Novo tesouro em galeão espanhol encontrado nas Bahamas
Em março de 2022 comentamos sobre o imbróglio jurídico na Colômbia em razão da descoberta do tesouro do Galeão San José, avaliado em nada menos que US$ 17 bilhões. Do mesmo modo, poucos meses depois, em julho de 2022, nova e sensacional descoberta. Ela mostra, mais uma vez, o poderio da Espanha de então. Desta vez foi o Nuestra Señora de las Maravillas. O galeão espanhol foi batizado em homenagem a uma escultura “milagrosa” da Virgem Maria do século 13. O galeão voltava para a Espanha de Havana com tesouros das Américas. Mas, por volta da meia-noite de 4 de janeiro de 1656, afundou, depois de um erro de navegação ao evitar águas rasas.
O tesouro do Nuestra Señora de las Maravillas
Segundo o globalnews.ca, ‘Correntes de ouro, pingentes incrustados de joias, uma espada de prata e pedras preciosas, além de moedas e lingotes estavam entre os artefatos a bordo dos destroços.‘
‘Entre os objetos, destaca-se uma corrente de filigrana de ouro, com 1,76 metros de comprimento com motivos de rosetas e vários pingentes, que pertenceu a uma ordem religiosa de cavaleiros fundada no século XII. A Ordem de Santiago.’
‘Outro pingente de cavaleiro apresenta uma grande esmeralda colombiana com uma dúzia de esmeraldas menores ao redor. Do mesmo modo, este colar também foi adornado com a Cruz de Santiago. Os especialistas acreditam que as 12 esmeraldas representem os 12 apóstolos de Cristo.’
Mais lidos
Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemPirataria moderna, conheça alguns fatos e estatísticasMunicípio de São Sebastião e o crescimento desordenadoFrota de pesca de atum gera escândalo e derruba economia de MoçambiqueSegundo essa fonte, A presença de esmeraldas e ametistas da Colômbia, sugere que a tripulação estava envolvida com o contrabando, uma vez que não havia menções a joias no manifesto do navio.
O galeão Nuestra Señora de las Maravillas
Segundo o www.bahamasmaritimemuseum.com, ‘era um galeão de dois andares armado com 36 canhões de bronze. Em 1654 servia como Almirante (vice-nau capitânia) da frota Tierra Firme quando afundou. Levava “tesouros” para Sevilha, bem como imposto real e propriedade privada.’
PUBLICIDADE
‘O navio seguia a rota bem estabelecida entre a Espanha e as Américas para pegar o ‘tesouro’ de prata. O navio deixou o sul da Espanha em 10 de julho de 1654 e chegou a Cartagena, na Colômbia, em 22 de agosto de 1654.’
Contudo, o Maravillas afundou no Little Bahama Bank em 4 de janeiro de 1656, depois que a nau capitânia Nuestra Señora de la Concepción colidiu com ele.’
Leia também
Houthis ameaçam Mar Vermelho com 1 milhão de barris de petróleoNaufrágio do Bayesian: erro humano não é descartadoSuperiate Bayesian afunda no porto em Palermo‘A perda foi causada por um erro de navegação. Perto da meia-noite de 4 de janeiro de 1656, a Capitana, Nuestra Señora de la Concepción, colidiu com o Maravillas. Suas pranchas quebraram entre o topo da linha d’água e os porões. Em menos de 30 minutos, o Maravillas atingiu violentamente um recife de coral e afundou.’
As surpresas deste achado
Desde o naufrágio, 350 anos atrás, houve repetidas tentativas de salvamento, diz o Guardian. A maior parte do tesouro – cerca de 3,5 milhões de peças de ouro – foi recuperada entre 1656 e o início dos anos 1990.
Porém, em 2019 a Allen Exploration, com arqueólogos marinhos e mergulhadores das Bahamas e dos EUA, foi licenciada pelo governo das Bahamas para explorar o Maravillas cientificamente. Desde então, está empenhada em exibir as descobertas em um novo museu nas Bahamas.
Maravilhas descobertas são dramáticas
O Guardian diz que o Dr. Sean Kingsley, arqueólogo marinho inglês e editor da revista Wreckwatch, que apresentará as descobertas em uma próxima edição, disse ao Observer que essas “maravilhas” são particularmente dramáticas porque estavam no meio do nada, sob a areia densa. “Esta é uma cirurgia arqueológica de buraco de fechadura bem-sucedida”, disse ele.
E nós nos perguntamos: a arqueologia marinha ainda é uma ciência relativamente nova. Quantos milhares de naufrágios, de várias eras diferentes, ainda não estão por serem descobertos, e quanto ainda aprenderemos com eles?
Estas histórias fascinam até mesmo quem está acostumado a elas. Segundo o Guardian, Carl Allen declarou: “O naufrágio do galeão teve uma história difícil – fortemente resgatado por expedições espanholas, inglesas, francesas, holandesas, bahamenses e americanas nos séculos 17 e 18. E, além disso, bombardeado por salvadores da década de 1970 ao início da década de 1990. Usando tecnologia moderna e ciência sólida, agora estamos rastreando uma longa e sinuosa trilha de destroços e descobertas.”
O jornal inglês diz que ‘Allen estava convencido de que nem todo o navio fora destruído. Assim, reuniu uma equipe e navios para procurar o castelo de popa perdido, que se acredita ter se separado e se afastado. Contudo, Allen queria estudar os destroços arqueologicamente, ao contrário de seus predecessores que não publicaram nenhuma ciência e que simplesmente venderam os achados.’
PUBLICIDADE
Estudos paralelos da equipe de arqueólogos
Sua equipe está usando ciência de ponta para descobrir como o Maravillas foi destruído, diz o Guardian, e depois espalhado por séculos de furacões.
A expedição também está coletando dados sobre a saúde dos recifes, geologia do fundo do mar e poluição plástica para entender como a arqueologia e o ambiente marinho interagem.
“O fundo do mar é estéril”, disse Allen. “O coral colorido de que os mergulhadores se lembravam dos anos 70 se foi, envenenado pela acidificação do oceano e sufocado por metros de areia movediça. É dolorosamente triste. Entretanto, ainda deitados naqueles recifes cinzentos mortos, estão achados brilhantes.”
A equipe registrou o lastro de pedra, fixadores de ferro que antes mantinham o casco unido e anéis e pinos de ferro do cordame. Igualmente foram encontradas evidências de refeições a bordo, de potes de azeitonas a pratos chineses e mexicanos, e pertences pessoais, incluindo o cabo de uma espada de prata de um soldado e um anel de pérola.
Por último, diz o Guardian, ‘Todos os destroços nas águas das Bahamas são propriedade do governo das Bahamas e a Allen Exploration está mantendo os achados juntos patrocinando o Museu Marítimo das Bahamas, que será inaugurado em 8 de agosto em Freeport.’