Pesca esportiva, conheça seus benefícios em países não esquizofrênicos
Recentemente este site publicou uma matéria sobre um campeonato de pesca esportiva promovido pelo Yacht Clube da Bahia, ocasião em que um tubarão mako, ameaçado de extinção, foi pescado. Houve protestos em toda parte.
O Mar Sem Fim repercutiu o assunto ao publicar a matéria da associação Divers for Sharks – Mergulhadores pelos Tubarões. Entre outras observações dos internautas destacamos,
Toda pesca esportiva, para qualquer espécie tem que ser abolida!
Ou,
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Tentamos explicar que a atividade não tem nada de mau, o caso do tubarão fisgado e embarcado foi, sim, um erro crasso já que o animal está na lista dos em perigo de extinção. Mas a pesca esportiva é regulamentada no Brasil. Veja PORTARIA No- 4, DE 19 DE MARÇO DE 2009 do IBAMA:
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Art. 2º Para efeito desta Portaria entende-se por: II – Pesca Esportiva – modalidade da pesca amadora em que é obrigatória a prática do pesque e solte, sendo vedado o direito à cota de transporte de pescados, prevista na legislação.
Ainda assim o público não entendeu e reagiu. Mais mensagens foram colocadas no post:
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Pesca esportiva e naufrágio: um dia é da caça, outro do caçadorPescaria e uma surpresa maravilhosaEu nunca entendi essa tal de pesca esportiva. Os peixes são furados com anzol ficam fora da agua quase até a morte e vem dizer que isto é esporte?
E mais:
Isso não é pesca, não é esporte, é matança brutal que só tem sentido para cabeças doentias!
Este tipo de reação demonstra desconhecimento das pessoas que dizem se importar com questões relativas ao meio ambiente.
Atividades ‘outdoor’ nos Estados Unidos: 6 milhões de empregos e US$ 646 bilhões para a econômica
A American Sportfishing Association foi fundada em 1933 para defender os interesses de pescadores esportivos e toda a indústria que está por trás da atividade. Com 80 anos de atividade, a ASA representa o interesse de 46 milhões de pessoas. É reconhecida pelo Congresso Norte-Americano como parte importante do que eles chamam de Recreation Economy.
A expressão que engloba todas as atividades ao ar livre, contemplando desde a visitação aos Parques Nacionais onde pode-se pescar, até atividades como pesca, caça, escalada, camping, e dezenas de outras. A atividade gera por ano 7. 6 milhões de empregos, e US$ 887 bilhões de dólares para a economia.
Nos USA os pescadores esportivos compram licenças e seguem regras rígidas
São quase 46 milhões de pescadores licenciados que movimentam mais de US $ 45 bilhões em vendas no varejo, com um impacto de US $ 125 bilhões na economia do país, criando emprego para mais de um milhão de pessoas. Além destes números estratosféricos, a renda das licenças de pesca
contribuem para proteger, preservar e melhorar o esporte de pesca para hoje e para as gerações vindouras. Taxas de licença ajudam a pagar pela pesca, desenvolvimento e proteção de habitats, programas especiais para espécies ameaçadas, educação e conservação.
Então, qual o mal da pesca esportiva?
Sem falar nos números da economia, e na enorme quantidade de empregos criados, há nos USA 46 milhões de fiscais da natureza, afinal, o que querem os pescadores esportivos senão um meio ambiente protegido, vigoroso, para que possam continuar a praticar seu hobby?
Pesca esportiva nos mares norte- americanos: US$ 199 bilhões em vendas e 1,7 milhão de empregos
Algum desavisado pode dizer que os dados acima são pouco confiáveis, em razão de serem divulgados pela Associação de Pescadores que tem interesse particular no assunto. Vejamos o que diz a NOAA, a agência governamental americana que cuida de tudo em relação ao mar:
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A pesca comercial e recreativa em água salgada gera mais de US $ 199 bilhões em vendas e cria 1,7 milhões de postos de trabalho na economia do país em 2011
A pesca comercial e recreativa são parte integrante do tecido social e econômico da nação.
Pesca esportiva praticada em Parques Nacionais Marinhos
Mais uma prova de seus benefícios: em muitos parques nacionais marinhos ela é a grande atração. Até a atrasada Cuba percebeu. E permite que haja a pesca, modalidade ‘pesque e solte’, em seu mais afamado parque, Jardines de La Reina, que atrai pescadores de todo o mundo. Estivemos lá, e constatamos os benefícios. O parque gera empregos para a empobrecida Cuba, além de divisas. Ex-pescadores artesanais são os guias de pesca do parque.
No Brasil a pesca esportiva movimentou R$ 1 bilhão em 2013
A ANEPE, Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva, informa que:
Na área de turismo náutico, um dos segmentos que tem surpreendido no País é o mercado de pesca esportiva. O ramo movimentou cerca de R$ 1 bilhão em 2013 e tem crescido cerca de 30% nos últimos anos, conforme o levantamento do Sebrae denominado “Estudo de Ideias de negócios para 2014”. Em dez anos, quase dobrou o número de pessoas com o hábito de pescar no Brasil, passando de 4 milhões para 7,8 milhões, segundo a consultoria Ipsos | Marplan.
E mais:
o ramo gera por volta de 200 mil empregos diretos e indiretos, incluindo as lojas de materiais de pesca, rede hoteleira especializada, gastronomia, criadores de iscas vivas, guias de pesca, condutores de embarcações, enfim, toda uma cadeia paralela de oportunidades comerciais.
Brasil de Bolsonaro
Apesar destas informações, uma Portaria publicada pelo ICMbio, regulando a pesca esportiva em unidades de conservação mais uma vez gerou polêmica. Como sempre, desinformados protestaram aos montes. Mas a pesca esportiva jamais esteve proibida dentro de UCS. Uma coisa é a Amazônia arder por incompetência, ou o derrame de óleo no Nordeste não ter tido a prioridade que merecia com Bolsonaro et caterva. Outra é pura histeria.