Krill, conheça o potencial deste pequenino crustáceo como sumidouro de dióxido de carbono, o gás do efeito estufa
O krill é um pequeno crustáceo, similar ao nosso camarão, habitante do oceano austral. Sua biomassa alcança 380 milhões de toneladas. E ele tem papel chave na cadeia de vida marinha. O krill se alimenta de um tipo de plâncton e, por sua vez, passa a ser o alimento preferido de pinguins, focas e baleias. Agora o pequeno animal pode estar infectado por plástico.
Biomassa do crustáceo retira até 12 bilhões de toneladas de carbono da atmosfera
Pesquisadores liderados por Emma Cavan, do Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos da Tasmânia, Austrália, e do Imperial College London, revisaram o conhecimento científico atual sobre o papel do krill nos processos que a cada ano removem até 12 bilhões de toneladas de carbono da atmosfera da Terra. O estudo foi publicado na revista Nature Comunications.
Preocupações em torno do krill, ‘bomba biológica’
O estudo diz que “Já existem relatos de declínio da densidade no sudoeste do Atlântico, esta parte do oceano que se aqueceu rapidamente durante o século passado. E também é o local da principal pesca antártica. Isso é uma preocupação por causa dos muitos papéis desempenhados pelo krill. Além disso, o crustáceo é um componente essencial do que é conhecido como bomba biológica, que retira o dióxido de carbono da atmosfera e deposita o carbono no fundo do oceano.” O pequeno animalzinho não está só nesta função no universo marinho. Um de seus maiores predadores, as baleias, também são consideradas ‘bombas biológicas’. Saiba por quê.
Saiba como funciona a ‘bomba biológica’
Funciona assim: o fitoplâncton (saiba mais sobre o fitoplâncton que também é uma ‘bomba biológica’) unicelular próximo à superfície do oceano absorve dióxido de carbono durante a fotossíntese e armazena o carbono. Então o krill come o fitoplâncton ou outros organismos que consumiram o fitoplâncton. O krill passa a ter carbono dentro de si. Depois vem o cocô do krill. É particularmente denso e pesado. E cai rapidamente no fundo do oceano, levando consigo toneladas de carbono. Cavan diz que as fezes do krill são responsáveis pela maioria das partículas de carbono que afundam, encontradas em águas rasas e profundas no Oceano Antártico.
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Para a pesquisadora Emma Cavan “O Oceano Antártico é um dos maiores sumidouros de carbono do mundo. Então o krill tem uma influência importante nos níveis atmosféricos de carbono e, portanto, no clima global”.
260.000 toneladas são capturadas todos os anos
“O Krill é colhido comercialmente, principalmente para a aquicultura e alimentação animal. Pouco mais de 260.000 toneladas são capturadas todos os anos nas águas antárticas – uma parcela relativamente pequena da população total. Mas os pesquisadores estão preocupados que as implicações da pesca comercial não sejam bem compreendidas. Cavan diz que o gerenciamento da pesca do krill atualmente se concentra na sustentabilidade. E no papel do krill no apoio à megafauna, como as baleias, com pouca atenção à avaliação de sua importância no ciclo do carbono e na química dos oceanos.”
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Imagem de abertura: DAVID TIPLING.
Fontes: https://cosmosmagazine.com/biology/carbon-pumping-in-for-the-krill?fbclid=IwAR0eXZaKGWKM_taS_MxrfesRH6OOkqgUXMpYKiwUzeML-r9Y9JKt7Pl92nI; https://www.nature.com/articles/s41467-019-12668-7.