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Salmão transgênico: ficção ou realidade, qual sua opinião?

Salmão transgênico:  animal geneticamente modificado para servir de alimento

O Salmão é o primeiro animal geneticamente modificado a receber aprovação para servir de alimento no mundo: o Salmão transgênico é uma realidade.

O Salmão transgênico

Ficção científica ou realidade?

Realidade que lembra ficção. A produção, venda, e consumo do  salmão transgênico  foi aprovada pela rigorosa Food and Drug Administration, dos EUA, a FDA.

A criatura é uma produção da empresa AquaBonty. Ela colocou no salmão atlântico o DNA do salmão real, uma espécie gigante oriunda do Pacífico. A grande vantagem da espécie modificada é que ela cresce mais rapidamente que as outras: em um ano e meio atinge o tamanho típico dos três anos, que é o exigido pelo mercado. A nova espécie foi batizada como AquAdvantage. De acordo com o site da empresa, “somos uma pequena empresa com uma visão ousada. Queremos aumentar o número do melhor salmão do Atlântico. Um peixe que é nutritivo, delicioso, fresco e acessível”.

Revista Nature considera a aprovação “uma decisão histórica”

A conceituada revista científica, Nature, considerou a decisão da FDA como  “histórica”. A revista explica que a empresa AquaBonty “esperou 18 anos, e 60 milhões de dólares em investimentos, até conseguir o OK da FDA”. A decisão desagradou inúmeras ONGs.

Resistências contrárias às modificações genéticas

No Canadá, onde as ovas usadas pela AquaBonty são modificadas, há forte resistência contra a aprovação para o consumo. Campanhas organizadas por ONGs pedem que os descontentes mandem e-mails para o ministério da saúde pedindo que experimentos genéticos sejam proibidos: “Email the Minister of Health today, to Stop GM Fish“.

Os dois peixes têm 18 meses. O maior, GM (genetically modified),  é o geneticamente modificado. Extinção das espécies

Com o crescimento da população mundial, e seus usos e costumes insustentáveis, não são poucas as espécies ameaçadas. Há quem diga que a nossa geração será a responsável pela sexta extinção. Uma coisa é certa: os cientistas concordam que a vida marinha vem sofrendo com a poluição, acidificação dos oceanos, o desaparecimento de habitats naturais, e a introdução de espécies exóticas. De 1950 até hoje a pesca liquidou com 90% dos maiores predadores marinhos, entre eles, o salmão selvagem, que está à beira da extinção.

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Maior perigo do salmão transgênico

Os críticos do salmão geneticamente modificado receiam que ele escape dos tanques de criação para a natureza, o que poderia prejudicar ainda mais as espécies naturais. A esta crítica, o FDA responde que só serão produzidas fêmeas estéreis, e que “as instalações nas quais o animal será criado dispõem de uma série de barreiras físicas múltiplas e repetidas, para evitar que os ovos e os peixes escapem”.

A situação do pescado em escala mundial é tão preocupante que tem gerado experimentos os mais diversos. Este é o caso do salmão geneticamente modificado. Outro, é  experiência de criação de salmões em cativeiro. Hoje 70% do salmão consumido no mundo é criado em viveiros.

Tanques de criação de salmões nos canais da Patagônia

O Chile foi mais ousado. Um país do hemisfério sul que decidiu  produzir uma espécie do hemisfério norte. Apesar dos riscos da introdução de espécies exóticas, considerada por cientistas como a segunda maior causa da perda da biodiversidade (a primeira é o desaparecimento de habitats naturais), o Chile hoje é o segundo maior produtor de salmões, só perdendo para a Noruega.

Em minha primeira viagem à Antártica, visitei uma destas polêmicas fazendas de criação. A maioria delas se localiza nos canais da patagônia.

A aprovação para consumo do salmão gerou uma onda de protestos em várias partes do mundo, inclusive no Canadá, onde foram aprovadas as ovas geneticamente modificadas,

Tanques de criação de salmões nos canais da patagonia

Diminuição de pescado é mundial

Dados da ONU mostram que a pesca no mundo atingiu  160 milhões de toneladas anualmente, sendo que 40% deste volume vêm da aquicultura.

Outro dado (mundial) interessante é que os “pescadores artesanais respondem por 90% da força de trabalho no setor, embora os benefícios  do comércio internacional raramente cheguem às  comunidades”.

A solução para o crescimento da pesca mundial tem sido a tecnologia. Entre outras ela deu considerável contribuição para  a criação de várias espécies em cativeiro, ou os experimentos como o da modificação genética de algumas espécies.

(fonte principal: site do jornal El País de 19/11)

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