Ecoturismo Marinho: conheça o imenso potencial
No mundo civilizado milhões de pessoas praticam o ecoturismo marinho. Ele gera riqueza e empregos; protege o meio ambiente marinho, educa, e ajuda a conscientizar as pessoas. E ainda é sustentável. Quer coisa melhor?
Ecoturismo marinho no Brasil
Não fossem nossos órgãos do meio ambiente um ‘Everest de Burocracia’, nossos desconhecidos e abandonados Parques Nacionais federais marinhos poderiam ser mais conhecidos.
O turismo de observação é uma realidade em países civilizados. A atividade gera milhões de dólares em receitas, contribuindo para a manutenção das áreas protegidas, e gerando milhares de empregos.
Mas, aqui, a administração pública não admitia qualquer debate sobre a única forma de mudar a situação: Parcerias Público Privadas, concessões, e ou privatização das UCs com potencial turístico.
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Governo do Estado de São Paulo propõe concessões
Não há mais dinheiro público capaz de suportar as Unidades de Conservação federais, estaduais ou municipais. O Governo de São Paulo acaba de autorizar a concessão de 25 Unidades de Conservação à iniciativa privada.
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Entre elas Ilhabela, Intervales, Serra do Mar, Morro do Diabo, e Ilha do Cardoso. Que o processo seja bem feito para, quem sabe, inspirar as federais. Não há outra solução.
Por falar em Ilhabela, a partir de 2022 o turismo de observações de baleias tornou-se um coqueluche. Em 2023, de maio até julho, mais de 500 cetáceos, as jubartes em especial, passaram por suas águas.
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Por que lembrar isso? Porque é preciso dar crédito a quem de direito, uma vez que o governo não se dá ao trabalho de informar ao público.
O fracasso da APA da Baleia Franca
A APA da Baleia Franca Foi criada por iniciativa de José Truda Palazzo Jr., no ano 2000, justamente para a proteção das Francas e para o turismo de observação.
Mas como o Brasil anda devagar, passados muitos anos de sua criação (14 anos), a UC federal marinha ainda não tinha Plano de Manejo, instrumento obrigatório pela Lei do SNUC. Com isso proibiram a atividade durante anos. Só recentemente recomeçou.
Ecoturismo Marinho: em 2009 observar baleias gerou US$ 2 bilhões de dólares
De acordo com o site wwhandbook.iwc.int ‘o turismo de observação de baleias está crescendo rapidamente em todo o mundo, estima-se que gerou mais de 2 bilhões de dólares americanos e gerou empregos para mais de 13.000 pessoas em 2009’.
‘Várias comunidades costeiras foram transformadas pela introdução do turismo de observação de baleias, como Kaikoura, na Nova Zelândia, onde o número de visitantes anuais aumentou de 3.400 para cerca de 873.000 em um período de aproximadamente 10 anos’.
‘Além de gerar renda e empregos nas comunidades costeiras, a observação responsável de baleias, que inclui um elemento educacional, tem o potencial de promover a valorização da vida selvagem em seu habitat natural e aumentar a conscientização sobre as necessidades de conservação de baleias e golfinhos entre os turistas participantes’.
Austrália fatura R$ 12 bilhões de reais com a Grande Barreira de Corais
Apenas um exemplo mostra quanto o Brasil perde sem o turismo de observação. O estado de Queensland, onde fica a Grande Barreira de Corais, fatura seis bilhões de dólares australianos (cerca de R$ 12 bilhões de reais) por ano com o turismo de observação (mesmo com o branqueamento)!
Turismo de mergulho ‘muck’, a nova tendência
A revista Science acaba de publicar um artigo sobre o potencial do turismo de mergulho muck, ou “Muck diving, que concentra-se em encontrar espécies raras e enigmáticas que habitam os recifes de corais”.
Mergulho ‘muck’ fatura US$ 150 milhões por ano na Indonésia e Filipinas
Segundo a Science “ os resultados indicam que o turismo de mergulho muck vale mais de US$ 150 milhões por ano na Indonésia e Filipinas combinados. Emprega mais de 2.200 pessoas, e atrai mais de 100 mil mergulhadores por ano.”
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Segundo a matéria, “os mergulhadores que participam são experientes, bem-educados, têm altos rendimentos e estão dispostos a pagar pela proteção de espécies cruciais para a indústria”.
Existem problemas com o turismo de mergulho?
Segundo a Sicence, “a superlotação dos locais de mergulho, poluição e conflitos com os pescadores são relatados como ameaças potenciais para a indústria. Mas, ressalta, o conhecimento limitado sobre esses impactos requer pesquisas adicionais”.
Quais as vantagens do turismo ecológico?
A Science responde: “este estudo mostra que o turismo de mergulho é uma forma sustentável de turismo baseado na natureza nos países em desenvolvimento. Particularmente em áreas onde existe pouco ou nenhum potencial para o mergulho tradicional em recife de corais”.
Ecoturismo Marinho: acorda Brasil!
Aqui, nos trópicos, o ecoturismo marinho ainda engatinha…Não por outro motivo temos defendido que Fernando de Noronha se torne um santuário de tubarões.
Mas, ao invés disso, nosso parque marinho abriu as pernas para o turismo predatório, ao mesmo tempo em que seus bares servem hambúrguer de tubarão!
Assista este belíssimo vídeo e saiba mais sobre o ecoturismo marinho
Fonte: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0308597X17300581; https://wwhandbook.iwc.int/en/responsible-management/benefits-and-impacts-of-whale-watching.