Frutos do mar do Oriente, vendidos aos montes pelo mundo, estão repletos de fezes
Frutos do mar do Oriente misturados com fezes de suínos estão sendo vendidos “aos montes” pelo mundo. Um dos exemplos é o camarão. Tão popular e bastante consumido na América. Muito raramente as pessoas prestam atenção na origem do alimento que compram. Milhões de quilos de camarão são vendidos por ano no mundo.
Camarões são processados e embalados em banheiras de plástico sujas
Imagine um armazém cheio de trabalhadores. De pé sobre pisos sujos, cobertos de lixo, moscas pousam em cestas de camarões em um ambiente de clima tropical; e sem ar condicionado. Esses camarões são processados e embalados em banheiras de plástico sujas. O gelo é feito com água da torneira. Este é o cenário da indústria do camarão no Vietnã.
A produção de frutos do mar no Brasil
A maioria de nossos frutos do mar vendidos em mercados, ou restaurantes, vem do litoral. E 90% da produção nacional é do estado de Santa Catarina. Mas se você viajar para o exterior, principalmente para os Estados Unidos, fique atento aos dados: 85% dos frutos do mar consumidos pelos americanos são importados; 27% deles, da China.
Nos Estados Unidos houve mudança de hábitos: camarão x ostras
Nos últimos anos, os EUA trocaram as ostras nativas pelo camarão estrangeiro. Especialmente porque os EUA perderam seus estuários naturais produtivos.
Mais lidos
Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemCOP29, no Azerbaijão, ‘cheira à gasolina’Município de Ubatuba acusado pelo MP-SP por omissãoVerticalização em Ilha Comprida sofre revés do MP-SPA alternativa foi a de comprar produções estrangeiras. “Agora, os americanos comem mais quilos de camarão por ano que de atum e salmão combinados”, defende Paul Greenberg, autor do livro “American Catch: The Fight for Our Local Seafood “.
Como parte significativa vem da China, a probabilidade de se comer frutos do mar com fezes aumenta muito nas cidades norte-americanas. Esta é só mais uma prova da importância dos consumidores saberem a origem do que estão levando para casa. É algo que, queiramos ou não, veio para ficar; já faz parte de nossa vida.
PUBLICIDADE
No Brasil, assim como na China, a criação de camarões é um grande problema
Sobram motivos para se condenar a prática como é feita no Brasil. Para começar, manguezais, áreas públicas, são “doadas” aos produtores que, ao contrário dos agricultores, têm a vantagem de não ter de pagar a terra onde vão produzir.
Curiosamente, descobri, a vasta maioria das fazendas pertence ou a políticos (entre os quais prefeitos, deputados e senadores), ou a grandes grupos empresariais. Desta vez não cola a desculpa “dos pequenos produtores”.
Leia também
Delegação da Comunidade Europeia para a pesca: farsaVocê gosta de tainha? Coma enquanto é tempoSeaspiracy, documentário mostra realidade dos oceanosConheci, se não todas, a maioria das fazendas de camarão que proliferaram no Nordeste, desde o Piauí, até o Sul da Bahia, mas não apenas nesta região e fiquei horrorizado com o que vi.
A criação detona o mangue, onde são feitos os lagos de criação; poluem estes lagos com substâncias químicas, usadas para evitar contaminação. Isso gera tremenda poluição que atravessa o lodo e atinge o lençol freático.
Depois da despesca, os registros dos tanques são abertos, e a água poluída vai direto para a gamboa, gerando poluição no que sobrou deste importante berçário marinho, o manguezal.
Maricultura: problema mundial
A maricultura é algo que ainda não deu certo na maior parte dos lugares onde é feita, apesar de ter experimentado um crescimento bárbaro na produção mundial nos últimos anos.
Por enquanto os danos superam os benefícios. Ainda há muitos estudos a serem feitos, e muita tecnologia aplicada para que o dano da criação (poluição, desaparecimento de habitats, introdução de espécies exóticas), não seja maior que o provocado pela pesca industrial. Por enquanto ambos aceleram o fim da maioria das espécies.
Saiba de onde vêm os alimentos que leva para casa
Gostando ou não, essa é uma obrigação imposta pelo simples fato da Terra, hoje, ter 7,4 bilhões de bocas para alimentar todos os dias. A produção mundial, desigual em qualidade, roda pelo mundo.
Se o consumidor não fizer sua parte, corre o risco de pagar gato por lebre, ou comer fezes em vez de só proteína. Melhor saber de onde vem o que se come. Ou não?