Kiribati: vítima do aquecimento global
Kiribati: vítima do aquecimento global. Esta curiosa nação insular do Pacífico pode ser a primeira grande vítima do aquecimento global. Previsões indicam que, em 30 anos, o país estará debaixo d’água. Contudo, não é a única, Tuvalu vive o mesmo pesadelo.
Formação de Kiribati: vítima do aquecimento global
À exceção da ilha Banaba, que atinge 87 metros de altitude, todas as demais são atóis que emergem apenas um ou dois metros acima do nível do mar. Quase todas, no entanto, têm pelo menos uma lagoa de água doce que garante o abastecimento hídrico necessário à população.
Kiribati é formado por 33 atóis de coral, e sua posição geográfica incomum criou um fato inusitado: é o único país do mundo cuja área ocupa parte dos quatro hemisférios: norte, sul, leste, oeste. A maioria dos 100.000 mil habitantes vive da pesca e agricultura. O drama que enfrentam é que o país está afundando, naufragando, aos poucos, no caldo do aquecimento global.
Como evitar o naufrágio de um país?
Este é o “xis” da questão. O naufrágio de um país, emblemática herança da nossa era, aparentemente não tem solução. O governo hoje constrói barreiras para minimizar impactos das marés, mas a proteção não passa de inócuo paliativo.
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Ainda assim, esta também não é considerada uma solução abrangente já que Kiribati não consegue formar mais de 80 profissionais por ano.
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A subida do nível do mar
A subida do nível do mar provocada pelo aquecimento global pode ser observada a olho nu nas ilhas Kiribati graças à estação Seaframe (Sea Level Fine Resolution Acoustic Measuring Equipment) instalada em 1992 por cientistas australianos para medir ventos, níveis do mar, pressão atmosférica e temperatura.
Os resultados obtidos são realmente pouco animadores: desde 1999 atóis inteiros de Kiribati foram definitivamente engolidos pelo mar. Prevê-se que ao redor de 2050 o nível das suas águas terá subido de 20 a 50 centímetros.
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Por dramático que possa parecer, e de fato é, o presidente de Kiribati, Anote Tong, já avançou conversações com autoridades de Fíji, que aceitaram um plano de migração em massa caso não haja outra solução. Para facilitar, Kiribati comprou terras na ilha de Vanua Levu, parte de Fíji, para alojar sua população.
Solução ficção científica
Até o momento não há outra alternativa, a não ser a migração. Ainda assim, uma empresa japonesa propôs construir ilhas artificiais para manter a população de Kiribati mas, entre outros problemas, o projeto é caríssimo, inviável para um país pobre como é esse caso.
O pior é que há soluções para combater o aquecimento global. Oxalá agora, com a liderança de Joe Biden, os países membros da ONU avancem em suas medidas, e o cidadão comum faça sua parte.
Acompanhe o drama neste vídeo e a entrevista com o Presidente Anote Tong.
Fonte: The Washington Post, http://www.globaleducation.edu.au/case-studies/south-pacific-sea-level-monitoring.html/ . Foto de abertura: megaarquivo