Novas espécies de tubarões são descobertas
A maioria das fontes consultadas diz existir ‘mais de 480 espécies de tubarões’, como a www.sharksider.com. Outras falam em ‘mais de 500’, como o www.wwf.org.uk. Contudo, nenhuma fonte discorda do fato de que eles existem no planeta antes da primeira árvore nascer, há 450 milhões de anos. São predadores habilidosos que sobreviveram a cinco extinções em massa. No entanto, agora parte deles, cerca de 143 espécies segundo o www.wwf.org.uk, está ameaçada pelo mais mortífero habitante do planeta: os seres humanos. E como não poderia deixar de ser, por motivo fútil uma insípida sopa de barbatanas de tubarões. O fato positivo, entretanto, é que a cada ano que passa, novas espécies de tubarões vêm à luz, graças aos esforços de pesquisadores. E só isso já é motivo para comemorar.
As novas espécies descobertas
Em meados da década de 1980, a ciência havia estabelecido cerca de 360 espécies de tubarão, variando de pesos. Do tubarão-lanterna anão de 20 cm de comprimento, ao enorme tubarão-baleia que se alimenta de plâncton, a maior espécie de peixe nos oceanos. Quarenta anos depois, saltamos para ‘mais de 500’.
Será que um dia saberemos a quantidade exata? Difícil responder. Quanto mais se estuda os oceanos, mais descobertas vêm à tona.
Assim, em 2020 pesquisadores descobriram três espécies que brilham em águas profundas da Nova Zelândia. Foi a primeira vez que cientistas registraram a bioluminescência em tubarões, fenômeno que produz luz através de uma reação química por organismos vivos.
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Esta procura ainda deve gerar muitas descobertas marinhas. Sabemos pouco sobre os oceanos. Segundo a Agência de Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA), mais de oitenta por cento do oceano nunca foi mapeado, observado ou explorado.
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Assim, os cientistas sequer sabem quantas espécies vivem nas profundezas. Estimativas sugerem entre 700.000 e um milhão de espécies de vida marinha – mas, mais de 91% permanecem sem classificação. Com a novidade de hoje, esta percentagem diminuiu um átimo.
Segundo a BBC, a nova espécie foi revelada no Journal of Fish Biology em abril de 2023. Acredita-se que esta variedade de tubarão-gato-demônio, também conhecido como Apristurus ovicorrugatus, habite cerca de 700m abaixo da superfície, colocando seus ovos sobre o coral em águas profundas demais para a penetração da luz solar.
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Para a BBC, Essa nova onda de descobertas rivaliza com a das eras de ouro da exploração. É tanto um subproduto de um trabalho meticuloso nos arquivos de coleções de museus quanto uma perscrutação nas águas profundas dos oceanos do mundo.
O tubarão-gato demoníaco não foi a única descoberta que Will White, curador da Australian National Fish Collection na CSIRO em Hobart, Austrália, participou da identificação recentemente. Outra espécie, um tipo de tubarão com chifres, estava em águas surpreendentemente profundas da Austrália Ocidental em uma pesquisa em 2022. Os tubarões-chifre tendem a gostar de viver em águas rasas, muitas vezes sentados no fundo do mar em florestas de algas, entretanto a nova espécie foi encontrada a 150m.
A BBC destaca que ‘As águas ao redor da Austrália não são as únicas que oferecem novas espécies de tubarões. No oceano Índico o cientista alemão Simon Weigmann, do Laboratório de Pesquisa Elasmobranch em Hamburgo, ajudou a descobrir duas novas espécies de tubarão-serra – criaturas de aparência bizarra, armadas com focinhos longos cravejados de dentes afiados – ao largo da costa sudeste da África.’
Os tubarões-serra fotografados num mercado tinham alguns detalhes interessantes: em vez das cinco fendas branquiais que a maioria dos tubarões têm, eles tinham seis – um eco evolutivo de espécies de tubarões muito mais antigas que viveram milhões de anos atrás. Eles também tinham pequenos tentáculos carnudos conhecidos como barbilhões, muito mais próximos da boca do que os encontrados em outras espécies de tubarões-serra.
Mais tubarões ainda podem estar esperando para serem descobertos nas profundezas, e nem todos eles podem ser tão pequenos quanto os tubarões-gato de um metro de comprimento que aguardam classificação.