Recifes artificias com pneus na Flórida: fracasso total
De acordo com a publicação do usatoday.com, de 2007, em 1972 cerca de 2 milhões de pneus foram jogados próximos da costa, em Fort Lauderdale. A área fica a uma distância de uma milha da costa, defronte a condomínios de alta classe. A ideia era liberar aterros entupidos, ao mesmo tempo em que se “criava”recifes artificias com pneus…
Os oceanos têm ‘mágicas’ que os ajudam a renascer mesmo com as barbaridades que os seres humanos cometem contra eles. Um dos exemplos é este: muitos substratos duros colocados no mar muitas vezes atraem vida marinha.
Primeiro vem as algas que colonizam este suporte. Depois, moluscos e outras formas de vida marinha. Finalmente, estas formas de vida atraem os pequenos peixes, que são presas dos maiores, e assim por diante. Forma-se a cadeia alimentar.
Recifes artificiais no Brasil
No Brasil algumas experiências foram feitas com blocos de concreto. No litoral do Paraná o professor Frederico Brandini, da USP, comandou esta ação. Há outras, com navios fora de uso que são cuidadosamente preparados, depois afundados com o mesmo fim.
Mais recentemente, no final de 2020, as redes sociais repercutiram o afundamento controlado do ferry-boat Agenor Gordilho e o rebocador Vega na linda Baía de Todos os Santos, com resultados excelentes.
Recifes artificias com pneus na Flórida: o erro
O maior problema é que os pneus foram amarrados com nylon e aço, de modo a ficarem juntos, criando um grande recife. Mas não foi o que ocorreu. Muitos se soltaram e foram dar na praia.
Outros estão “espalhados por uma área com tamanho equivalente a 31 campos de futebol.” A matéria prossegue informando que “milhares de outros também se soltaram e hoje estão atolando os recifes naturais da região.”
Ray MacAliister, professor de engenharia oceânica da Florida Atlantic University, idealizador do projeto reconhece o erro:
ele não funciona. Foi uma má ideia
Outro especialista citado é William Nuckols, coordenador da Coastal America, que agora lidera um grupo de limpeza formado por mergulhadores e cientistas. William foi categórico:
os recifes com pneus tornaram-se uma máquina de matar corais mundo afora em todos os lugares onde experimentos semelhantes foram tentados.
A matéria informa que, no início do projeto, até o fabricante Goodyear ajudou cedendo pneus. Acontece que eles não aguentam a força das marés, ou dos furacões comuns na região.
Acabam se soltando e poluindo ainda mais o ambiente marinho. Sem falar que muitos, mesmo amarrados uns aos outros, depois de certo tempo liberam pedaços de borracha e ou componentes usados na fabricação, complicando mais a situação.
Até hoje isso é um problema na Flórida
Matéria do theguardian.com, de 2015, diz que “funcionários da Flórida retomaram o levantamento de algumas centenas de milhares de pneus despejados de suas costas décadas atrás durante uma tentativa mal sucedida de criar um recife artificial”.
“Em 2007 cerca de 62 mil pneus foram retirados. O esforço de limpeza começou de novo na semana passada. Está focado no recife de artificial de Osborne, uma enorme pilha de cerca de 700 mil pneus perto de Fort Lauderdale”.
Assista ao vídeo que trata deste fiasco: