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A devastação das florestas tropicais no mundo em 2021

A devastação das florestas tropicais no mundo em 2021

Não só o Brasil teve perdas florestais significativas em 2021. Isto ocorre por uma série de motivos que vão do aquecimento global, até mesmo a ação criminosa de certos governos, como acontece no Brasil. Mas não é tudo. Atuam, igualmente para as perdas, a pressão da agricultura, a extração de madeira, e a urbanização. E, até mesmo, a pobreza extrema como acontece no Congo. Desse modo, em 2021 só em florestas tropicais, a mais rica de todas, a devastação foi de 11,1 milhões de hectares. Os números são do relatório Forest Pulse publicado anualmente pelo World Resources Institute (WRI). Por sua vez, a WRI utiliza dados geoespaciais da Universidade de Maryland. A devastação das florestas tropicais no mundo em 2021.

Onze milhões de hectares de florestas tropicais perdidas em 2021

Antes de mais nada, dos 11 milhões de hectares, diz o relatório, ‘3,75 milhões ocorreram nas florestas tropicais primárias. Estas são áreas de importância crítica para o armazenamento de carbono e biodiversidade’. E mais: ‘A perda de florestas primárias tropicais em 2021 resultou em 2,5 Gt de emissões de dióxido de carbono, equivalente às emissões anuais de combustíveis fósseis da Índia’

A importância das florestas tropicais, seja para o armazenamento de carbono, seja pela biodiversidade, poder ser medida pelo simples fato de que cobrem 7% do planeta, enquanto abrigam cerca de 50% da biodiversidade mundial.

Distribuição das florestas tropicais no mundo. Ilustração, Wikipedia.

Num mundo onde o aquecimento global está totalmente fora de controle, estas perdas somadas justificam a enorme repercussão da devastação da Amazônia brasileira, a maior floresta tropical do mundo.

Indonésia diminui a devastação pelo quinto ano consecutivo

Enquanto Brasil e Congo são os campeões de perdas, a Indonésia dá o exemplo e mostra ser possível a diminuição desde que haja vontade política.

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Segundo o relatório da WRI, ‘a taxa de perda de florestas primárias na Indonésia continuou a diminuir em 2021 pelo quinto ano consecutivo, caindo 25% em relação a 2020’.

O relatório saúda o país e suas metas assumidas nos acordos do clima. Para o WRI, ‘ a Indonésia atualizou seu plano climático nacional (NDC) com o compromisso de reduzir as emissões em seu setor florestal e de uso da terra, de modo que se torne um sumidouro líquido de carbono até 2030’.

Enquanto o ‘usina de crises’ duvida do aquecimento e induz a bandidagem na Amazônia, outros países fazem sua parte e alcançam reconhecimento internacional.

Relatório do WRI e o Brasil

Já sobre o Brasil o relatório diz que ‘a taxa de perda de florestas primárias tem sido persistentemente alta nos últimos anos. A perda relacionada a incêndios flutuou dependendo do nível de casos fora de controle, mais recentemente com um pico em 2020 na Amazônia e Pantanal. Enquanto isso, as perdas não provocadas por incêndios, que no Brasil são mais frequentemente associadas à expansão agrícola, aumentaram 9% de 2020 a 2021′.

Bolívia e perdas florestais

Como mostra o primeiro gráfico, a Bolívia, há muito desacreditada no cenário internacional, dá grande contribuição surgindo em terceiro lugar.

Sobre esta performance, diz o WRI, ‘A perda de floresta primária na Bolívia atingiu seu nível mais alto já registrado em 2021, com 291 mil hectares, superando a Indonésia mais uma vez para ter a terceira maior perda de floresta primária entre os países tropicais’.

Perdas da floresta primária no Congo

Por último, vamos à análise das perdas do país africano que são ainda mais dramáticas se levarmos em conta que o Congo tem a segunda maior floresta tropical depois da Amazônia. Além disso, sua economia ocupa o o sexto lugar entre os países mais pobres do mundo com um PIB per capita  de US$ 1.132. Para efeito de comparação, o Brasil é hoje a décima segunda maior economia do mundo, com um PIB per capita de US$7,541.960.

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Como nos anos anteriores’, diz a WRI, ‘as altas taxas persistentes de perda de florestas primárias continuaram na República Democrática do Congo (RDC). Como resultado, o país perdeu quase meio milhão de hectares de floresta primária em 2021 devido à expansão da agricultura de pequena escala e à colheita de árvores para atender às demandas de energia’.

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Entretanto, sobre o Congo há um porém não especificado pelo relatório. Por certo, ele aponta que as principais causas foram a ‘expansão da agricultura de pequena escala’ e, em segundo lugar, a ‘colheita de árvores para atender às demandas de energia’.

Ressalvas quanto às perdas do Congo

O relatório não se estende muito sobre as ressalvas que apontamos. Entretanto, o New York Times o fez na matéria  How Demand for Twigs Is Bringing Down a Rainforest (Como a demanda por galhos está derrubando uma floresta tropical).

O Times destaca que ‘quase 90% dos 89,5 milhões de habitantes do Congo dependem de lenha e carvão para cozinhar’. Mais adiante, diz o jornal, ‘a maior parte do esgotamento florestal no Congo é uma questão de sobrevivência’.  Ou, ‘A rede elétrica mal existe nesta nação de desigualdades gritantes’.

Neste sentido, o papelão do Brasil da era destrutiva de Bolsonaro fica ainda mais descarado e difícil de aceitar. Seja por brasileiros esclarecidos, seja pela comunidade internacional.

Ameaças ao litoral da região metropolitana do Recife

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