Acordo de Paris ainda há chances, ou o mundo vai ferver? Segundo cientistas do IPCC há chances, mas são mínimas!
O mundo festejou o Acordo de Paris, o primeiro aceito pela comunidade mundial. O acordo previa conter o aquecimento da temperatura média do planeta em menos de 2º C até 2100. Mas isso aconteceu logo depois de seu término. De lá para cá, muita água (em breve escassa…) passou debaixo da ponte. Donald Trump foi eleito para presidir a maior economia do mundo, a mesma que responde pela segunda maior emissão do planeta (a primeira é a China), e o Brasil logo quis imitar. Nós, que hoje somos o sétimo maior emissor, estamos a poucos passos de chancelar Jair Bolsonaro na presidência. Justo ele, que tem Donald Trump como guru. Entre outras, se eleito Bolsonaro promete retirar o Brasil do pacto. Acordo de Paris ainda há chances?
O relatório do IPCC prevê desgraça climática para 2040
Foram feitas três perguntas ao IPCC: 1) Ainda temos chance de cumprir as metas? 2) Quais seriam os impactos de um aquecimento de 1,5º C? 3) E os impactos de um aquecimento de 2º C?
As respostas, de 91 cientistas de 40 países, vieram esta semana depois de analisarem mais de 6.000 estudos científicos. Roberto Schaeffer, do programa de pós-graduação e pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, editor/revisor do capítulo 2 do relatório, avaliou caminhos da mitigação compatíveis com 1,5ºC. E comentou a diferença de meio grau, de 1,5ºC para 2ºC:
É chocante como um aquecimento de 2ºC é mais impactante do que o de 1,5ºC. Assim como os cenários de baixa emissão não são todos iguais. Vai fazer diferença o momento em que as emissões começarem a cair e as estratégias adotadas.
‘Cenário tende a piorar rapidamente’
Segundo os cientistas estima-se que o mundo já esteja, em média, aproximadamente 1ºC mais quente que antes da Revolução industrial, e já sinta as consequências. A prova seriam os eventos extremos (vide verão Europeu e incêndios nos Estados Unidos), aumento do nível do mar, e derretimento do gelo do Ártico. Outra constatação é que até o momento não se tem feito muito para conter o aquecimento. Por isso o cenário tende a piorar rapidamente.
‘Dez milhões de pessoas expostas’
Thelma Krug, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e uma das vice-presidentes do IPCC, explicou ao jornal O Estado de S. Paulo que, “em um mundo com aquecimento médio de 1,5ºC, os dias de extremo calor podem aquecer até 3ºC a mais. Já num mundo aquecido em média em 2ºC, os dias de extremo calor podem chegar a 4ºC.
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Aumento do nível do mar
O Estado diz que “outra diferença é o aumento do nível do mar. Até 2100, pode-se elevar 10 centímetros a mais no mundo de 2ºC em comparação com o de 1,5ºC.” Segundo o jornal, no sumário do relatório há a explicação para o fato acima: “Uma redução de 10 centímetros do nível do mar implicaria em deixar até 10 milhões de pessoas a menos expostas aos risco relativos.”
Recifes de corais mortos
A Folha de S. Paulo também publicou matéria. O jornal diz que “o relatório é o primeiro a ser solicitado pelos líderes mundiais sob o Acordo de Paris (que, o MSF tem alertado, não é de hoje que está à mingua). Se o aquecimento continuar como está, teremos atingido 1,5ºC a mais já em 2040, causando inundação de áreas costeiras, morte de corais, e intensificando as secas e a pobreza.”
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Acidificação do oceano está à beira da transgressãoConheça o novo navio de carga híbridoBrasil pega fogo, espanta o mundo, e Lula confessa: ‘não estamos preparados’E para impedir o aquecimento de 1,5ºC? Sim, o relatório responde a pergunta, não de forma otimista.”Para impedir o aquecimento de 1,5ºC a poluição causada por gases do efeito estufa precisa cair em 45% até 2030 ante o nível de 2100, e em 100% até 2050. O relatório também deixa claro que não há como mitigar a mudança do clima sem eliminar o uso de carvão.” Os Estados Unidos de Donald Trump prometem usar muito carvão. A China, já o utiliza em demasia. E o Brasil, também, sempre que usa as termoelétricas. Pois é, e não é por falta de alertas. E, então, como ficamos?
Acordo de Paris ainda há chances, como sair do buraco de US$ 54 trilhões de dólares?
O relatório aponta uma saída. Nada promissora, diga-se. Vamos lá: “para evitar danos mais sérios seria necessário transformar a economia mundial em um prazo de poucos anos, isso é tecnicamente possível. Mas”, acrescentam, “é improvável.”
Atenção Trump e Bolsonaro, e outros débeis ou incautos: os custos com as perdas estão estimados em US$ 54 trilhões de dólares!
Fontes: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,limitar-o-aquecimento-do-planeta-a-1-5c-requer-acao-mais-ampla-e-rapida,70002537912; https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/10/ha-forte-risco-de-crise-climatica-ja-em-2040-aponta-relatorio-da-onu.shtml;
Imagem e abertura: http://www.green.it