Salpa: a “criatura invisível” dos mares
Você já ouviu falar em um peixe transparente? Essas criaturas gelatinosas e quase invisíveis chamam a atenção dos cientistas por um motivo especial: têm muito em comum com os seres humanos. Apesar da aparência, não são peixes — como veremos adiante. Mesmo assim, intrigam a ciência. Muitos pesquisadores acreditam que nosso sistema nervoso pode ter evoluído a partir de um ancestral com estrutura semelhante à do salpa.
Salpa maggiore, ou o peixe transparente
O nome científico é Salpa maggiore. Apesar da aparência, não é um peixe, mas um tunicado — membro do subfilo Tunicata e da família Salpidae.
Seu modo de locomoção é curioso: contrai o corpo e bombeia água por dois orifícios — um de entrada, outro de saída. Esse movimento impulsiona o animal e, ao mesmo tempo, permite que filtre o alimento.
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Ilhabela em último lugar no ranking de turismo 2025Garopaba destrói vegetação de restinga na cara duraCores do Lagamar, um espectro de esperançaEnquanto nada, a salpa captura fitoplâncton, sua principal fonte de energia. E, segundo o Natural Swimmer, a transparência é naturalmente uma característica que a água-viva compartilha.
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Salpas: comuns em diversos oceanos
As salpas são encontradas em quase todos os oceanos. Vivem em águas equatoriais, subtropicais, temperadas e até frias. Mas sua maior concentração está no Oceano Austral, perto da Antártica.
Esses animais formam longas cadeias, que podem ultrapassar um quilômetro de extensão. E não é só isso: juntos, são capazes de absorver até 4.000 toneladas de CO₂ por dia.
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Animais multicelulares
As salpas são animais multicelulares, apesar da aparência simples. Uma de suas características mais marcantes é a rapidez com que se reproduzem. Podem duplicar sua população várias vezes por dia.
Segundo o pesquisador Álvaro Esteves Migotto, do Centro de Biologia Marinha da USP, esses organismos pertencem à classe Thaliacea. Ele explica:
“Esses bichos não têm nomes populares por aqui. Os biólogos se referem a eles genericamente como ‘salpas’. ‘Salpa’ é, na verdade, o nome de um gênero dentro do grupo, mas o termo acabou sendo usado para todos.”
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