❯❯ Acessar versão original

Viagem da Kika, diário de bordo Nº 2

Viagem da Kika, diário de bordo Nº 2: NAVEGAÇÃO DE VIANA DO CASTELO ATÉ AS ILHAS CANÁRIAS

O site Mar Sem Fim está acompanhando a viagem da Kika, Francisca Przirembel Angeli, amiga que resolveu dar um tempo e velejar pelo mundo. Este é seu segundo relato.

Poseidon e Netuno

Depois de muito trabalho o barco finalmente ficou pronto. Em Viana do Castelo fizemos amigos que apoiaram nosso projeto, entre eles João Rego e Rui. Antes de partir realizamos o ritual a Netuno para troca de nome do barco, pois o antigo proprietário manteve o nome anterior para si. De acordo com a lenda, todo barco é “inscrito” pelo nome no Livro das Profundezas e é conhecido pessoalmente por Poseidon e Netuno, os deuses do mar. Para mudar o nome de um barco é preciso excluí-lo do Livro das Profundezas e da memória de Poseidon. Após o ato de purificação realizamos a cerimônia de batismo do Trinidad d’Magalhães, em homenagem ao primeiro barco europeu que cruzou o Oceano Pacífico, sob o comando de Fernão de Magalhães, em 1521. O próximo passo na cerimônia é para acalmar os deuses dos ventos, como os quatro ventos são irmãos devem ser invocados ao mesmo tempo sem deixar de citá-los pelo nome.

Zarpando na véspera do Natal

Zarpamos dia 24 de dezembro, com Viana do Castelo em clima de Natal. O inverno já havia chegado e estávamos ansiosos para navegar em temperaturas mais amenas. Nos afastamos em torno de 50 milhas da costa, para além da plataforma portuguesa, onde não há risco de enroscar nas redes colocadas por pescadores. A direção e a intensidade do vento foram muito variáveis, saímos com vento nordeste, que rondou para leste, depois sudeste e finalmente sul chegando nas ilhas Canárias. Tivemos calmaria e vento até força 7 (32 nós aproximadamente). O mar chegou a ficar bastante repicado, com grande ondulação, nos momentos mais intensos velejamos com a vela mestra rizada e a genoa enrolada. O percurso em linha reta foi de 902 milhas náuticas. Avistamos um grupo de baleias, provavelmente orcas, vários golfinhos, peixes voadores e águas vivas.

A rotina de bordo

A bordo logo se instala uma rotina de tarefas, à noite fazemos turnos de vigia e nos revezamos a cada 3 horas. Os equipamentos auxiliam uma navegação segura. O piloto automático mantém o rumo desejado, o radar avisa a aproximação de outra embarcação, no plotter do gps podemos ver a carta náutica com nosso percurso e o Navtex passa a previsão metereológica. Chegando nas Canárias o rádio passa avisos importantes às embarcações.

A tripulação da primeira perna com cerca de 900 milhas

Aportamos na Marina San Miguel em Tenerife dia 3 de janeiro. Aqui tem muitos veleiros e tripulações de várias nacionalidades.

Por enquanto é isso, até a próxima!

Saiba mais sobre esta viagem.

Sair da versão mobile