Navio viking de 1.000 anos é descoberto
Os vikings foram grandes navegadores. Antes de se lançarem ao desconhecido, buscaram inovação. Sabiam que, para ir longe, era preciso um barco à altura. E conseguiram. O resultado foi o Drakkar — a embarcação mais avançada de seu tempo. Surgiu no século IX. Tinha cerca de 28 metros de comprimento e 3 de largura. Alcançava até 12 nós (22 km/h), desempenho notável para os mares gelados e violentos do norte. Agora, arqueólogos acabam de descobrir um navio viking com cerca de mil anos. Uma raridade que reforça a genialidade desses navegadores do passado.
Navio viking de 1.000 anos é descoberto
O navio foi encontrado em setembro de 2019. Estava enterrado em um antigo cemitério, perto da igreja da ilha de Edoeya, na Noruega. A embarcação repousava sob o que parece ter sido um antigo túmulo, com cerca de 18 pés de diâmetro (pouco mais de 5 metros).
Não é o único. Mas, como os arqueólogos encontraram apenas três navios vikings semelhantes até hoje na Noruega, a descoberta é rara — e valiosa.
Como foi feita a descoberta do navio viking
A descoberta só foi possível graças à tecnologia. Arqueólogos usaram georadar — um método não destrutivo que permite identificar objetos enterrados sem escavar. O equipamento detecta estruturas no subsolo com base em variações eletromagnéticas.
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Ilhabela em último lugar no ranking de turismo 2025Garopaba destrói vegetação de restinga na cara duraCores do Lagamar, um espectro de esperançaCom ele, localizaram a quilha do navio e duas travessas (ou pranchas) de cada lado da embarcação. A partir do tamanho da quilha, comparado com outros achados semelhantes, os cientistas estimaram o comprimento total da embarcação.
Conheça o Drakkar
O Drakkar era leve e ágil. Tinha pouco calado, o que permitia navegar por rios rasos e encalhar com facilidade em praias. Isso dava enorme vantagem estratégica.
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Era feito de carvalho e podia levar até 40 tripulantes. Forte, rápido e silencioso, foi a arma perfeita dos vikings.
O nome vem das cabeças de dragão esculpidas na proa. Serviam para amedrontar inimigos antes mesmo do combate. Mas o Drakkar não foi o único modelo de barco viking.
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Guaraqueçaba e Cananéia: o desafio da sustentabilidadeRobô subaquático autônomo parte na primeira circum-navegaçãoCiganos do mar, os Moken estão ameaçados pelo turismoFoi com embarcações assim que os vikings chegaram à América do Norte — bem antes de Colombo. Também alcançaram os Açores, séculos antes da ‘descoberta oficial.
Navios de carga, os Knarr
Os vikings também criaram o Knarr, navios de carga usados para viagens oceânicas. Mais largos e robustos que os Drakkar, tinham casco alto e fundo largo, o que permitia transportar grandes volumes de mercadorias, gado e até colonos. Com eles, os vikings estabeleceram rotas comerciais de longa distância e chegaram à Islândia, Groenlândia e até à América do Norte.
Diferente das embarcações de guerra, o knarr usava poucos remos. Navegava principalmente com a vela quadrada. Os remos só ajudavam nas manobras em canais estreitos ou portos.
A saga viking
A saga náutica dos vikings só encontra paralelo na História na epopeia naval lusitana, entre os séculos XV e XVI. Durante cerca de cem anos, os lusos, com a caravela aperfeiçoada, ‘descobriram’ mais da metade do mundo então conhecido.
Assim como os vikings abriram e dominaram rotas comerciais nos mares do Norte, os portugueses fizeram o mesmo ao sul do Equador, cruzando o Atlântico e conquistando o Índico.
O que será feito do nativo descoberto?
Segundo o site Outdoor Revival, “não há planos para desenterrá-lo”. Ainda assim, trata-se de uma “descoberta excitante e incomum”, afirma Knut Paasche, do Departamento de Arqueologia Digital da NIKU, instituto norueguês especializado em pesquisas e avaliações de impacto.
Paasche considera o achado historicamente relevante. Ele afirma que o navio vai enriquecer o conhecimento arqueológico, graças ao uso de tecnologias modernas na pesquisa.
Ainda não é possível determinar sua idade com precisão, mas os pesquisadores acreditam que a embarcação pertença à era merovíngia — o que indicaria mais de 1.000 anos.
Na época, era comum enterrar chefes importantes com seus navios. E não foi um enterro isolado: o local apresenta vestígios de pelo menos oito túmulos grandes, alguns com quase 27 metros de largura.
‘Os Vikings pisaram na América antes de Colombo?’
Um estudo recente confirmou o que as antigas Sagas já contavam: grandes navegadores vikings chegaram às Américas no ano de 1021 d.C., mais precisamente no que hoje é o Canadá. A ciência comprovou o que a tradição oral nórdica narrava há séculos.
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Erik, o Vermelho encontrou uma terra de florestas e pradarias, com riachos cheios de salmão. ‘Por ter encontrado videiras silvestres, chamou o território ‘Vinlândia’.
Assista ao vídeo da descoberta do navio viking narrado pelo dr. Knut Paache
Imagem de abertura: outdoorrevival.com