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Projeto ‘Esse Rio é Meu’, ideia merece ser replicada

Projeto ‘Esse Rio é Meu’, ideia merece ser replicada

Depois de muitos anos trabalhando para divulgar os imensos problemas que a própria população provoca ao meio ambiente, seja por falta de informação, ou opção no caso dos mais pobres; seja por comodismo, este site já não acredita mais na conversão dos ‘marmanjos’. Por tudo que vimos e divulgamos sobre as mazelas da costa brasileira onde quase todos barbarizam, de veranistas aos gestores políticos, perdemos a esperança em alcançar mudança de comportamento pela maioria dos adultos. Felizmente, há sempre exceções mas, como ensina o significado do substantivo feminino, trata-se daqueles que se desviam ou excluem de regras e padrões, uma minoria. Por isso, há muito defendemos o trabalho com crianças, os marmanjos do futuro. Projeto ‘Esse Rio é Meu’, ideia merece ser replicada.

Ilustração alusiva à educação ambiental
Que tal mais educação ambiental? Imagem, fia.com.br.

O Rio de Janeiro: da glória à infâmia

A cidade foi uma das mais belas do mundo graças à espetacular geografia que colocou na mesma moldura uma imensa baía, cercada pela Serra do Mar coberta pela mais viçosa e rica floresta tropical, a Mata Atlântica; e uma baía pontilhada por ilhas, lajes, e cercada pelas praias mais bonitas do mundo.

Não à toa, apesar da infâmia em que foi transformada a Baía de Guanabara, até hoje a fama de beleza do Rio persiste.

Não é a primeira vez que este site defende a educação para o desenvolvimento sustentável no currículo de estudantes de primeiro e segundo graus. Esta foi uma sugestão da Unesco depois que o órgão analisou os programas e currículos escolares de 50 países de todas as regiões do mundo.

Mais da metade não fazia qualquer referência às mudanças do clima, e apenas 19% explicavam sobre a biodiversidade. Na época, a diretora geral da Unesco, Aidrey Azoulay chamou a atenção:

A educação deve preparar os alunos para compreenderem a atual crise ambiental (…). Para salvar o planeta, devemos transformar a nossa forma de viver, produzir, consumir e interagir com a natureza. É fundamental integrar a educação para o desenvolvimento sustentável em todos os programas de aprendizagem de todos os lugares.

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Por isso o Mar Sem Fim hoje repercute o…

Projeto ‘Esse Rio é Meu’

Segundo matéria de O Globo (2/12/2021), tudo começou com ‘uma iniciativa piloto de educação e conscientização ambiental envolvendo alunos e professores de 27 unidades públicas e privadas na área da bacia do Rio Carioca’.

A experiência começou em 2015 e teve resultados promissores, segundo Selma Schmidt, autora do texto. Foi então que a prefeitura do Rio de Janeiro, em parceria com a ONG especializada Planetapontocom, decidiu lançar o projeto “Esse Rio é Meu.”

E o melhor de tudo: o projeto envolverá todos os alunos e professores da rede municipal.

O rio Carioca

O Rio Carioca nasce na Tijuca, aos pés do Cristo Redentor, limpo e cristalino, como se fosse a água do paraíso. Mas, depois de serpentear pelas favelas Cerro-Corá, Vila Cândido e Guararapes, e os bairros Cosme Velho, Laranjeiras, Catete, e Flamengo, deságua parte da imundície recolhida dos esgotos clandestinos jogados em seu curso na Baía de Guanabara, na altura da praia do Flamengo.

Imagem, https://diariodorio.com.

A baía de Guanabara tem uma área de aproximadamente 400 km2 e contém cerca de 3 bilhões de m3 de água. Dos 55 rios que nela deságuam, 50 tornaram-se esgotos a céu aberto, o Carioca é apenas mais um deles.

O rio Carioca no terminal de ônibus – Cosme Velho. Imagem, www.bairrodaslaranjeiras.com.br.

Baía de Guanabara: 15 mil litros de esgotos não tratados são despejados por segundo

A baía de Guanabara se tornou esta macabra sucursal de um lixão, fruto da omissão de sucessivos governos, e do crescimento desordenado em seu entorno. O resultado do descaso é que todos os dias 15 mil litros de esgotos não tratados são despejados por segundo  nas águas do ‘cartão postal’ do Brasil.

Imagem, arquivo MSF.

A ideia do projeto é levar as crianças para conhecer o rio Carioca, que já foi o principal fornecedor de água para a cidade, para que identifiquem os problemas, e façam o seu diagnóstico. ‘Esse processo de reconhecimento’, diz o texto de Selma Schmidt, ‘tem um conteúdo escolar que os orienta’.

O curso do rio carioca.

Segundo Silvana Gontijo, da ONG Planetapontocom, ‘nas salas de aula  os alunos vão olhar para os recursos disponíveis e ver o que querem e o que podem fazer para resolver os problemas’. Em resumo, ‘as crianças serão estimuladas a serem protagonistas desse processo de transformação’.

Simples, e aparentemente, muito eficiente. Silvana Gontijo resume:

Ao propor uma solução para um problema de um rio, o aluno estará aprendendo língua portuguesa, geografia, ciência, história, matemática… Todos os conteúdos curriculares estarão associados ao processo de recuperação e de renaturalização de um rio.

Segundo a matéria de O Globo, ‘metade das escolas da rede começa as atividades no próximo ano letivo. Para as demais, o projeto chega em 2023. No momento, passam por treinamento professores de 125 unidades que ficam próximas às bacias do Piraquê Cabuçu (Zona Oeste) e da Pavuna; e dos rios Comprido, Guandu, Maracanã, Piraquara (Realengo), Carioca, Macacos (Jardim Botânico) e Rainha (Gávea). Os pontos foram escolhidos como prioritários por comitês especializados’.

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Parabéns à prefeitura do Rio de Janeiro, e à ONG Planetapontocom. O Mar Sem Fim fica por aqui, na torcida para que o projeto siga em frente, e seja replicado por outros municípios brasileiros.

Tem tudo para dar certo.

Imagem de abertura: fia.com.br

Fonte: https://oglobo.globo.com/um-so-planeta/prefeitura-organizacao-social-lancam-projeto-ambiental-que-envolvera-todos-os-alunos-professores-da-rede-municipal-25302076.

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