Mortandade de espécies marinhas na praia do Cassino, RS
Mortandade de espécies marinhas na praia do Cassino, RS
Em 26 de outubro de 2023, relatamos a não existência de casos de gripe aviária em humanos. O País registrou 100 casos, principalmente em aves migratórias que não são para consumo humano. O vírus Influenza Tipo A é altamente contagioso para várias aves domésticas e silvestres. Ele também pode infectar mamíferos como ratos, gatos, cães, cavalos, suínos e humanos, além de pinípedes. Até então, 500 pinípedes morreram no Rio Grande do Sul. Agora, outras espécies marinhas estão morrendo na praia do Cassino.
Imagem, Rudimar Machado/ Defesa Civil.
Mortandade na praia do Cassino
No dia 27 de novembro, a Defesa Civil de Rio Grande encontrou mais de cem animais mortos na praia do Cassino. Isso ocorreu entre a cidade de Rio Grande e o Farol do Albardão, uma área rica em biodiversidade na costa brasileira.
A agência de notícias do governo do Paraná informou que o Brasil teve 667 focos de influenza aviária de agosto a outubro. Desses, 12 foram no Paraná, em aves silvestres.
Esse surto no Brasil segue a epidemia no Peru em 2021, que matou muitos leões marinhos. Depois, mortes de lobos marinhos, focas e pinguins relacionadas à gripe aviária ocorreram nas ilhas subantárticas e na costa sul-americana do Pacífico.
Em 7 de setembro, o télam, da Argentina, reportou 200 lobos marinhos mortos em Chubut, no litoral. Agora, o litoral sul do Brasil é fortemente afetado.
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No domingo, 28 de novembro, a Defesa Civil de Rio Grande achou 68 toninhas (mais ameaçado cetáceo do Brasil), 38 tartarugas, 12 leões marinhos, três baleias, 14 aves e centenas de peixes mortos.
Mortes por interação com a pesca ou poluição
Paula Canabarro, coordenadora do Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande, comentou ao Correio do Povo sobre a mortandade. Ela disse que pode ser devido à interação com a pesca, poluição marinha costeira, entre outras causas. Segundo ela, há monitoramentos regulares no litoral, e muitas carcaças chegam às praias durante o ano. “Para as tartarugas, encontradas mortas no final de semana, não identificamos gripe aviária, então podem haver várias causas. Estamos monitorando lobos e leões marinhos devido à doença.”
Em 30 de novembro, o Mar Sem Fim entrevistou a professora Paula Canabarro. Ela confirmou que cerca de 900 lobos e leões marinhos morreram de gripe aviária. Porém, destacou que não há registros da doença em répteis, então as mortes de tartarugas provavelmente ocorreram por interação com a pesca. O mesmo se aplicaria às toninhas. Além disso, a professora afirmou que o número de mortes nas praias gaúchas este ano está alinhado com o que ocorre anualmente.
A gripe aviária na Antártica e adjacências
Enquanto isso, o Scientific Committee on Antarctic Research discute a contaminação da gripe aviária na Antártica e áreas próximas. Ele relata mortes de aves selvagens no Reino Unido, Europa, África do Sul e Américas, além de pinípedes na América do Sul. Segundo o site, até 23 de outubro de 2023, Oceania (Austrália, Nova Zelândia) e Antártica estavam livres da doença. No entanto, o primeiro caso foi confirmado por teste de PCR na Ilha dos Aves, na subantártica.
O Scientific Committee on Antarctic Research também expressou preocupação com o impacto da doença, afirmando que, devido às densas colônias de reprodução de vida selvagem nas regiões antárticas e subantárticas, a gripe aviária de alta patogenicidade (HPAI) pode ter efeitos devastadores na fauna local.
Organização Mundial da Saúde se manifesta sobre a doença em seres humanos
Em outubro de 2023, o site da OMS forneceu informações sobre a gripe em humanos. A OMS explicou que os humanos podem ser infectados com vírus aviários, suínos e outros tipos de gripe. O risco de infecção humana surge do contato direto com animais infectados, como no manuseio, abate ou processamento, ou indireto, através de ambientes contaminados com fluidos corporais desses animais.
A exposição a vírus da gripe animal pode resultar em infecção humana, variando de sintomas leves, como gripe ou inflamação ocular, a doenças respiratórias agudas graves e até morte. A gravidade da doença depende do vírus específico e das características do indivíduo infectado. Até o momento, os vírus zoonóticos da gripe que estão circulando não demonstraram capacidade de transmissão sustentada de pessoa para pessoa.