Água-viva fantasma gigante: criatura rara das profundezas

Descoberta nos anos 1960, a Deepstaria enigmatica, ou água-viva fantasma, é uma das criaturas mais misteriosas dos oceanos. Quem a encontrou? Ninguém menos que Jacques Cousteau. Ele a avistou com o submersível Deepstar 4000, que ele mesmo projetou. Por isso, batizou a espécie em homenagem ao veículo.

A Deepstaria enigmatica, ou Água-viva fantasma. Imagem, American Museum Novitates.

imagem da água-viva incomum Deepstaria enigmatica — A Deepstaria enigmatica, ou Água-viva fantasma. Imagem, American Museum Novitates.

Conheça a água-viva enigmatica

Com aparência de saco plástico ou bolha flutuante, essa água-viva não tem tentáculos. Seu corpo é flexível, capaz de mudar de forma para capturar presas. Em vez de braços urticantes, ela se expande e engole o alimento com a ajuda de seu grande sino. Os cientistas ainda sabem muito pouco sobre seu comportamento ou ecologia. A maioria dos registros vem de observações feitas a mais de 700 metros de profundidade, como no Pacífico Central, entre os EUA e a Austrália.

O desafio de estudar a Deepstaria

A espécie vive nas zonas mais profundas e escuras do oceano, onde a luz não chega. Isso dificulta qualquer tipo de estudo. Ninguém sabe com precisão o que ela come, como se reproduz ou qual é sua distribuição global. O nome “enigmatica” não veio por acaso.

A observação de 2018 da água-viva fantasma

Em novembro de 2018, uma equipe de cientistas da NOAA filmou um exemplar usando o submarino Hercules, perto da ilha de San Benedicto, no Pacífico. A equipe instalou uma câmera especial de altíssima sensibilidade (Canon ME20F SH) dentro de uma esfera de vidro para captar imagens na escuridão da zona afótica.

‘Um predador de emboscada’

Pesquisadores acreditam que a Deepstaria caça por emboscada. Seu sino pode atingir mais de 1 metro de diâmetro e se fecha rapidamente, como uma sacola, quando a presa se aproxima. O movimento serve tanto para capturar alimento quanto para deslocamento.

Um passageiro clandestino?

O vídeo da expedição revelou uma surpresa: um isópode vermelho flutuava dentro da Deepstaria. Não se sabe se o bicho era parasita, carona ou futuro almoço.

Estudo publicado

As descobertas foram publicadas na revista American Museum Novitates. O estudo detalha como a câmera sensível e a luz baixa permitiram o registro do animal com o sino aberto — até o momento em que ele o fechou repentinamente, comportamento que pode ter função tanto defensiva quanto predatória.

Close da ‘pele’ da D. enigmatica. A membrana de malha geométrica é usada para distribuir nutrientes por todo o corpo.

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