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Perfuração de petróleo no mar e a reação dos americanos

Perfuração de petróleo no mar: projeto de governo de Trump  para o desenvolvimento de petróleo e gás na plataforma continental, e a reação de ambientalistas

Enquanto alguns países banem a perfuração submarina, outros avançam. A matéria é da ONG Oceana. Ela diz que “antes do prazo de 9 de março para comentários públicos sobre a perfuração de petróleo na costa da Carolina do Sul e muitas outras áreas, a Oceana lançou um novo estudo sobre os efeitos econômicos da proposta de perfuração de petróleo no mar.

mapa onde haverá perfuração de petróleo no mar dos Estados Unidos
Ilustração: mcclatchydc.com

Perfuração de petróleo no mar: plano de Trump é criticado

A análise de Oceana é uma resposta ao novo projeto de cinco anos do governo Trump (2019-2024) para o desenvolvimento de petróleo e gás na plataforma continental americana. Ele se propõe expandir o futuro arrendamento de petróleo e gás para quase todas as águas dos EUA, incluindo o Atlântico, o Pacífico , Ártico e leste do Golfo do México. Este é o maior número de arrendamentos offshore (para as petrolíferas)  já proposto.

Estados costeiros em polvorosa nos Estados Unidos

Diane Hoskins, diretora de campanha da Oceana, disse que as comunidades costeiras e os estados estão indignados com esse plano radical que ameaça destruir economias costeiras limpas. Ela declarou:

Do ponto de vista do oceano, com essa dispersão de plataformas de perfuração,  nossas comunidades costeiras serão forçadas a industrialização. Elas correrão o risco inaceitável de mais catástrofes como a da BP Deepwater Horizon. Expandir a perfuração offshore para novas áreas ameaça economias costeiras prósperas e indústrias em expansão como o turismo, a recreação e a pesca. Todas dependem  de praias livres de petróleo e de oceanos saudáveis.

As praias detonadas pelo acidente da BP. (Ilustração: southernenvironment.org)

Perfuração de petróleo no mar, ‘um mau negócio, diz a Oceana

O relatório Oceana afirma que a perfuração seria um “mau negócio” para os estados costeiros, uma vez que a costa atlântica, a  do Pacífico e a costa do Golfo da Flórida, que estão sendo consideradas para a extração de petróleo, criaram  mais de 2,6 milhões de empregos, e geram cerca de US $ 180 bilhões no Produto Interno Bruto.

Mais uma vez, Diane Hoskins tem a palavra:

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Um litoral limpo,  com oceanos saudáveis, ​​promete empregos e receitas ano após ano. Mas o petróleo e o gás são recursos finitos. As comunidades costeiras dependem de um ambiente marinho saudável para seus meios de subsistência e modo de vida. E não podem pagar pela devastação que acompanha os derrames de petróleo. É hora de Washington ouvir as vozes dos nativos que têm mais a perder

O Mar Sem Fim acrescenta

Se você ficou impressionado com os dados da Oceana quanto aos empregos e renda gerados pelo turismo, saiba que é pouco! O relatório Recreation Econmy, expressão que engloba todas as atividades ao ar livre, contemplando desde a visitação aos Parques Nacionais até atividades como pesca, caça, escalada, camping, e dezenas de outras,  gera 6 milhões de empregos por ano, e US$ 646 bilhões de dólares para a economia dos Estados Unidos! 

O desperdício brasileiro é estimado por estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente .  Ele mostra que nossos parques, incluindo os marinhos, têm potencial para gerar entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão em turismo para as regiões onde estão inseridos.

Da Flórida ao Maine e da Califórnia a Washington

Da Flórida ao Maine e da Califórnia a Washington, milhares de milhas de costa foram mantidas sem novas perfurações por décadas, diz o relatório. “As novas propostas de exploração e perfuração offshore representam uma ameaça direta ao turismo costeiro e a outras empresas locais que dependem de um meio ambiente marinho saudável e limpo.”

O que resta fazer? Campanhas, aqui, como lá, a pressão da opinião pública é a única solução

Recentemente um grupo de ambientalistas começou a campanha É hora do Mar. Durante o período, milhares de cartas foram enviadas ao presidente Michel Temer, todas pedindo mais proteção às nossa áreas marinhas. Celebridades como FHC, Armínio Fraga, Geraldo Alckmin, Paulo Nogueira Neto, e outros, fizeram o mesmo e enviaram cartas pessoais ao presidente. Resultado? Saíram as consultas públicas para a transformação de Trindade e Martim Vaz, e S. Pedro e S. Paulo, em unidades de conservação de proteção integral. Ainda é cedo para comemorar. Alguma água ainda há de rolar por debaixo da ponte até o projeto receber a assinatura presidencial. Mas estamos no bom caminho.

Nos Estados Unidos a Oceana pede o mesmo em relação à perfuração de petróleo. Como diz a matéria, “enquanto isso, os membros da Stop Offshore Drilling no Atlântico, um grupo de base conhecido como SODA, estão exortando todos os que se opõem à perfuração de petróleo para fazer um comentário público no site de Recursos Oceânicos do Departamento do Interior dos EUA.”

Fonte: https://www.southstrandnews.com/news/oceana-releases-economic-data-prior-to-oil-drilling-deadline/article_a87874bc-20a3-11e8-a13c-2b1bde16187f.html.

Imagem de abertura: SAUL LOEB/AFP/GETTY

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