Primeira travessia do Atlântico de caiaque
Em 1928 o Capitão Franz Romer partiu de Lisboa para a expedição considerada a primeira travessia do Atlântico de caiaque. Segundo o livro “Os Navegadores Solitários”, de Jean Merrien, ao partir para a primeira travessia do Atlântico de caiaque o capitão de origem alemã Franz Romer perseguia um objetivo científico e altruísta. Ele queria provar que era possível sobreviver. Lutar com o oceano e alcançar a terra em um barco minúsculo.
Primeira travessia do atlântico: o Deutsches Sport, media 6 metros de comprimento
Seu caiaque, batizado Deutsches Sport, media 6 metros de comprimento por 0,95 m de largura e tinha calado de 0,25 m. Para a primeira travessia do Atlântico, ele adaptou a embarcação com uma vela quadrangular e um leme controlado pelos pés.
Equipou o barco com flutuadores cheios de ar e reservatórios de gás carbônico. Embora o prospecto de venda indicasse carga máxima de 600 quilos, partiu levando ao menos 680 — entre água doce, alimentos, velas de reserva e até um pequeno fogão.
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Prefeitura do Rio decepa mangues por árvore de NatalPau-brasil ganha normas internacionais mais fortesTeste de mineração em alto mar reduz vida marinha em 1/4A viagem começou em 31 de março de 1928, no Cabo de São Vicente, em Portugal. Em apenas 11 dias, ele alcançou as Ilhas Canárias, ponto que marcou o início da travessia propriamente dita.
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Já nessa primeira travessia pôde pressentir o que lhe reservava a aventura: enfrentou o primeiro furacão e passou três dias e noites sem dormir.
(Em há quem participe de regatas que cruzam o oceano a remo...enquanto outros pegam ondas com barcos a remo, surfando, e fazem bonito).
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Zarpou novamente em 3 de junho de 1928, rumo a Nova York. Foram três meses de uma travessia árdua em seu minúsculo caiaque. Ele navegava sentado, sem poder se mover nem esticar as pernas, e mal conseguia atender às necessidades mais básicas.
Para cozinhar, colocava o fogão entre as pernas. Até que um dia o equipamento pegou fogo — e, para não se queimar, ele o lançou ao mar.
88 dias de navegação
Depois de 88 dias de sofrimento extremo, com o corpo ferido pelo sal e coberto de úlceras, o capitão Romer chegou à Ilha de Saint Thomas. Foi levado a um hotel, onde dormiu por 48 horas seguidas, e depois permaneceu várias semanas em um hospital.
Recuperado, retomou a viagem rumo a Nova York no início de outubro — sem imaginar que uma nova tempestade voltaria a cruzar seu caminho.
Visto pela última vez no Cabo Hateras
Nenhum vestígio dele jamais foi encontrado. Mesmo sem deixar registro escrito da travessia, Franz Romer é reconhecido como o primeiro navegador a cruzar o Atlântico em um caiaque. Hoje, essa façanha inspira regatas e expedições a remo no hemisfério norte.
Mais recentemente, o polonês Olek Doba, aos 67 anos, refez a travessia pela segunda vez e entrou para a história como o homem mais velho a cruzar o Atlântico em um caiaque.
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