Bandeiras encontradas pelo litoral são indicadores de balneabilidade. Saiba como são feitas as avaliações de praias para banho
No Brasil e no mundo, os banhistas contam com um grande aliado na hora de escolher quais praias frequentar: os indicadores de balneabilidade. Normalmente promovidos por órgãos governamentais, estes testes visam classificar a qualidade das águas de determinada praia.
O conceito de balneabilidade é este, a capacidade que um local tem de possibilitar o banho e atividades esportivas em suas águas. A avaliação de balneabilidade representa a qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário. É desta ideia que surgem as famosas bandeiras verdes e vermelhas, que identificam as praias como próprias para banho, ou não.
No Brasil elas são regularizadas por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, implantada em 2001. Após a análise laboratorial, as praias podem receber quatro classificações diferentes – excelente, muito boa, satisfatória ou imprópria. De forma simplificada, chega-se às duas categorias: própria e imprópria.
Mais lidos
Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemPirataria moderna, conheça alguns fatos e estatísticasMunicípio de São Sebastião e o crescimento desordenadoFrota de pesca de atum gera escândalo e derruba economia de MoçambiqueFatores e critérios de balneabilidade
Uma série de fatores influem na balneabilidade. Se esta fica em uma zona muito habitada e com muitos frequentadores, a tendência é que a qualidade de suas águas não seja tão boa. Épocas de chuva também costumam prejudicar a balneabilidade já que trazem dejetos para o mar. Outros fatores de destaque são a coleta de lixo e o tratamento de esgoto local, e a mudança das marés, que podem afetar negativamente as águas.
Em síntese, tudo isso interfere na quantidade de bactérias presentes na água. São elas que irão determinar se uma praia é própria ou não. A quantidade de coliformes termotolerantes (também conhecidos como coliformes fecais) é o principal termômetro utilizado para classificação.
PUBLICIDADE
Estas partículas estão presentes nas fezes de animais de sangue quente, mas não são diretamente prejudiciais à saúde do homem. O problema é que elas indicam um risco maior de presença de patologias (como disenteria, febre tifoide e hepatite A) na água.
Outros dois indicadores são a presença dos enterococos e da bactéria Escherichia coli.
Leia também
Presidente do STF intima Flávia Pascoal, prefeita de UbatubaMunicípio de Ubatuba acusado pelo MP-SP por omissãoVerticalização em Ilha Comprida sofre revés do MP-SPAvaliação no litoral paulista
No estado de São Paulo, amostras são coletadas semanalmente em várias praias dos litorais norte e sul, e da Baixada Santista. A CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) classifica as praias a partir do resultado da análise de cinco semanas consecutivas.
Praias que tiveram quantidade maior que 1.000 UFC de coliformes termotolerantes durante 20% do tempo analisado, são consideradas impróprias. Se a quantidade das partículas na medição mais recente for maior que 2.500 UFC, a praia também passa a estar imprópria.
Os parâmetros para os limites são 100 ml de água. Nesta mesma quantidade de água, cada um dos indicadores tem um limite específico. A unidade utilizada é UFC, que se refere à contagem de unidades formadoras de colônia em placas obtidas pela técnica de membrana filtrante.
Mesmo que uma praia apresente quantidades baixas de bactérias, ela pode ser considerada imprópria. Acontece quando ocorrem circunstâncias que desaconselham o banho, como derramamento de óleo, ou surto de doenças de veiculação hídrica.
Além da classificação semanal, a CETESB ainda mantém uma classificação anual das praias paulistas, com cinco patamares diferentes que variam entre ótima e péssima.
Bandeira Azul
Desde 1987, praias do mundo podem ser classificadas também com a bandeira azul. Um reconhecimento de excelência. A bandeira é distribuída por uma organização independente chamada FEE (ou Fundantion for Enviromental Education).
O Programa Bandeira Azul atesta não só a balneabilidade, como outros fatores ambientais e estruturais. A FEE leva em consideração a conversação do meio ambiente, segurança, serviços e infraestrutura de apoio.
No Brasil, a bandeira azul chegou em 2009. A praia de Jurerê, em Florianópolis, foi a primeira brasileira com a distinção. Hoje o país conta com cinco praias certificadas, em quatro estados diferentes.
O Programa Bandeira Azul ainda reconhece marinas e operadores de embarcações por serviços sustentáveis. No Brasil, quatro marinas e um operador receberam a distinção.