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Cavalo‑marinho: conheça este peixe fascinante

Cavalo‑marinho: conheça este peixe fascinante

À primeira vista, sua forma estranha fascina e confunde. Afinal, o que é o cavalo-marinho? Apesar da aparência incomum, trata-se de um peixe. Ele pertence à mesma classe dos peixes ósseos (Actinopterygii), como a sardinha ou o peixe-voador.

Cavalo marinho
Excepcional foto do fotógrafo turco.

Para começar, a foto acima é do excepcional fotógrafo Tahsin Ceyln, cujo site merece visita.

Cavalo marinho: no mundo existem cerca de 48 espécies

O número exato de espécies ainda gera debate entre os cientistas. As relações entre elas não estão totalmente esclarecidas. Segundo o site iSeahorse.org, o Projeto Seahorse reconhece 48 espécies conhecidas até agora — mas esse número pode crescer com novas pesquisas taxonômicas.

Patrick Decaluwe, do próprio Project Seahorse, afirma que existem 47 espécies, sendo que 14 foram descobertas nos últimos oito anos. Entre elas está o cavalo-marinho pigmeu de Pontoh (Hippocampus pontohi), descrito oficialmente em 2008.

Apesar dos avanços, 12 espécies de cavalos-marinhos já aparecem como criticamente ameaçadas de extinção na Lista Vermelha da IUCN – IUCN Red List of Threatened Specie.

Cavalo marinho desenho, tamanho e forma

Os cavalos-marinhos variam bastante de tamanho, com espécies que vão de 1,5 até 35,5 cm. O nome vem da aparência curiosa, que lembra a de um cavalo: pescoço curvado, cabeça alongada e focinho proeminente, seguidos por um tronco estreito e uma cauda distinta.

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Apesar de serem peixes ósseos, não têm escamas. Em vez disso, sua pele fina cobre placas ósseas dispostas em anéis ao longo do corpo.

É preciso olhar cuidadosamente para enxergá-lo. (Foto: Sam Taylor / Guylian Seahorses of the World 2005, courtesy of Project Seahorse)

Habitats

Cavalos-marinhos vivem, principalmente, em águas rasas de regiões tropicais e temperadas. Preferem áreas com gramas marinhas, estuários, ecifes de corais e manguezais.

Apesar disso, algumas colônias foram encontradas em locais menos esperados, como o estuário do rio Tâmisa, na Europa. Também há registros em águas mais frias, como as da Nova Zelândia, Argentina e leste do Canadá.

No poluído Mar Mediterrâneo vivem três espécies: Hippocampus guttulatus (cavalo-marinho de focinho longo), H. hippocampus (de focinho curto) e H. fuscus (o pônei-marinho).

Tempo de vida

Ainda não se sabe com precisão quanto tempo vive um cavalo-marinho. Isso porque é difícil acompanhá-los na natureza. A maioria das estimativas vem de observações em cativeiro.

Nesses casos, as espécies menores vivem cerca de um ano. As maiores, em média, de três a cinco anos.

Presas e predadores

Como todo animal selvagem, os cavalos-marinhos caçam e também são caçados. Não têm estômago nem dentes. Por isso, sugam suas presas com o focinho tubular.

Cada olho se move de forma independente, o que amplia a área de busca. Comem qualquer coisa pequena o suficiente para caber na boca — principalmente crustáceos, como os anfípodes, mas também outros invertebrados.

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Os adultos têm poucos predadores. Contam com boa camuflagem, estilo de vida discreto e placas ósseas e espinhos que os tornam pouco apetitosos. Mesmo assim, já foram encontrados no estômago de grandes peixes pelágicos, como o atum. Raias, pinguins e outras aves aquáticas também os caçam.

Mas seu maior predador continua sendo o ser humano.

Armas

A principal defesa do cavalo-marinho é sua incrível capacidade de mimetismo. Ele muda de cor e forma para se misturar ao ambiente, o que dificulta até a identificação de espécies individuais.

Imagem: Kalus Stiefil

Em manguezais, por exemplo, podem assumir tons esverdeados. Em recifes ou áreas com algas, imitam os padrões e cores ao redor com perfeição.

Ou azuis, em mar aberto…

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Cavalo marinho é um candidato ao título de caçador do ano

À primeira vista, o cavalo-marinho parece um caçador improvável. Nada na vertical com a cauda enrolada, impulsionado por uma nadadeira dorsal que bate até 36 vezes por segundo.

Apesar do jeito calmo, sua reação ao perigo é impressionante: em apenas dois milionésimos de segundo, consegue se afastar a uma velocidade equivalente a 500 vezes o comprimento do próprio corpo. Em termos humanos, seria como saltar 10 campos de futebol de uma vez.

Na hora da caça, chega a 1 milímetro da presa antes de atacar. Usa tendões no pescoço que funcionam como elásticos, lançando a cabeça para frente e cobrindo a distância em menos de um milionésimo de segundo.

No dia a dia, são lerdos. Mesmo assim, podem viajar longas distâncias pelo oceano ao se prenderem a algas marinhas flutuantes ou detritos.

Três espécies de cavalos marinhos no Brasil

O Brasil abriga três espécies de cavalos-marinhos:

O nome “cavalo-marinho” vem do grego antigo: hippos significa cavalo, e kampos, monstro marinho.

Habitat dos Cavalos marinhos encontrados no Brasil

As três espécies ocorrem ao longo da costa brasileira e preferem ambientes parecidos. A mais comum, Hippocampus reidi, vive tanto no mar quanto em estuários.

Hippocampus erectus e H. patagonicus habitam apenas o ambiente marinho, com poucos registros em estuários.

Infelizmente, no Brasil, os cavalos-marinhos também estão ameaçados de extinção.

A reprodução do cavalo marinho

A reprodução começa quando a fêmea transfere os ovos para a bolsa incubadora do macho. A partir daí, é ele quem carrega os embriões — como um canguru marinho.

Um macho pode gerar entre 100 e 500 filhotes por gestação, dependendo da espécie.

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Após cerca de duas semanas, os filhotes estão prontos para nadar e seguir sozinhos pelo oceano

Cavalo marinho gravido

Os grávidos…

Vale a pena assistir ao vídeo em que eles se alimentam:

Espécies exóticas e seus muitos problemas.

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