Amazônia, ciência e tecnologia; e a legislação ambiental na visão de José Goldemberg, professor emérito da USP
Expoentes da academia têm defendido aplicar doses maciças de ciência, tecnologia e inovação nas cadeias produtivas da Amazônia. Para estes especialistas, tal processo poderia sinalizar um futuro melhor para os milhões de brasileiros que lá habitam em situação precária.
Um deles, que já comentamos por aqui, é o climatologista Carlos Nobre. Outra, é Bertha Becker, referência quando o assunto é Amazônia, que há dez anos defende uma ‘revolução científica’ para salvar a floresta e levar riqueza e desenvolvimento para seus habitantes.
Bertha, em conjunto com Claudio Stenner, publicou o livro Um Futuro para a Amazônia, onde defende sua tese.
Amazônia, ciência e tecnologia
Uma coisa é certa. Desde a redemocratização, os sucessivos presidentes pouco fizeram pela Amazônia, a não ser procurar manter o desmatamento em ‘níveis toleráveis’. Mas um planejamento a longo e médio prazo, que torne a floresta em pé mais valiosa que derrubada, não foi apresentado por nenhum.
Enquanto o desmatamento ilegal aumenta, especialmente no Governo Bolsonaro, nossa imagem externa derrete. Para comentar este assunto, e falar sobre a legislação ambiental brasileira, conversamos com…
José Goldemberg, professor emérito da USP
O currículo é brilhante e extenso. Doutor em Ciências Físicas pela Universidade de São Paulo, foi reitor da USP entre 1986 a 1990. José Goldemberg foi presidente da Companhia Energética de São Paulo (CESP), e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
No governo federal, foi secretário da Ciência e Tecnologia (1990 – 1991), ministro da Educação (1991 – 1992) e secretário do Meio Ambiente (março a julho de 1992), durante o governo de Fernando Collor de Mello. Goldemberg foi também Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
É reconhecido no cenário externo. Em 2007 foi apontado pela “Time Magazine” como um dos treze “Heroes of the Environment in the category of Leaders and Visionaries.”
No exterior
Foi professor/pesquisador: da Universidade de Paris (França): Princeton (Estados Unidos); High Energy Physics Laboratory da Universidade de Stanford, EUA; Universidade de Toronto, Canadá e ocupante da Cátedra Joaquim Nabuco da Universidade de Stanford (Estados Unidos).
Imagem de abertura: Leandro Negro/Agência FAPESP