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Descoberto recife de coral gigante no Taiti

Descoberto recife de coral gigante no Taiti

Os recifes de coral são o mais importante berçário de vida marinha do planeta. Um quarto de todas as espécies de peixes dependem deles para seu ciclo de vida. E, com o aquecimento do planeta e consequente acidificação de suas águas, cerca de 50% dos corais de águas rasas já foram para o saco. Coisas de nossa geração que vive o fenômeno nunca antes visto da superpopulação mundial. Neste sentido, a notícia de hoje é ainda mais auspiciosa. Descoberto recife de coral gigante no Taiti.

coral descoberto no Taiti
Imagem, @Alexis Rosenfeld, publicado em www.franceinter.fr.

O coral descoberto no Taiti

Segundo o portal UOL, ‘Corais gigantes  em formato de rosa estão localizados na costa do Taiti; cientistas da agência da ONU destacam ser uma descoberta notável por estarem localizados de 30 a 65 metros abaixo da superfície’.

Uma missão científica apoiada pela Unesco descobriu o que pode ser o maior recife de coral do mundo. A agência disse que “as condições imaculadas do recife e a área extensa coberta pelos corais em formato de rosas fazem com que esta seja uma descoberta muito valiosa”.

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, declarou que até o momento apenas “20% de todo o relevo oceânico foi mapeado” e, por isso, “a descoberta notável no Taiti demonstra o trabalho incrível de cientistas que estão ampliando os conhecimentos sobre tudo o que se encontra nas profundezas.”

Segundo a agência de notícias AFP ‘os mergulhadores foram equipados com tanques especiais e fizeram 200 horas de mergulho para estudar o recife, incluindo tirar fotos, medições e amostras do coral’.

O recife está em um local onde muitos pesquisadores não passaram muito tempo, disse o ex-oceanógrafo da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional Mark Eakin.

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Descoberto recife de coral gigante no Taiti. Imagem, You Tube/Alexis Rosenfeld,

“Veremos mais dessas descobertas à medida que a tecnologia for aplicada a esses locais”, disse Eakin. “Podemos encontrar alguns maiores em algum lugar, mas acho que esse sempre será um recife incomum.”

Entre 30 a 65 metros abaixo do nível do mar

Segundo a matéria do UOL, ‘O recife está localizado entre 30 a 65 metros abaixo do nível do mar, tendo aproximadamente 3 km de extensão e até 65 metros de largura. A Unesco explica que este é um dos arrecifes mais extensos e saudáveis do mundo. Os corais gigantes em formato de rosas têm até 2 metros de diâmetro’.

Uma das raridades deste novo recife de coral é sua profundidade, incomum para recifes tropicais. Para não falar no tamanho do ecossistema cuja extensão é de 3 km.

Em formato de rosa. Imagem, You Tube/Alexis Rosenfeld.

A boa notícia repercute em todo o mundo. O site Climainfo diz que ‘Com três quilômetros de extensão, os corais foram localizados por acaso por pesquisadores franceses em águas profundas do Pacífico Sul, na costa do Taiti, na Polinésia Francesa, como relatou à Associated Press Laetitia Hédouin, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica em Morea’.

Um mergulho recreativo e uma descoberta sensacional

Laetitia Hédouin disse que viu os corais pela primeira vez durante um mergulho recreativo com um clube de mergulho meses antes.

Segundo a agência Reuters, ‘O recife tem flores enormes, que chegam a medir dois metros de diâmetro’, e acrescentou, ‘com a descoberta, os cientistas celebraram o quanto há por desvendar sobre corais em águas mais profundas, onde ainda existe luz suficiente para que possam se desenvolver e crescer, e onde seguem preservados dos impactos das mudanças climáticas, da poluição e da pesca predatória’.

Para Julian Barbière, líder da missão pela Unesco, “O importante é levantar a questão de como os recifes de corais se tornam mais resilientes às mudanças climáticas. Provavelmente existem muitos mais desses ecossistemas sobre os quais não sabemos. Devemos trabalhar para mapeá-los e protegê-los.”

Descoberta na Austrália, em 2020

Laetitia Hédouin, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica em Moorea, Polinésia Francesa, e que viu os corais pela primeira vez, declarou:

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“Quando fui lá  ver, pensei: ‘Uau – precisamos estudar aquele recife. Há algo especial nesse do Taiti.”

Imagem, You Tube/Alexis Rosenfeld.

O que impressionou Hédouin foi que os corais pareciam saudáveis ​​e não foram afetados por um evento de branqueamento em 2019.

Mapeamento do fundo dos oceanos

Há pelo menos dois grandes projetos já em andamento neste sentido, conforme já explicamos nestas páginas. O falecido co-fundador da Microsoft, Paul Allen, nos deixou esta boa herança.

O desejo de Allen era mapear todos os corais de águas rasas, através do instituto Vulcan, por ele fundado. Os pesquisadores fazem parte do projeto Allen Coral Atlas.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) está trabalhando com a Vulcan para capacitar profissionais, gerentes e formuladores de políticas de recifes de coral em todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento, sobre como usar o novo Atlas.

A maioria dos recifes de coral ainda não foi mapeada. Os cientistas pretendem monitorar, em tempo real, esses mundos subaquáticos de biodiversidade para protegê-los e restaurá-los.

Um dos problemas dos corais de águas rasas é o branqueamento que os ameaça em toda a parte, inclusive os corais do litoral do Brasil que passam por um massivo processo de branqueamento.

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Paul Allen era mergulhador, conhecia a beleza e importância dos corais para a saúde dos oceanos. Como bom filantropo americano, encarregou a Vulcan de salvar estes corais.

Projeto Seabed 2030 mapeia o fundo do mar

projeto seabed 2030,  lançado em 2017, pretende mudar a situação apresentando um mapa completo do subsolo marinho. A meta é terminar o trabalho em 2030. A inspiração foi capacitar o mundo a tomar decisões políticas, usar a sustentabilidade do oceano e realizar pesquisas científicas baseadas em informações batimétricas detalhadas do fundo do mar da Terra.

O mapa fornecerá uma melhor compreensão dos processos fundamentais no oceano, incluindo circulação, transporte de sedimentos, distribuição de habitat bentônico, sistemas climáticos, elevação do nível do mar, mudanças climáticas, propagação de ondas de tsunami e marés.

Como já explicamos, o  Seabed é um projeto colaborativo entre a Fundação Nippon do Japão e a Carta Batimétrica Geral dos Oceanos (GEBCO). O objetivo é reunir todos os dados batimétricos disponíveis para produzir o mapa definitivo do fundo do oceano até 2030 e disponibilizá-lo.

A boa nova é que a recente erupção vulcânica em Tonga que desencadeou ondas de tsunami no Pacífico não afetou o recife do Taiti, disse Hédouin.

Laetitia Hédouin espera que a pesquisa possa ajudar os especialistas a entender como o recife tem sido resiliente às mudanças climáticas e às pressões humanas, e qual o papel que esses corais mais profundos podem desempenhar no ecossistema oceânico. Mais mergulhos estão planejados para os próximos meses.

O Mar Sem Fim sente-se feliz por TAMBÉM trazer boas notícias ambientais, especialmente porque são cada vez mais raras.

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Assista ao vídeo e saiba mais sobre a importância da descoberta

Imagem de abertura: @Alexis Rosenfeld

Fontes: https://climainfo.org.br/2022/01/21/cientistas-descobrem-corais-intocados-em-aguas-profundas-no-taiti/; https://www.reuters.com/business/environment/pristine-coral-reef-unblemished-by-warming-oceans-found-off-tahiti-2022-01-20/; https://apnews.com/article/pristine-coral-reef-found-tahiti-9b392d63cc2033924b3b51a7e26dda07; https://www.terra.com.br/noticias/climatempo/unesco-descobre-um-dos-maiores-recifes-de-corais-do-mundo,54e2c3e8e2b194c9f2318a45167c9a55x8ibeqzl.html.

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