Ponte Hong Kong-Zuhai-Macau, o estado da arte da engenharia, domando o mar?
A aglomeração urbana do Delta do Rio das Pérolas é considerada a maior do mundo com 67 milhões de pessoas. Um dos motores econômicos da China. Pudera. Num dos extremos do Delta, está Hong Kong; no outro, Macau e Zuhai, as três mais importantes cidades do sul da China. Nas últimas décadas a região experimentou um extraordinário crescimento econômico. Tornou-se um dos principais centros comerciais e industriais do mundo. Segundo os especialistas, a experiência internacional mostra que uma das chaves para a exploração das oportunidades econômicas deve ser uma cooperação mais estreita entre as cidades. Foi o que determinou a colossal construção da Ponte Hong Kong-Zuhai-Macau.
Ponte Hong Kong- Zuhai- Macau em números
Com 55 quilômetros, sua construção consumiu 400 mil toneladas de aço, quantidade suficiente para erguer mais de 60 torres Eiffel. A estrutura tem três seções de pontes e um túnel submarino.
A construção não é cem por cento chinesa. Trabalharam nela especialistas do Reino Unido, Japão e pelo menos 11 outros países. Custo total de US$ 20 bilhões de dólares, 18 trabalhadores morreram em sua construção.
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A ponte tem seis faixas de rolagem (três em cada sentido). A velocidade máxima é de 100 km/hora. As obras começaram em 15 de dezembro de 2009, e a estrutura principal foi concluída em 7 de julho de 2017.
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Foram utilizados cimento suficiente para construir 22 edifícios Chrysler, como o de Nova Iorque. Os responsáveis garantem que ela resiste a ventos de até 340 Km/hora.
Foi projetada para funcionar por pelo menos 120 anos. Para o país que já ergueu a primeira cidade solar do mundo, até que a ponte não é assim tão, tão, tão…
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Como observado pela Hong Kong Free Press, alguns estão preocupados com o fato da ponte ser um caminho implícito para que o Estado chinês ganhe mais controle direto sobre a semiautônoma Hong Kong.
O projeto foi alvo de duras críticas em Hong Kong, onde havia pouca demanda do público ou apetite por maiores ligações com Macau ou Zhuhai.
Moradores de Hong Kong temem que a cidade seja inundada por turistas da China continental.
O impacto ambiental da Ponte Hong Kong- Zuhai- Macau
A CNN diz que “embora seja um feito impressionante de engenharia, a construção trouxe suas próprias controvérsias. O Delta do Rio das Pérolas é o lar de uma população chinesa de golfinhos ameaçada de extinção que tem sido golpeada por esforços maciços de recuperação de terras em Hong Kong e outras cidades.
Ambientalistas disseram à CNN que temiam que a ponte, assim como a expansão do aeroporto de Hong Kong, sejam o prego final no caixão dos golfinhos.
Em resposta às preocupações ambientais, o governo de Hong Kong providenciou a criação de dois parques marinhos. A ideia é proteger golfinhos cor de rosa, no sul de Lantau. Especialistas sugeriram juntar os dois, um ao lado do outro, para torná-los mais eficazes. Entretanto, tem quem diga que pode ser tarde demais.
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Outra obra recente, igualmente uma ponte, e monumental, foi construída para ligar a Dinamarca à Suécia, a Ponte de Öresund. Vivemos a época das grandes construções no mar.
E, em 2021 o governo da Dinamarca aprovou a construção de um túnel para navios, para evitar as traiçoeiras águas do mar de de Stadhavet, notório por seu ‘mau humor’.
Aspectos de Hong Kong
“Hong Kong é densa. A cidade espreme 7,4 milhões de pessoas em uma área três vezes menor que Rhode Island, são 57.250 pessoas por quilômetro quadrado nos bairros mais movimentados.
“Por centenas de anos, a solução para essa densidade tem que ser esculpir um pouco mais de espaço preenchendo partes do mar.”
“A recuperação de terras industriais começou a sério no final do século XIX, quando os governantes britânicos tentaram expandir sua nova possessão, dragando as baías e avançando nas linhas costeiras”(como se vê, não é de hoje que o homem vem decepando ecossistemas inteiros).”
Os golfinhos do Delta do rio Pérola
Hoje, estima-se que existam 10.000 golfinhos cor-de-rosa no mundo. A maior população, cerca de 1.200, na região do Delta do Rio das Pérolas.
Segundo a Sociedade de Conservação de Golfinhos de Hong Kong, ‘com 47 animais atualmente fazendo das águas da cidade a sua casa’. Embora seja geralmente chamado de golfinho branco chinês, o animal não é realmente BRANCO. O golfinho branco chinês é cinzento, quando mais jovem. Suas manchas são desbotadas. A cor muda para rosa quando o animal cresce.
Os nomes comuns são: golfinho corcunda Indo-Pacífico, golfinho branco chinês, golfinho cor-de-rosa; o nome da espécie é: Sousa chinensis. O principal habitat são as águas em torno da ilha de Lantau. Os golfinhos desapareceram em grande parte do nordeste de Lantau desde 2012, quando trabalhavam na Ponte Hong Kong- Zhuhai- Macau.
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Os impactos do Porto de Hong Kong
Mas o problema dos golfinhos não é apenas a construção da ponte. Outras fontes lembraram o movimento do porto de Hong Kong onde, “no ano passado mais de 370.000 embarcações passaram, incluindo enormes navios porta-contêineres, pequenos barcos de pesca, balsas de alta velocidade, rebocadores e embarcações de carga de todas as formas e tamanhos. Essa frota agita e contribui para a poluição, tudo que animais marinhos não querem.
Outras fontes confirmam: “Mais de 110 golfinhos foram levados pelas praias de Hong Kong nos últimos quatro anos, quase todos mortos e em estado de decomposição. A maioria morta por atropelamentos de barco, ou ferida por redes e cordas, diz o veterinário Paola Martelli do Ocean Park – um extenso aquário, zoológico e parque temático no lado sul da ilha de Hong Kong.”
Triste prova de nossa “insustentabilidade”
Resumindo, o extraordinário progresso da China nos últimos anos está acabando com o habitat do raro golfinho rosa. De acordo com a FAO, o desaparecimento de habitats é a maior causa de extinção das espécies.
Ou seja, o ser humano, em busca do progresso e melhoria do nível de vida, ainda não conseguiu resolver um problema básico chamado ‘sustentabilidade’ ou, crescer de forma ‘sustentável’. Não passa semana sem que a mídia internacional publique matéria sobre a extinção de alguma espécie, em algum lugar do globo.
Crescer de forma sustentável…
…significa que você terá o crescimento e melhoria, sem entretanto, prejudicar o meio ambiente a ponto de extinguir espécies animais ou vegetais, colocando em risco o futuro das próximas gerações.
Não seria ético. A definição da ONU, para sustentabilidade, é mais sintética, mas quer dizer a mesma coisa: “desenvolvimento sustentável é aquele que consegue atender às necessidades da geração atual sem comprometer a existência das gerações futuras.”
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E, então, você é a favor ou contra a ponte?
E sobre a sustentabilidade, acha que a alcançamos?
Na animação abaixo, você conhece a obra toda.
Assista ao vídeo e tenha um gostinho de atravessar a ponte Hong Kong- Zuhai- Macau.
Esta animação dá ainda mais informações sobre a construção.
Fontes: http://engenhariae.com.br/editorial/arquitetura/a-maior-ponte-maritima-do-mundo-fica-na-china-e-resistente-a-furacoes-e-foi-construida-com-mais-aco-do-que-60-torres-eiffel/; https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/10/os-numeros-que-revelam-a-grandiosidade-da-maior-ponte-maritima-do-mundo-inaugurada-na-china.shtml; https://edition.cnn.com/2018/10/21/world/hong-kong-zhuhai-macau-bridge-intl/index.html; https://edition.cnn.com/2017/09/21/asia/hong-kong-dolphins/index.html; https://www.wwf.org.hk/en/reslib/species/chiwhitedolphin/facts/; https://www.scmp.com/news/hong-kong/health-environment/article/2154884/hong-kong-only-has-47-chinese-white-dolphins-left.