Avançam estudos para criação de pepino do mar em Santa Catarina
Esta é uma boa notícia em muitos aspectos. Mas, antes, vamos saber o que é o pepino do mar. Eles são animais parentes de ouriços do mar e estrelas do mar, e um alimento muito procurado. Somente na China, o mercado para sua carne vale US$ 3 bilhões por ano, informa a Economist. A classe a que pertencem é a de equinodermos. Estes, por sua vez, são animais marinhos que apresentam movimentação lenta ou são sésseis e vivem no fundo do mar. Os equinodermos podem ser herbívoros, alimentando-se de algas, ou carnívoros, como a estrela do mar que se alimenta de pequenos animais. E é uma boa notícia porque são muito raros os investimentos em pesquisas para o cultivo de novas espécies marinhas. Além disso, é preciso investigar opções para os milhares de pescadores artesanais que hoje vivem com grande dificuldade.
Novidades na criação de animais marinhos
Santa Catarina é o maior produtor nacional de moluscos bivalves. Ostras, mexilhões e vieiras estão entre os mais cultivados no Estado que praticamente domina a produção nacional, com cerca de 95% do total.
Os moluscos talvez sejam os mais fáceis de cultivar, sobretudo porque são animais filtradores, ou seja, alimentam-se de nutrientes que retiram da água do mar, filtrando-a, e melhorando sua qualidade.
Segundo o estudo Maricultura em Santa Catarina, de Gilberto José Pereira Onofre de Andrade, dependendo da espécie e idade, um único animal adulto pode filtrar, por hora, até 20 litros de água. Considerando-se que uma fazenda padrão, com 1-2 hectares de lâmina de água, possa ter algo em torno de 40.000 bivalves, pode-se dizer que estes se constituem como um verdadeiro exército da limpeza, podendo filtrar até 800 mil litros de água por hora.
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A Redemar Alevinos, fundada em 2008 por Pedro Antonio dos Santos e Claudia Kerber, em Ilhabela, é pioneira na criação de alevinos de garoupa e bijupirá. Claudia, com especialização em fisiologia e veterinária de peixes marinhos, ajudou a empresa a se adaptar a diferentes sistemas de cultivo, tanto em pequena quanto em grande escala no Brasil.
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Uma vez tendo os alevinos, o grande “X” do problema da produção de peixes, a criação fica bem mais fácil. Assim, em 2012, em Alcobaça, sul da Bahia, foi fundada a Prime Seafood, primeira fazenda marinha em terra do Brasil. A empresa vende metade das lagostas vivas do país. Sua grande conquista é desenvolver técnicas para criar peixes em tanques, focando na garoupa-verdadeira.
A criação de pepino do mar
Já mostramos que eles são tão valiosos na Ásia que enfrentaram a sobrepesca e até mesmo o contrabando, envolvendo ninguém menos que a Yakuza. Cerca de 1.711 espécies são conhecidas. A maioria se localiza na região da Ásia-Pacífico. Nos oceanos profundos, os pepinos do mar dominam entre os invertebrados. O animal se alimenta de resíduos de outros organismos que se acumulam no fundo.
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No Brasil também acontece o contrabando, especialmente na região de Angra dos Reis e Paraty. O Japão é outro país que, a despeito de seu alto nível de educação, parece não se importar muito com o mais importante ecossistema da Terra. Além de matarem baleias e golfinhos, também participam do comércio ilegal de pepinos do mar.
Estas informações são importantes para o leitor leigo se dar conta da imensa procura que existe por estes animais.
O estágio das criações no Brasil
O Jornal do Comércio, de março de 2024, informa que as tentativas começaram em 2019 pela empresa Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão rural), empresa pública vinculada ao Governo do Estado de Santa Catarina, e a Universidade do Vale do Itajaí. Este ano, produziram e plantaram as primeiras larvas no mar de Penha. Agora, estão monitorando seu processo evolutivo.