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70 milhões de pessoas ameaçadas pela inundação marítima até 2050

70 milhões de pessoas ameaçadas pela inundação marítima até 2050, segundo dados da ONU

Dois dias antes da COP28, a Human Climate Horizons, em parceria com o PNUD e o Laboratório de Impacto Climático, divulgou um relatório preocupante. O documento aponta que a América Latina, o Caribe, o Pacífico e os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento correm risco de perder terras e infraestrutura crítica por inundação marítima permanente. Centenas de cidades densamente povoadas enfrentarão maior risco de inundações. Segundo o relatório, 70 milhões de pessoas estão ameaçadas. No Brasil, Santos e Rio de Janeiro podem perder 7,57% e 7,35% de seus territórios, respectivamente.

Santos e as inundações marítimas
Santos e as inundações marítimas segundo a Human Climate Horizons.

A extensão das inundações costeiras aumentou nos últimos 20 anos

O relatório revela que, nos últimos 20 anos, as inundações costeiras aumentaram devido à elevação do nível do mar. Isso significa que agora 14 milhões de pessoas a mais vivem em comunidades costeiras com risco anual de inundação. Se continuarmos no atual ritmo de emissões globais de gases de efeito estufa, até o final do século a área de inundação que ocorre uma vez a cada 20 anos abrangerá regiões onde vivem quase 73 milhões de pessoas.

Esta revelação chega em um momento crucial, às vésperas da COP28, que já começa com ceticismo. Este alerta pode influenciar as decisões sobre transações de petróleo na cúpula mundial.

Costa brasileira e inundações marítimas caso continue o mesmo ritmo de emissões.

O relatório avisa que centenas de cidades densamente povoadas enfrentarão maior risco de inundação até meados do século, em comparação a um cenário sem mudanças climáticas. Áreas que abrigam cerca de 5% da população de cidades costeiras, como Santos no Brasil, Cotonou em Benin e Kolkata na Índia, estarão em risco. Até o final do século, estima-se que a exposição ao risco de inundação dobre para 10% da população nessas áreas.

Nos cenários mais extremos de aquecimento global, o mar inundará cerca de 160.000 quilômetros quadrados de terra costeira até 2100. Isso é mais do que a área total da Grécia ou Bangladesh. Grandes áreas de cidades costeiras no Equador, Índia, Arábia Saudita, Vietnã e Emirados Árabes Unidos, sede da COP28, sofrerão com essas inundações.

‘Décadas de progresso do desenvolvimento humano em risco’

Pedro Conceição, diretor do Escritório de Relatórios de Desenvolvimento Humano do PNUD, alertou que o aumento do nível do mar ameaça décadas de progresso do desenvolvimento humano. Isso afeta zonas costeiras densamente povoadas, onde vive uma em cada sete pessoas no mundo.

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A hora de agir é agora

Ele destaca a urgência de agir agora. O aumento do nível do mar pode deslocar milhões de pessoas e interromper a atividade econômica nos principais centros de negócios. Isso pode gerar instabilidade e intensificar a competição por recursos. A recente pesquisa do PNUD e do Climate Impact Lab serve como um alerta para os participantes da COP28.

Sem defesas costeiras, no pior cenário de aquecimento até o final do século, 5% ou mais das cidades de Guayaquil no Equador; Barranquilla na Colômbia; Santos e Rio de Janeiro no Brasil; e Kingston na Jamaica, devem ficar permanentemente abaixo do nível do mar.

Hannah Hess, diretora associada do Climate Impact Lab, afirma que essas projeções não resultam de conclusões apressadas. Em vez disso, elas podem impulsionar ações concretas.

Agora, é aguardar e torcer por uma COP realmente eficaz.

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