❯❯ Acessar versão original

Acidente com o navio Cisne Branco, saiba porquê

Acidente com o navio Cisne Branco, da Marinha do Brasil, em Guayaquil, saiba porquê

Ele é o orgulho da frota brasileira, uma beleza o navio-escola da Marinha do Brasil. Eu tive o privilégio de fazer uma das edições da regata Recife-Fernando de Noronha a bordo deste clássico da vela. Foi uma linda navegada com o Cisne Branco, debaixo de 25 nós de vento, surfando ondas, adernado, a 14,15,16 nós de velocidade. Inesquecível, uma das melhores velejadas de minha vida. O navio, que também é usado como  embaixada flutuante do Brasil, chegou ao porto de Guayaquil depois de participar das comemorações dos 200 anos da Marinha de Guerra do Peru. Mas, em 18 de outubro,  chocou-se contra a ponte de pedestres, que liga Guayaquil à ilha Santay, no Equador. Acidente com o navio Cisne Branco.

Acidente com o navio Cisne Branco, em Guayaquil

Cisne Branco chegou no dia 15/10 ao porto de Guayaquil, depois  de participar das comemorações pelos 200 anos da Marinha de Guerra do Peru.

Atualmente, a missão do navio-escola brasileiro é realizar uma viagem pela América do Sul para divulgar o evento ‘Velas Latinoamérica 2022’, um evento náutico internacional que será iniciado em fevereiro de 2022, no Rio de Janeiro, e faz parte das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.

A colisão produziu no mínimo a quebra de um pedaço de um dos mastros conforme nota da Marinha do Equador: ‘Um dos mastros do veleiro, que chegou a Guayaquil no sábado como parte de um cruzeiro internacional, quebrou, segundo imagens divulgadas no Twitter’.

PUBLICIDADE

Pelo que depuramos, por algum motivo ainda desconhecido, o Cisne Branco estava acima da ponte sobre o rio Guayas cuja correnteza é bem forte.

No segundo vídeo deste post, ao final, a correnteza é tão forte que acabou por provocar o naufrágio de um dos rebocadores (pequeno demais para a correnteza, tamanho e peso do Cisne Branco) que socorreram o navio brasileiro. O terceiro vídeo mostra em detalhes o afundamento do pequeno rebocador.

Imagem, Reprodução.

Rebocador é chamado para ajudar

A Marinha do Brasil divulgou nota onde diz que ‘A Marinha do Brasil (MB) informa que hoje (18), às 15h (horário de Brasília), durante manobra no Rio Guayas, em Guayaquil-Equador, o Navio-Veleiro Cisne Branco colidiu com uma ponte, possivelmente devido ao efeito da correnteza. Um rebocador local, que apoiava o navio, emborcou durante esse movimento. Não houve acidente de pessoal’.

Site do Equador traz mais detalhes

O site Primicias, do Equador, confirmou nossa impressão: ‘Segundo as versões preliminares, a corrente arrastou o navio, que não conseguiu evitar o impacto contra a estrutura. O navio foi auxiliado por barcos de resgate, um dos quais o rebocou para um porto seguro’.

‘Quando o navio foi finalmente capaz de retornar ao seu curso, o rebocador que estava puxando o Cisne Branco adernou pela forte correnteza até emborcar e afundar. No momento, os danos causados ​​ao barco ou à ponte não foram relatados’.

Outro site do país, o Lafm destaca que ‘A Marinha do Equador afirmou em nota que o “acidente” ocorreu “durante a manobra de desatracamento.”

Conheça o Cisne Branco

É um tipo de navio conhecido como clipper, o último modelo de navio a vela a ser construído no mundo. Sua especialidade era a boa capacidade de carga aliada a grande velocidade. Segundo o site da Marinha do Brasil, ‘o navio exerce funções diplomáticas e de relações públicas. A sua missão é representar o Brasil em eventos náuticos nacionais e internacionais, divulgar a mentalidade marítima e preservar as tradições navais’.

O Cisne Branco fotografado ao chegar em Fernando de Noronha. Imagem, arquivo MSF.

Construído pelo estaleiro Damen Oranjewerf, em Amsterdã, Holanda, teve sua quilha batida em 9 de novembro de 1998 e foi batizado e lançado ao mar em 4 de agosto de 1999.

PUBLICIDADE

O Cisne Branco foi entregue em 4 de fevereiro de 2000. Por ocasião da largada da Regata Internacional Comemorativa aos 500 Anos do Descobrimento do Brasil, percorreu a “Rota do Descobrimento”, de Portugal ao Brasil. Foi submetido à Mostra de Armamento e incorporado a Armada em 9 de março de 2000.

Assista ao vídeo e saiba mais

Conseguimos outro vídeo que mostra o acidente em mais detalhes

Este terceiro vídeo mostra claramente o emborcamento e naufrágio de um dos rebocadores

PUBLICIDADE

Conheça os motivos do acidente

Dias depois da colisão com a ponte, o Mar Sem Fim ainda procurava os motivos do acidente quando encontramos o vídeo abaixo que traz a provável explicação ou, no mínimo, sugere a mais plausível até o momento, sujeito a ser confirmada no inquérito que já foi aberto. A ver.

O que mais impressiona em todos os vídeos, é força e violência da correnteza:  é fortíssima! De acordo com o vídeo, o Cisne Branco decidiu desatracar na hora da troca da maré e, provavelmente, teve algum problema com o motor.

Por este motivo, e refém da correnteza, os marinheiros jogaram a âncora que, entretanto, não foi capaz de segurar o navio. Pode-se vê-lo arrastando em direção ao obstáculo com a corrente da âncora tesa, mas arrastando.

Ao mesmo tempo, os rebocadores que dão apoio eram pequenos demais para as condições e o porte do navio.

PUBLICIDADE

Portanto, se a conjectura estiver correta, houve duplo erro: dos brasileiros que aceitaram sair do cais com rebocadores incapazes para seu porte, e do pessoal do porto do Equador responsável pelos mesmos.

Eles são profissionais acostumados com a correnteza. Jamais poderiam ‘apoiar’ o Cisne Branco com barcos pequenos como os que aprecem no vídeo.

Assista

Imagem de abertura: Reprodução

Fontes: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/veleiro-cisne-branco-da-marinha-do-brasil-bate-em-ponte-para-pedestres-no-equador; https://www.primicias.ec/noticias/lo-ultimo/buque-escuela-brasil-guayaquil-isla-santay-ecuador/; https://www.defesaaereanaval.com.br/acidentes-navais/acidente-com-o-nv-cisne-branco-no-equador?fbclid=IwAR1R4pK2542Dp1KBK6jCKha_ZJfaauY-UsKju9YAr3sHwNlDTJypyiHeZw0; https://www.lafm.com.co/internacional/video-buque-de-la-marina-de-brasil-se-estrello-contra-puente-en-ecuador.

Cobras marinhas, um estranho animal ausente do Atlântico

Sair da versão mobile