Pantanal em chamas provoca gargalhadas no Palácio da Alvorada
Ele não acerta uma. Ou a reunião ministerial se torna um torneio de baixarias com gritos, ameaças, e palavrões que lembram discussão de bêbados no boteco da esquina, ou leva uma criancinha confirmando a desorientação (o que alguém com 10 anos acrescenta a uma reunião de ministros de Estado?) e, quando a pequena pergunta sobre o fogo que consome o Pantanal (porque o mundo comenta perplexo), todos caem na gargalhada. Post de opinião: Pantanal em chamas provoca risos no Palácio da Alvorada.
Pantanal em chamas
Em razão da perda da floresta Amazônica que Bolsonaro et caterva dizem NÃO estar queimando, e ainda por uma seca extraordinária em razão do aquecimento global, que tanto ele como seus ministros não acreditam existir, o Pantanal arde desde julho de 2020.
Pouco depois do início o Mar Sem Fim conversou com Ricardo Galvão. Ele explicou que o regime pluviométrico no Centro Oeste, no Pantanal, depende fundamentalmente da Amazônia. Mas, em função da perda florestal da Amazônia que o alto escalão do governo nega, “a estação seca já dura três semanas a mais que no resto da Amazônia, com temperaturas cerca de 2º C mais alta.”
“Isso é consequência da falta de chuvas.”
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A biodiversidade do menor bioma brasileiro, o Pantanal, é superlativa: duas mil espécies de plantas, algumas endêmicas – caso de dois tipos de amendoim selvagem e uma rara orquídea aquática (Habenaria aricaensis); 152 de mamíferos, 36 espécies de mamíferos ameaçados de extinção; 582 espécies de aves, 188 aves ameaçadas de extinção; 47 espécies de anfíbios, 127 de répteis, e 269 de peixes.
É o assunto mais comentado no Twitter, no Brasil e no mundo. De acordo com o jornal O Globo, “A situação mobiliza as redes sociais: durante a semana, uma hashtag sobre o tema ficou entre os principais assuntos no Twitter do mundo todo. Nesta quarta-feira (9), a #SavePantanal está em quarto lugar entre os tópicos mais falados no Brasil. Muitos compartilham abaixo-assinados e links para fazer doações a ações de combate ao fogo e resgate de animais.”
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Pior é que o fogo não tem data para acabar. O período da seca segue ainda até o fim de setembro, e pode continuar em outubro. De acordo com informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE – (que o ódio bolsonarista segue destruindo) o Pantanal já teve 12%, ou 2 milhões e 300 mil hectares consumidos, área equivalente a 10 vezes as cidades de SP e RJ juntas, de sua extensão territorial queimada em 2020.
Ricardo Salles, o irremediável jegue
Se Ricardo Salles não fosse o irresponsável que é, estaria agora em alguma cidade do Pantanal se solidarizando e comandando os esforços para amenizar a tragédia. Mas como é um jegue teimoso segue de Brasília propagando desinformação.
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Depois da reunião-baixaria de 22 de abril, ele prometeu não mais fazer reuniões. Antes tivesse cumprido a promessa. Mas cumpri-las não é com ele.
É forçoso recordar algumas: Acabar com reeleição para presidente e reduzir número de parlamentares, feita ao Jornal Nacional em outubro de 2018. Acabar com indicações políticas e escolher ministros por critérios técnicos, idem.
A primeira é risível, desde 1º de janeiro de 2019 sua excelência não faz outra coisa que não pensar na reeleição. A segunda mentira é trágica. Ele escolheu dois analfabetos para o mais importante ministério do País, o da Educação, e um neófito para o do Meio Ambiente. Só sendo muito ingênuo para acreditar…
Baixarias em 10 de setembro do Vice-presidente e ministro neófito
Não bastasse o relatado, em 10 de setembro os dois perdidos no espaço publicaram um vídeo produzido por pecuaristas do Pará supostamente mostrando as florestas da Amazônia íntegras, negando os incêndios; mais uma ‘fake news’.
O vídeo foi feito por um produtor burro, aceito por um cliente estúpido, e replicado por autoridades ainda mais burras. Ao apelar para o sentimentalismo, mostra um close de um macaco saudável à guisa de confirmar a fábula da Amazônia íntegra.
E focaliza um mico-leão-dourado, animal endêmico da Mata Atlântica do Rio de Janeiro, como se fosse a Amazônia. Trata-se de “A Amazônia não está queimando”, produzido pela Associação de Criadores do Pará (AcriPará).
A propósito, as entidades do agronegócio têm a obrigação de darem uma satisfação pública se quiserem de fato cessar a guerra de ‘narrativas’.
Cavalgaduras ‘auxiliam’ Bolsonaro em Brasília
O dicionário, que jamais consultaram, define ‘cavalgadura’ como ‘substantivo coletivo de jumentos’. Jumentos que infestam os mais altos cargos da capital federal. Triste sina de um País desgovernado, enxovalhado não só pelo presidente mas por grande parte de seus ministros escorados por um vice-presidente, um general que esqueceu-se de bater continência para o bom senso.
E ainda tem quem diga que “o Brasil vai surpreender o mundo.” Ah, vá…
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Não bastam as patuscadas ambientais, as reformas atoladas por ineptos, ou enfiar ozônio no reto dos brasileiros; serão capazes de quantas momices?
Assista ao vídeo da reunião-aberração e ria se for capaz
Imagem de abertura: Alan Santos / PR
Fontes: https://especiais.g1.globo.com/politica/2019/as-promessas-de-bolsonaro/#/1-ano; https://oglobo.globo.com/sociedade/hashtag-sobre-pantanal-fica-entre-assuntos-mais-comentados-do-twitter-em-todo-mundo-24629226; https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/06/09/interna_politica,1155092/bolsonaro-faz-nova-reuniao-ministerial-nesta-terca-ao-vivo-acompanhe.shtml; https://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?id=475462¬icia=deboche.