Viagem de veleiro da Kika, diário de bordo Nº 3-
O site Mar Sem Fim está acompanhando a viagem de veleiro da Kika, Francisca Przirembel Angeli, amiga que resolveu dar um tempo e velejar pelo mundo. Este é seu terceiro relato.
Viagem de veleiro da Kika a TRAVESSIA DO ATLÂNTICO
As ilhas Canárias tem origem vulcânica, os picos são altos e os canais entre ilhas profundos. Muitas espécies de baleias vão ter seus filhotes lá. O Teide é um vulcão situado na ilha de Tenerife, tem uma altitude de 3.718 metros e aproximadamente 7.500 metros de altura sobre o leito oceânico, é o pico mais alto da Espanha, e das ilhas do Atlântico.
Canárias, escala tradicional de velejadores desde Colombo
As Canárias são a escala tradicional para a travessia da Europa para as Américas devido aos ventos alísios que ocorrem um pouco mais ao sul daquela latitude. Colombo já sabia destes ventos, que o levaram até a República Dominicana. De lá para cá muita coisa mudou em termos de embarcações e equipamentos, mas a rota continua a mesma.
Saindo de Tenerife em janeiro
Zarpamos de Tenerife dia 21 de janeiro rumo sudoeste até as proximidades de Cabo Verde, aonde os alísios estavam bem estabelecidos, e daí apontamos rumo ao Caribe, nosso destino. Os alísios no hemisfério norte sopram direção nordeste, portanto velejamos com vento de popa, evitando a popa rasa. Tivemos vento intenso durante toda a travessia, força 5, 6 e 7 na escala Beaufort. A ondulação era grande mas mais ordenada no meio do Atlântico, chegando no Caribe ficou mais cruzada, com ondas de diferentes direções. Julius e eu nos revezávamos em turnos de 6 hs cada.
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Tivemos visitas de golfinhos, que ficavam surfando as ondas e brincando ao redor do barco. Um dia duas baleias nos acompanharam durante algumas horas. A escala de tudo fica alterada numa experiência destas, a sensação de integração com a natureza coexiste com a de enorme fragilidade. Para mim foi um período de reflexão e de contato profundo com a dimensão interior.
A chegada em 12 de fevereiro
Chegamos em St. Lucia na noite do dia 12 de fevereiro, dormimos ancorados na Rodney Bay com muitos outros veleiros. No dia seguinte atracamos na famosa Rodney Bay Marine. Conviver num espaço tão reduzido não é fácil. Desembarquei do Trinidad e sou muito grata ao Julius pela oportunidade deste reencontro com o mar, criamos uma forte cumplicidade por tudo o que vivemos juntos.
Agora é hora de diversão: charter com o famoso Pedrão
Em seguida conversei com meu querido e velho amigo Pedrão, que me convidou para embarcar no yacht Brunello em Tortola. O Brunello é uma belíssima Benetti de 115 pés que faz charters no Caribe nesta época do ano. Farei um charter com eles pelas British Virgin Islands, estou feliz de fazer parte desta tripulação alto astral e conhecer em grande estilo este paraíso que é o Caribe.
Assista o vídeo: