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Petrobras: derrame de óleo na Bacia de Campos

Petrobras: derrame de óleo na Bacia de Campos. Ibama acusa empresa de fraude ambiental

Vários jornais, entre eles O Globo (5/2/2018) e Folha de S. Paulo (6/2/2018), e diversos sites, noticiaram recente vazamento de “óleo de produção”, assim chamado porque quando a petroleira retira óleo e gás do leito do mar surge um produto que é uma mistura de água e óleo. Esse líquido passa por um processo de tratamento e, em seguida, é despejado no oceano. Só que o Ibama acusa a Petrobras de fraude ambiental.

ilustração da bacia de Campos onde a Petrobras explora petróleo
A Bacia de Campos (Ilustração:www.epmag.com)

Parecer técnico conseguido por O Globo afirma que Petrobras subavalia a quantidade de óleo e graxa no mar

De acordo com o jornal, o parecer técnico 43/2017 ” do Ibama e da Polícia Federal afirma que a Petrobras forneceu dados falsos para a análise de contaminação de águas, fraudando o real impacto ambiental provocado por sua atividade de exploração marítima de petróleo, as chamadas operações offshore. Entre as plataformas citadas está a P- 51.”

A P- 51 (Foto: http://exposicao60anos.agenciapetrobras.com.br/)

O relatório, de junho de 2017, afirma que o resultado real mostrou valores muito acima do limite máximo diário permitido. O resultado real  seria 1.925% maior do que o resultado falso informado.

MPF do Rio de Janeiro na briga contra Petrobras

Segundo o Globo, a procuradora Solange Maria Braga, do Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro, está investigando as irregularidades ambientais.

A definição do Conama

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é um órgão consultivo do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Cabe a ele, entre outras medidas,  criar normas e determinar padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado. No caso do petróleo, o CONAMA definiu que a água de produção despejada diariamente não pode ser maior que 29 mg por litro. O limite diário é maior, 42 mg, desde que a média mensal não ultrapasse número definido pelo órgão. Entretanto, as perícias feitas indicaram até 178 mg por litro. Ou seja, 509% acima do informado pela Petrobras.

“P-51 despeja volume 67 vezes maior que autorizado. Outras 30 plataformas estariam em desacordo com as normas”

A informação acima é da Folha de S. Paulo. Segundo o jornal “cinco multas foram lavradas contra a Petrobras devido a esse problema.” A maior delas, de R$ 14,2 milhões de reais. Segundo a Folha, “o despejo está provocando manchas no mar, afetando a vida marinha na região.”

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A defesa da Petrobras

Segundo os jornais a empresa divulgou nota alegando que…

a visão do Ibama sobre o processo mudou recentemente e, com isso, estabeleceu-se um diálogo para a transição com a companhia já tendo chegado a um entendimento com o órgão regulador.

Solange Guedes, da Diretoria de Produção e Exploração da Petrobras afirmou:
Vamos evoluir, reforçando nosso compromisso e respeito ao meio ambiente.

A Bacia de Campos

Nela existem hoje 140 plataformas  de produção em atividade nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. A maioria é da Petrobras. Todas têm o seu Plano de Emergência Individual.

O pré-sal e a mídia internacional

Não é fácil, muito menos barato, explorar o pré-sal. A mídia internacional tem chamado a atenção para o fato, e os perigos que a empresa enfrenta ao perfurar o oceano profundo. Os vazamentos são fortes em todo o mundo. Aqui não seria diferente.

A enorme profundidade faz aumentar os custos e probabilidades de acidentes (Ilustração: www.epmag.com)

Basta lembrar o pior acidente em extração em águas profundas, o da Deepwater Horizon ( da British Petroleum, a BP, no Golfo do México, no sul dos Estados Unidos), a 1.500 metros de profundidade. “Em 20 de abril, uma explosão matou onze pessoas e provocou, por 87 dias contínuos, o derramamento de 800 milhões de litros de óleo no mar, formando uma mancha de 2 500 quilômetros quadrados que atingiu o litoral de quatro estados.” Conheça os cinco piores acidentes com petróleo no mar.

Vai começar a extração de outros minérios do mar. E agora?

Não bastassem os problemas da extração de petróleo, o Brasil, e mais um par de países conseguiram autorização da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA). O caso brasileiro é para explorar cobalto, platina, manganês, tálio e telúrico, no Atlântico Sul. Mais acidentes à vista?

Fontes:

https://oglobo.globo.com/brasil/ibama-acusa-petrobras-de-fraude-ambiental-2-22364076; https://extra.globo.com/noticias/economia/petrobras-recebe-multa-do-ibama-relacionada-despejo-de-oleo-no-mar-22367677.html; https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/02/ibama-acusa-petrobras-de-subnotificar-despejo-de-oleo-no-mar.shtml; http://piaui.folha.uol.com.br/materia/multiplicacao-do-perigo/;https://www.epmag.com/overcoming-lost-circulation-while-cementing-presalt-wells-1665556.

Você quer ajudar os mares e oceanos? Então mire-se nestes exemplos.

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