidência das bitucas nas praias. O site garopabamidia.com.br, diz que “bitucas de cigarro é o lixo mais encontrado nas praias de Garopaba e Imbituba.”

Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Site da prefeitura: “a secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Ubatuba realizou  mutirão de limpeza  na Praia do Perequê Açu. Dezesseis sacos de lixo foram  coletados. Garrafas pet, sacolas plásticas, copos plásticos, micro resíduos (bitucas de cigarro, tampa de garrafa, canudos, papel de balas etc) predominam entre uma grande variedade de resíduos.” www.rc24h.com.br: “Mais de duas mil bitucas de cigarro, deixadas por banhistas, foram recolhidas por voluntários, na praia do Peró, Cabo Frio, onde foi realizada Ação Ambiental 2016 da Região dos Lagos.”

Ingredientes químicos das bitucas de cigarro vazam para o ecossistema

“Os filtros contêm milhares de ingredientes químicos: arsênico, chumbo, nicotina e etilfenol, que vazam para ambientes aquáticos. Em estudo de laboratório, um único cigarro colocado em um litro de água matou metade de todos os peixes marinhos e de água doce expostos.”

Obs. do Mar Sem Fim: isso sem falar nos incêndios nos períodos de secas. Estudos mostram que 25% deles são causados por pontas de cigarro. E mais: poluem o lençol freático, contaminam o solo, poluem o ar, etc.

Objetivos da campanha sobre as bitucas de cigarro

O TerraMar explica a campanha: “Com o objetivo de unir esforços para conter a poluição do cigarro em todo o mundo, a campanha #NoMoreButts do Projeto TerraMar se concentra em duas questões. A poluição por cigarro é a única forma ‘socialmente normal’ de se descartar lixo. Todo mundo faz isso à vista de todos. Ninguém diz nada. Nós queremos mudar isso.  A TerraMar trabalha com pessoas físicas, empresas e grupos de limpezas de praia para ajudar a coletar e reciclar o lixo dos cigarros.”

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Como funciona a campanha #NoMoreButts

“As pessoas podem simplesmente enviar suas bitucas, via correspondência, diretamente para a usina de reciclagem. E para dar às pessoas outra opção, além de jogar lixo em lugar errado, elas também podem adquirir ‘cinzeiros de bolso que extinguem a brasa e isolam o cheiro.”

Vamos participar?

“Você não jogaria uma garrafa de água pela janela do seu carro, então por que jogar uma ponta de cigarro?” Obs. do Mar Sem Fim: é óbvio que a campanha em discussão acontece nos Estados Unidos.

Por exemplo, “a poluição por cigarro é a única forma ‘socialmente normal’ de se descartar lixo. Todo mundo faz isso à vista de todos e ninguém diz nada.” Verdadeiro. Está na hora da gente não aceitar mais este comportamento. Se as pessoas não se tocam que o mundo mudou, compete a nós lembrá-las, afinal, é a nossa casa, temos direito a uma ‘casa limpa’. E outra lembrança do poder destrutivo do cigarro: “um único cigarro colocado em um litro de água matou metade de todos os peixes marinhos e de água doce.”

Caso queira participar, clique aqui e assine a petição. Participe da campanha #NOMOREBUTTS

Fontes: https://theterramarproject.org/no-more-butts/; http://www.garopabamidia.com.br/noticias/titulo/9419/bituca-de-cigarro-acopy-o-lixo-mais-encontrado-nas-praias-de-garopaba-e-imbituba;https://www.ubatuba.sp.gov.br/smma/mutirao-no-pereque-acu-retira/; https://www.nbcnews.com/news/us-news/plastic-straw-ban-cigarette-butts-are-single-greatest-source-ocean-n903661; https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2015/06/1637723-desprezadas-bitucas-podem-virar-papel-adubo-e-combustivel.shtml.

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