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Tratado internacional para o plástico avança

Tratado internacional para o plástico avança

Desde sua invenção nos anos 50 do século passado o plástico tem sido um sucesso, por um lado, e um fracasso, por outro. O sucesso vem do fato de que o material é leve, e pode ser aplicado a um sem-número de opções, de materiais cirúrgicos, a partes de automóveis. O fracasso vem do fato de que é extremamente difícil reciclar os sete tipos de plásticos existentes. Não é por outro motivo que cerca de 80% de tudo o que já foi produzido de plástico no mundo, algo em torno de 8.3 bilhões de toneladas métricas, apenas 20% tenha sido reciclado. O resto está nos mares, em aterros, ou espalhados em ambientes terrestres. Nenhum país é capaz de enfrentar o desafio sozinho. Por isso é importante um tratado internacional para o plástico.

Imagem de resíduos plásticos
Imagem, Governo da Bahia.

Tratado internacional para o plástico avança

No ano de 2020 comentamos a ideia que nascia, um tratado internacional para lidar com o plástico, assim como o Acordo de Paris surgiu para lidarmos com a descarbonização das economias mundo afora. Além da dificuldade na reciclagem, sabe-se que a produção anual continua na casa dos 300 milhões de toneladas.

Ao mesmo tempo um novo estudo sugere que o plástico deve triplicar nos oceanos até 2040, em uma média de 32 milhões de toneladas (29 milhões de toneladas métricas) por ano, segundo matéria da National Geographic.

A matéria da NG mostra que não há sequer uma definição para o que é um sacola plástica, existindo hoje no mundo sete caracterizações diferentes. Mesmo assim, ‘até o momento 115 nações adotaram a proibição de sacolas plásticas, mas de maneiras diferentes’.

Grandes marcas entram na luta contra o plástico

A novidade deste ano é que até as grande marcas abraçaram a ideia. Segundo a CNN, grandes marcas como a Coca Cola e PepsiCo defenderam nesta segunda-feira (17/1) um pacto global de combate à poluição causada por plásticos e que inclui cortes na produção, o que potencialmente afetaria a indústria petrolífera, que tem no setor um de seus principais clientes’.

A CNN lembrou que 2022 é um ano especial para o tema. ‘Autoridades mundiais se reunirão em uma conferência da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA 5.2) neste ano para negociações sobre um tratado contra resíduos plásticos que estão devastando oceanos e matando a vida selvagem’.

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100 países concordam com o tratado

Para Hugo-Maria Schally, chefe da unidade de cooperação ambiental multilateral da Comissão Europeia, ouvido pela NG: “Basicamente, os governos não conseguirão fazer o que é necessário se não puderem contar com uma parceria e estrutura internacionais. Não vai dar certo. “É um problema concreto que exige uma solução concreta, e um acordo global providenciará isso.”

Não resta dúvida de que ele está certo. A produção de plástico deve triplicar até 2050. Ou o mundo se junta para enfrentar a hecatombe, ou melhor já escolher o seu lugar em Marte, a Terra será inundada por resíduos plásticos.

Segundo a National Geographic, ‘a poluição por plástico está em pauta nas Nações Unidas desde 2012. Em 2019, na última reunião de Nairobi, as negociações não evoluíram principalmente pelos Estados Unidos (de Donald Trump) que se opuseram a um tratado vinculativo’.

Estudo de Caso de Negócios para um Tratado da ONU sobre Poluição por Plástico

Erik Lindebjerg, que lidera a campanha de resíduos plásticos do World Wildlife Fund, ajudou a supervisionar a publicação The Business Case for a UN Treaty on Plastic Pollution (em tradução livre, Estudo de Caso de Negócios para um Tratado da ONU sobre Poluição por Plástico) feito em parceria com a Fundação Ellen MacArthur, que detalha como um tratado resolveria diversos problemas comerciais.

O melhor é que a National Geographic informa que o setor produtivo ‘também voltou atrás em sua decisão’. Aliás, esta não é a primeira tentativa.

Já houve quem sugerisse que os bancos, assim como facilitam a vida das empresas que levam a sério o conceito ESG,  “environmental, social and governance” (governança, ambiental, social e corporativa), geralmente usado para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa, também deveriam ‘punir’ os produtores de plástico ao financiarem a cadeia de suprimentos do setor.

A revista ouviu um executivo do Conselho Americano de Química que, falando em nome do Conselho Internacional de Associações Químicas, declarou: ‘acreditamos que um instrumento global é necessário para nos ajudar a eliminar resíduos do meio ambiente e auxiliar as empresas a cumprirem compromissos voluntários’.

Em outras palavras, a porta se abriu. Agora é uma questão de tempo. Sem a participação da fortíssima cadeia de produtores a proposta tinha poucas chances, agora, não mais.

Tratado internacional para o plástico: próximos passos

A National Geographic diz que negociações preliminares para a próxima reunião estão em andamento. Ela envolve os países nórdicos, os países insulares, além de Alemanha, Equador, Gana, e Vietnã que já fizeram reuniões. Outras estão previstas para breve.

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Eles discutem a data limite para a eliminação do plástico. Além disso, os países procuram a ‘definição de padrões que eliminariam inconsistências: a definição do que é uma sacola plástica, metas e planos nacionais, a criação de um fundo’, etc.

A revista também diz que ‘a opinião pública está provocando mudanças. A poluição por plástico é uma das três preocupações ambientais mais prementes, junto com as mudanças climáticas e a poluição da agua’.

Imagem de abertura: Governo da Bahia

Fonte: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2021/06/tratado-global-para-controlar-poluicao-por-plastico-ganha-forca; https://www.cnnbrasil.com.br/business/grandes-marcas-defendem-pacto-global-para-corte-na-producao-de-plastico/.

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