Livro Viva Saveiro foi lançado
O livro Viva Saveiro veio em boa hora. É uma ótima notícia pra todos que gostam das tradições marítimas. A maior parte destas tradições são desconhecidas dos brasileiros que deveriam se orgulhar delas. Motivos não faltam. Entre as riquezas do litoral, que poucos conseguem enxergar, estão as embarcações típicas da costa brasileira. Um acervo riquíssimo, filho da tradição oral que hoje está nos estertores não fosse o trabalho maravilhoso de alguns abnegados. Saiba como adquirir o livro Viva Saveiro.
Projeto canoa-de-tolda, do São Francisco
Este site já citou Carlos Eduardo Ribeiro Jr., do projeto canoa de tolda, que resgatou a derradeira embarcação remanescente de antiga e enorme frota. E a recuperou totalmente. Hoje, a Luzitania, que tem em seu ‘diário de bordo’ uma viagem com Lampião, navega livre e garbosa pelo baixo São Francisco.
Projeto embarcações típicas do Maranhão
Outro mestre de todos nós é Luiz Phelipe Andrés, um “mineiro com nostalgia do mar” como ele se definia, que se mudou para o Maranhão e entre outras artes criou o Estaleiro Escola do Tamancão. A ideia é preservar os barcos típicos do Maranhão, prestes a sumir do mapa em razão do progresso. E, mais que tudo: preservar a técnica de construção original.
A diversidade brasileira de embarcações típicas
O Brasil é o país mais rico do mundo em diversidade de embarcações típicas ainda em uso. Isso é fruto de nossa pobreza, talvez o único fruto decente, desta situação indecente. Contribui para preservar tradição náutica centenária.
Além disso, nossas embarcações típicas são uma herança viva do encontro de europeus, asiáticos e africanos com os indígenas da costa. Sem falar do “DNA” que tiveram nossos antepassados, ligado umbilicalmente ao da escola naval portuguesa, a mais poderosa e moderna de sua época.
Trinta a quarenta modelos ainda resistem ao progresso
Além delas ainda nos resta algo como 30 a 40 outros modelos entre eles as jangadas de pau, semi-extintas por falta de matéria prima; ou os saveiros e lanchas rabo-de-peixe, da Bahia, que foram protagonistas da nossa história.
Existem desde os tempos em que os portugas escolheram a Bahia como capital. E foram imortalizados nas obras de Jorge Amado e Dorival Caymmi. Mesmo assim a grande maioria ignora a história e beleza do saveiro…
Projeto baiano salva os saveiros da extinção
Agora junta-se a este grupo Pedro Bocca, baiano por adoção, que decidiu “pegar na unha” o abandono e definhamento dos saveiros e, junto com amigos, fundou o Viva Saveiro. A ONG não só valoriza e divulga estes barcos, como luta para preservar sua técnica de construção.
Iphan declara embarcações típicas um dos bens culturais dos brasileiros
Temos o que comemorar. Alguns destes barcos receberam o certificado do IPHAN e hoje são considerados patrimônio dos brasileiros. Sem estas pessoas e ações, o que resta desta tradição centenária estava fadada a desaparecer.
Agora mais um livro foi lançado, contribuindo para diminuir o fosso que separa os brasileiros de uma de suas mais expressivas riquezas náuticas.
Vida longa ao “Viva Saveiro.”
Livro “Viva Saveiro”, e lançamento do selo dos Correios em homenagem aos Saveiros da Bahia
O livro, editado pela Solisluna – fotos da capa e do livro por Nilton Souza; textos de Carlos Ribeiro e Pedro Bocca; e o banner de lançamento do selo criado pelos Correios. As artes do selo e da imagem de fundo do banner são do renomado artista, e amigo dos saveiros, Bel Borba.